quinta-feira, 29 de julho de 2010

UMA ROSA COM AMOR - VERSÃO GAÚCHA - PARTE 22 - AUTORA: MARIANA LOPES

Claude convida Dádi para irem à casa dos Petroni, mas Dádi diz que quer andar um pouco pelo cortiço. Claude entra e encontra Frazão conversando com Amália, ele os cumprimenta. D. Amália convida Frazão para jantar com eles, mas ele declina do convite e diz que vai jantar com Alabá, Roberta e Sérgio e pergunta se Claude não quer acompanhá-los. Claude recusa e diz que tem muitas coisas para fazer. Frazão diz que precisa conversar com Claude. D. Amália fala que eles podem conversar na sala, enquanto ela termina de fazer o jantar. Claude pergunta se ela quer ajuda de Dádi, mas D. Amália informa que pelos próximos dias Dádi é uma convidada. D. Amália vai para a cozinha.


Frazão – Não quis falar pelo telefone, mas o Beto não me procurou para dizer se conseguiu marcar a reunião com o Carlos. Por que você não tenta falar com o Beto. Ele está aqui no cortiço.

Claude – Não cruzei com ele e olha que andei por aí e fiquei um tempão conversando com Dádi. Não encontrei nem a D. Pepa e isso foi incrível, uma raridade.

Frazão – D. Pepa está na obra, muito ocupada controlando tudo. Uma parabólica aquela mulher, captando todos os sinais, em qualquer idioma, quando a Rosa falava eu não acreditava, mas agora, meu amigo, a transmissão é perfeita. Com as dicas dela, conseguimos contornar um monte de pequenos problemas e o Seu Giovanni tem pulso firme, está ajudando muito.

Claude – Que bom! Pelo menos isso está andando bem... e os investidores, alguma notícia?

Frazão – Dentro daquilo que conversamos, em quarenta e cinco, sessenta dias, eles estarão no Brasil e poderemos conversar com seus representantes, mas acho que se não tivermos mais problemas na obra, vai ser tudo tranqüilo. E o Egídio?

Claude – Non sei, estou com uma expectativa dessa conversa com o esse Carlos... non sei uma intuiçon... que vou conseguir alguma coisa com o ele que me permita contornar essa situaçon com Egídio...

Frazão – Então, vê se você encontra o Beto por aí... alguma novidade? E Dádi como é que está?

Claude – Dádi está bem, está por aí... Dádi falou com Rosa.

Frazão – Falou?

Claude – Pelo telefone... e eu ainda levei um sabon de Dádi... de Dádi...

Frazão – Mas e a Rosa está bem? Disse onde está? Quando volta? Sabão? O que você fez?

Claude – Sim, non e non... Rosa falou umas coisas para Dádi... e sobrou pra mim...

Frazão – Como é que é?

Claude – Sim, a Rosa está bem pelo menos é o que ela tem dito ... Non disse onde está... e nem quando volta... só disse que logo... do sabon non quero nem falar sobre isso...

Frazão - E o que você está pensando em fazer?

Claude – Conversar com esse Carlos, me livrar de Egídio e Nara, essa é a parte mais difícil, porque se Rosa voltar e esses dois ainda estiverem na minha volta, non vou ter a menor chance, non vou conseguir falar nem um ai, sabe como Rosa é estourada? Conseguir capital com esses investidores. Terminar esse projeto e dar um jeito de encontrar Rosa.

Frazão – Acho que clonaram o meu amigo, o francês, você resolveu isso tudo sozinho? Está tomando as rédeas da sua vida...

Claude – Frazon não enche... a Dádi já me descascou o que deu, juro que não agüento mais nada...

Frazão – Então vou indo, vê se consegue encontrar o Beto por aí...

Claude – Se eu conseguir, eu te aviso. Dá um beijo na Roberta e na Alabá... e como vai esse romance? Ton saindo de casalzinho ... ãnh

Frazão – Meu amigo, estou vivendo uma ótima fase... boa noite.

Claude – Hum... quero só ver no que isso vai dar... o solteirão convicto... bom jantar...

Claude fica observando Frazão ir embora e as lembranças do segundo dia da viagem ao litoral com o casal Smith vem a sua mente.

*** Após o passeio de barco, o carro para em frente à porta do hotel e Rosa ajuda Claude a sair do carro, sendo ajudada por Mr. Smith.

Rosa – O que exatamente você está sentindo?

Claude - Uma tontura, uma vertigem...

Mrs. Smith – Será que foi alguma coisa que o senhor comeu?

Claude – Não comi nada diferente de vocês... estou começando a sentir um calor... uma ardência na pele...

