quarta-feira, 28 de julho de 2010

UMA ROSA COM AMOR - VERSÃO GAÚCHA - PARTE 21 - AUTORA: MARIANA LOPES

Claude tenta se concentrar no que Arlequim está falando. Arlequim conta que desde pequena Rosa ia conversar com ele, que a viu crescer e se transformar nessa pessoa especial e encantadora. E Arlequim continua contando sobre a infância e a adolescência. Claude se emociona com as histórias e estórias que Arlequim está contando, mas depois de um tempo suspira. Arlequim pergunta por que Claude não aproveita esse tempo longe da Serafina e se concentra em organizar os seus negócios. Resolver os problemas, pois tem certeza que Serafina está fazendo isso, assim, quando ela voltar ele poderá se concentrar somente nela. Claude sorrindo – Arlequim, quando Serafina voltar, eu vou me concentrar só nela, com negócios pendentes ou non. É que quanto mais ouço você falar de Serafina, mais a admiro. Claude agradece e se despede de Arlequim e Pimpinoni. Ele vai em direção à casa da família Petroni.

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Giovanni chega e encontra Dádi na cozinha com Amália. Ele as cumprimenta. Amália informa Giovanni que Dádi vai passar uns dias com eles. Giovanni assustado pede para falar com Amália. Dádi diz que vai dar uma volta e Amália diz que não é necessário, mas Dádi quer conhecer melhor o local e rever algumas pessoas que conhece. Dádi sai.

Giovanni – O que está acontecendo?

Amália – Não estou entendendo...

Giovanni – Dádi... vai morar aqui também... quando foi acertado isso?

Amália – Não achei que você fosse achar tão importante. Dr. Claude pediu e eu não vi problema algum em atender.

Giovanni – Amália, esse francês está tomando conta da nossa casa e está trazendo todo o pessoal dele junto.

Amália – Giovanni, não faz drama. Dr. Claude está com uns probleminhas no apartamento e precisou mandar consertar, foi só isso.

Giovanni – Amália, ele quer tomar conta do cortiço...

Amália – Vai descansar. Você está é cansado e aí a sua imaginação vai longe, voa...

Frazão chega, pede licença e vai entrando e os cumprimenta.

Giovanni – Viu eu estou dizendo, é uma invasão...

Frazão (sem jeito) – Invasão? Eu entrei sem bater, pois a porta estava aberta, peço desculpas...

Amália – Fique a vontade a casa é sua Dr. Frazão. O senhor não precisa bater, é de casa... Desculpe o Giovanni, que hoje ele está impossível...

Giovanni – Amália... você está oferecendo a nossa casa para todos... assim não é possível...

Giovanni pede licença e vai para o quarto. Frazão e Amália riem. Frazão pergunta para D. Amália se está tudo bem. Amália diz que Giovanni é assim mesmo, uma hora de um jeito, outra hora de outro. Frazão diz que conhece o Seu Giovanni, mas que não foi bem sobre isso que ele perguntou e sim se as coisas com Rosa estão bem. D. Amália responde que está tudo indo, mas que assim que Rosa voltar tem certeza que tudo vai melhorar. Frazão pergunta se Rosa está muito chateada e se ela está amargurada com tudo o que aconteceu. D. Amália diz que Serafina está desiludida e era previsível que isso acontecesse, mas que ela não é uma mulher que seja amarga que vai superar, que precisa de tempo e que tem certeza que, quando Serafina voltar, ele vai se surpreender, porque ela não é uma pessoa vingativa ou que possa provocar de casa pensado o mal para os outros. Frazão diz que sabe que Rosa é uma mulher maravilhosa, que sempre enxergou isso, mesmo quando triste ou magoada, ela estava sempre disposta a ajudar os outros e que essa é uma qualidade que poucas pessoas têm. D. Amália diz que tem orgulho dos seus filhos, pois, cada um do seu jeito, age dessa forma. Frazão – É d. Amália, a sua família é muito especial. Seu Giovanni tem esse jeito peculiar de ser e a senhora é encantadora. É como diz o ditado “um grama de exemplo, vale mais que uma tonelada de conselhos”.
 
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Claude encontra Dádi no pátio do cortiço e a puxa para um cantinho.

Claude – Tudo bem? Já falou com D. Amália?

Dádi – Tudo. Estou bem instalada na casa dos pais de D. Rosa. D. Amália me recebeu muito bem.

Claude – Que bom... e aí conseguiu descobrir alguma coisa?

Dádi – Dr. Claudis, eu não gosto desse papel de espiã. Eu gosto de D. Rosa, D. Amália...

Claude – É por uma boa causa...