Rosa – Claude você passou protetor solar?

Claude – Protetor solar? Eu não lembro...

Rosa – Eu te dei o protetor, na hora que você foi buscar o suco pra mim, e você falou que já ia passar...

Claude – Minha cabeça está doendo muito...

Rosa – Acho que você está com insolação... você está todo vermelho...

Claude – ai... está tudo rodando e tudo doendo...

Mr. Smith – Vou pedir na recepção um médico, vão indo para o quarto, vocês duas conseguem acompanhá-lo?

Mrs. Smith – Claro... Darling... consiga um médico para Doctor Claude...

Mrs. Smith e Rosa levam Claude para o quarto e Mrs. Smith diz que vai para o seu quarto e que qualquer coisa que Rosa precisar é só telefonar. Rosa acomoda Claude na cama e o ajuda a tirar a regata branca e olha espantada a marca deixada pela camiseta e o vermelhão da pele de Claude, que começa a gemer. O telefone toca é da recepção avisando que o médico está subindo. Rosa abre a porta e recebe o médico. Após a consulta Rosa pede os remédios na farmácia indicada e liga para avisar Mrs. Smith que eles ficarão no quarto esta noite, pois Claude precisa de repouso, ingerir muito líquido e tomar uns remédios, que está com um princípio de insolação, mas que, segundo o médico, amanhã estará melhor. Chegam os remédios que Claude ingere. Claude diz que está se sentindo melhor, que a tontura passou e Rosa sugere que ele tome um banho para tirar o sal, a maresia e se refrescar. Claude pede para Rosa separar uma roupa leve e ela entrega uma bermuda e uma regata branca, pois do jeito que está a sua pele é a única coisa que ele conseguirá usar. Rosa pergunta se ele consegue tomar banho sozinho e ele diz que não está inválido, mas que não vai trancar a porta e se ele gritar, se ela pode socorrê-lo. Rosa ri e diz que qualquer coisa chama os bombeiros. Claude entra no banheiro e volta depois de um tempo, se deita e coloca as mãos na testa e diz que acha que está com febre. Rosa diz que pediu suco e água, que ele precisa se hidratar. Vai até o banheiro e molha uma toalha que coloca na testa dele. Claude fica resmungando e Rosa diz que vai tomar banho. Claude pensa: “non é possível isso estar acontecendo, eu estou me sentindo horrível, tinha tantos planos para esta noite... e... nossa... como dói... será que non tem um remédio milagroso, que faça tudo isso passar rapidinho?” Claude cochila. Rosa volta do banheiro e Claude diz que está com sede. Ela serve água e ele diz que não consegue segurar o copo sozinho. Rosa senta na cama e ajuda Claude a beber a água. Claude diz que não está se sentindo bem.

Rosa - Claude está doendo muito?

Claude – Muito...

Rosa – Tem alguma coisa que eu possa fazer para te ajudar?

Claude – Alguma coisa? Tem...

Rosa – Diz o que é que eu faço.

Claude – O médico não receitou um creme para aliviar essa ardência? Você poderia passar ...

Rosa pega o creme e começa a aplicá-lo, Claude começa a gemer sem parar a cada toque das mãos de Rosa.

Rosa – Está doendo tanto assim, mas depois do banho, olhando assim, parece bem melhor...

Claude – Arde muito, mas depois que você passa o creme dá um alívio... é que quando está aplicando dói.

Rosa – Dádi te deixou muito mal acostumado...

Claude – Dádi me trata muito bem...

Rosa – Eu sei, eu vejo... pronto... mais alguma coisa...

Claude - Deita aqui do meu ladinho, segura a minha mão...

Rosa pega mais um copo de água e dá para Claude beber e pergunta se ele quer mais. Ele diz que não, que está bom. Rosa deita ao lado dele na cama e segura a sua mão. Claude diz que não está confortável e fica se remexendo. Rosa diz que é porque a pele está sensível, mas que daqui a pouco o remédio vai fazer efeito e ele vai dormir e amanhã estará melhor. Claude diz que quer deitar na posição que eles acordaram hoje pela manhã.

Rosa – Como é que é? A tua pele está toda queimada e você quer ficar colado em mim... sim porque hoje de manhã quando eu acordei, fiquei pensando que você estava sonhando que eu era o seu ursinho de pelúcia da infância, eram braços e pernas para todo o lado na minha volta. Claude pensa “eu não tinha esses sentimentos pelo meu ursinho, quando era criança, nem esses pensamentos”.

Claude – É não vai dar... mas já sei... eu encosto no seu ombro, assim (e vai deitando) e você faz um cafuné até eu dormir... eu fico muito relaxado e sono vem fácil... eu estou muito tenso.