Dádi – Boa causa? Como diz D. Rosa, a “sua” boa causa...

Claude – Que é isso Dadi? Está mudando de lado? Vai me abandonar também?

Dádi – Dr. Claudis, como diz D. Amália, sem drama... eu sou a sua fiel escudeira, sempre fui... sempre estive junto com o senhor...

Claude – Ah tá, enton prova, mas non me enrola. E aí? Descobriu alguma coisa sobre Rosa?

Dádi – Melhor que isso... falei com ela...

Claude – Falou com ela? Ela está aqui?

Dádi – Não, falei pelo telefone.

Claude – Rosa falou contigo ... E daí? Fala logo... Onde ela está?

Dádi – Ah, isso eu não sei, só sei que é longe, muito longe...

Claude – Longe quanto? Enton, descobriu o quê? Ah, Dádi... conta...

Dádi – Descobri que o senhor vai ser um homem divorciado... logo... logo...

Claude – O quê?

Claude permanece assustado com o que Dádi lhe falou.

Claude – O que Rosa te disse? Ela está bem?

Dádi – Está tudo bem com ela, mas ela falou que o negócio de vocês está quase terminado e que só falta o divórcio. Ela falou outras coisinhas...

Claude – Você non me defendeu?

Dádi - Tentei, mas D. Rosa não quis saber ...

Claude – Enton, non tem mais jeito...

Dádi – Esse é o seu problema ...

Claude – Como assim?

Dádi – Dá tudo por perdido muito rápido. Foi assim com o seu casamento, com os gringos, toda hora o senhor desistia e depois voltava atrás... O senhor não vê o conjunto, por sorte o senhor acerta...

Claude – Acerto? Sorte? Que... que é isso Dádi?

Dádi – Lembra quando o senhor casou com D. Rosa?

Claude – Claro, como eu vou esquecer quando aquele furacon entrou em minha vida...

Dádi – Viu? Fala sem pensar... isso magoa... qual a mulher que quer ser chamada assim..

Claude – Ah, Dádi, liçonzinha agora... parece Frazon, quando não está tirando onda com a minha cara, está me dando liçon...

Dádi – E não sabe ouvir também. Não escutava D. Rosa. O senhor acha que D. Rosa lhe diria alguma coisa para lhe prejudicar...

Claude – Non, claro que non ... eu achava que Rosa estava com mania de persiguiçon...

Dádi – Bom continuando... o senhor resolveu casar rápido, depois queria anular rapidamente o casamento, depois queria se divorciar e agora quer ficar casado... não dá, né?

Claude – Aonde você quer chegar?

Dádi – Qual mulher vai ter segurança ao seu lado?

Claude – Dádi, eu posso dar tudo para uma mulher... casa... carro ... viagens...

Dádi – Estou falando segurança emocional... com D. Nara era a mesma coisa... aliás... Dr. Claudis com todas... toda essa instabilidade e indecisão ... por tudo isso sua situação com D. Rosa não é nada boa ...

Claude – Como assim?

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Na casa da Catarina Rosa Batateira.

Catarina – Antoninho, meu filho, como você acha que vai se sair nas eleições?

Antoninho – Do jeito que as coisas estão, acho que vou ter os votos só aqui de casa.

Cleide – O meu voto você não vai ter.

Catarina – Cleide o que é isso? Não foi essa a educação que eu te dei. Nós temos que apoiar o seu irmão.

Antoninho mudo observa a conversa.

Cleide – Eu sempre defendi uma política e não vou dar o meu voto para um candidato que não tem ética com seus clientes, que não é de confiança, que no primeiro rabo de saia que aparece perde o rumo. Aliás, por onde anda a Nara Paranhos de Vasconcellos? Eu bem que te avisei sobre ela...

Antoninho – Cleide, eu não fiz isso que você está dizendo. Eu quis apenas ampliar o meu eleitorado, conquistar mais votos no Morumbi. Nara? Depois que os americanos foram embora, o telefone dela está sempre desligado.

Cleide rindo – Com a tua plataforma eleitoral? Parabéns, senhor candidato. O que você conseguiu foi reduzir o seu eleitorado e de brinde acho que vem uma redução da clientela. A propósito a Nara vai votar em você pelo menos?

Catarina – O que é isso minha filha? Vira essa boca para lá...

Cleide – Mãe, não pensa que eu me esqueci do que aconteceu com o Oscar, com o papai e com o seu primeiro marido...

Catarina – Cleide, você me respeita...

Cleide – E ainda tem o Seu Afrânio... quer saber... eu vou dar uma volta, respirar, porque aqui o ar está muito poluído...

Cleide sai. Catarina comenta com Antoninho que vai ter que dar um jeito nela. Antoninho pergunta que jeito vai ser esse. Catarina fica em silêncio.

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Claude insisti – Como assim?

Dádi – Sua “situaçon” com D. Rosa não é nada boa.

Claude – Enton, por que a minha situaçon não é boa? O que você está sabendo? O que você conversou com Rosa?

Dádi – Ela falou, ou melhor, afirmou que o senhor vai se acertar com D. Nara e que só não fez isso ainda por causa dos gringos, que o senhor faz qualquer coisa por esse negócio...

Claude – De onde Rosa tirou isso?

Dádi – Dr. Claudis .... de tudo o que senhor fez e faz...

Claude – Eu non sou um mercenário...

Dádi – Às vezes parece...

Claude – Nara ...

Dádi – O senhor vivia de agarramento com D. Nara. Achou que d. Rosa ia pensar o quê? Até quando o senhor achou que D. Rosa iria agüentar? E olha que ela suportou muito, viu... Se fosse comigo eu tinha lhe dado um pé na b...

Claude – DÁDI ... Olha o vocabulário... isso é coisa que se fale... eu non sou um indeciso...

Dádi – Não? No primeiro empecilho o senhor já quer desistir... O que o senhor quer? Nem eu sei...

Claude – Quero conversar com Rosa.

Dádi – Para quê?

Claude – Para ... para... explicar...

Dádi – Explicar o quê?

Claude – Isso eu vou explicar só para Rosa, é particular...

Dádi – Às vezes ... sempre ... eu acho que o senhor não sabe o que quer e que talvez D. Rosa tenha razão...

Claude – Razon... que razon?

Dádi – Acho que o senhor está assim, só porque foi D. Rosa que lhe largou...

Claude – Eu non sou um homem largado da mulher, mas non sou mesmo...

Dádi – Olha aí... de novo...

Claude – Ah Dádi, vai direto ao ponto... por favor...

Dádi – O senhor está disposto a lutar por D. Rosa... pode ter frustração, decepção ... e será que vai conseguir superar...

Claude – Eu quero Rosa, mas ela non me quer...

Dádi - Ah, mas ela queria e o senhor ficava lá sem atitude...

Claude – A-ti-tu-de?

Dádi – Faltou atitude... o senhor parece espectador da sua vida... tem que ter iniciativa...

Claude – Estou ficando deprimido com essa conversa...

Dádi – Vá à luta.

Claude – E o que você acha que eu estou fazendo...

Dádi – Fugindo... de D. Nara e querendo uma solução mágica para a situação. Assuma a seu amor por D. Rosa e vá, como diz D. Amália, conversar com Santo Antônio.

Claude – Santo Antônio? Se acha que resolve?

Dádi – Dr. Claudis, não perca as esperanças, porque D. Rosa perguntou, bem preocupada, como o senhor estava...

Claude sorri – Rosa non quer falar comigo, mas isso non quer dizer que me esqueceu...

Dádi – D. Rosa tem razão, o senhor se acha a última bolacha do pacotinho.

Claude cai na gargalhada.

7 comentários:

  1. Nossa! Que arraso o sabão da Dádi no Claude. Amei!!

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  2. Ah, essa semana esse francês me tirou do sério... resolvi desabafar... um bom sabão resolve.. hehehe

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  3. Mariana, adorei a frase:...quando aquele furacon entrou na minha vida! Só o Claude pra dizer uma coisa dessa! O que será que ele vai fazer depois dessa liçonzinha de Dádi? E que jeito será que Batateira vai dar em Cleide? Estou curiosíssima! Bjs.

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  4. mariana e a tal cortina no escritorio, eles tem fazer amor la,ele pede para janete q ninguem entre e assedia rosa q não resiste.

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  5. Nossa muito bom mesmo!! Você é uma excelente escritora! rsrs, E essa Dadi é fogo heinn, sem papas na língua, demais!!! Ahh me desculpe se passei a impressão de estar me metendo na sua obra, foi sem querer!!Quero aproveitar e ratificar que você está conduzindo essa história de uma maneira maravilhasa e muito mais convincente que a daquele que se diz um autor de novelas ( só se for de fundo de quintal, nem disso né, rsrss). Mais uma vez, anciosissima pelos proximos capitulos!! Beijoss

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  6. Quando leio os diálogos é como se eu estivesse ouvindo as personagens. Me vejo lá dentro da cena. Que lindo! Vc está cada dia melhor. Muito bom messsssmo. Adorei esse capítulo de hj.

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  7. Mari, vou destacar a parte do Arlequim, como é bonita. Continue colocando esse personagem, ele é muito interessante e você sabe trabalhar muito bem com ele. Parabéns!

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