Rosa – Claude como você é dengoso. Hoje, eu vou relevar tudo, vem aqui que eu vou te fazer dormir para isso passar o mais rápido possível.

Rosa começa a acariciar os cabelos dele. Claude fica contente e pensa que pelo menos ficar assim tem suas vantagens, suspira, e fica na expectativa do que vai acontecer quando acordar amanhã de manhã e estiver se sentindo mehor. A medicação começa a fazer efeito e ele adormece feliz, com um leve sorriso nos lábios.

***

Claude volta ao presente quando d. Amália pergunta se está tudo bem. Ele diz que sim e pergunta por Teresinha. D. Amália diz que ela está pelo pátio. Claude pergunta se dá tempo dele dar uma volta pelo cortiço. D. Amália diz que tem muito tempo antes do jantar ficar pronto. Claude sai.

Dádi encontra Afrânio.

Afrânio – Boa noite, está perdida?

Dádi – Boa noite, seu Afrânio, não é? Não está se lembrando de mim? No dia do acidente da D. Rosa...

Afrânio – Ah, claro que eu lembro. Como vai? A Fina está aí e a senhora veio buscá-la?

Dádi – Vou bem. Não precisa me chamar de senhora, sou Dadivosa, mas todos me chamam de Dádi. Fina... Fina... quem é Fina?

Afrânio – Não precisa me chamar de SEU Afrânio, só Afrânio... e Fina... é a Serafina Rosa... nós a chamamos assim aqui...

Dádi – Ah. D. Rosa... Não vim buscar D. Rosa, estamos com uns probleminhas lá no apartamento e eu vim ficar uns dias na casa dos pais de D. Rosa. Vamos nos encontrar muito nos próximos dias ...

Pepa chega de mansinho e fica escondida atrás do pilar e começa e ouvir a conversa.

Afrânio – O cortiço está movimentado por esses dias... Dr. Claude está sempre por aqui... a parte rica da cidade está invadindo o cortiço...

Dádi – Esse lugar tem uma energia interessante que faz a gente se sentir bem, está um pouquinho mal cuidado, precisando de uma boa reforma, mas a estrutura é muito bonita e as pessoas que moram aqui, pelo menos D. Rosa sempre falava, são especiais. Quando D. Rosa falava eu ficava com muita vontade de conhecer, ela contava cada estória ...

Afrânio – O que a Serafina falava de mim? Ela falava bem de mim?

Dádi – D. Rosa não falava especificamente de ninguém ela contava as histórias daqui..., mas eu gostaria de conhecer o lugar, Seu Afrânio, quer dizer Afrânio... não quer fazer a gentileza de me mostrar ...

Pepa que até agora estava escutando, resolve se fazer notar.

Pepa – Boa noite.

Dádi e Afrânio – Boa noite.

Pepa – A que devemos a honra dessa ilustre visita em nosso .... humilde ... lar?

Afrânio – Pepa, não começa... a Dádi vai passar uns dias na casa da D. Amáli e do Seu Giovanni, problemas no apartamento do pão francês, quer dizer do Dr. Claude... vamos ser educados e recebê-la bem...

Dádi – ah...

Pepa interrompe – Eu sou é muito educada... educação nunca me faltou, sou respeitosa também, não fico de trela pra cima do homem de ninguém...

Afrânio – Não liga Dádi, essa é a Pepa, tem esse jeito assim, mas no fundo, bem no fundo, é boa gente...

Dádi – D. Rosa sempre falou muito da D. Pepa...

Pepa – Falava bem... só pode ... porque nesse cortiço não tem pessoa com melhor intenção ...

Chega Catarina Rosa Batateira.

Catarina – Boa noite Afrânio. Boa noite Pepa e ...

Afrânio – Boa noite Cata... Essa é a Dádi, convidada da D. Amália, vai passar uns dias aqui conosco...

Catarina – Muito prazer Catarina Rosa Batateira. Afrânio, você tem algum compromisso agora?

Afrânio – Não...

Pepa interrompe – Mas o que está acontecendo aqui... como assim não tem compromisso Afrânio? Você não ficou de me ajudar hoje ...

Afrânio – Ah ... eu tinha esquecido, mas tem que ser hoje?

Pepa – Claro que tem que ser hoje... eu estava te procurando ... faz um tempão...

Catarina – Que pena eu vim te convidar para um cineminha ... mas fica para amanhã, então?

Afrânio – Combinado ... para amanhã Cata ...

Catarina – Boa noite Afrânio, nos vemos amanhã, eu já vou indo... foi um prazer Dádi... Pepa...

Afrânio – Boa noite até amanhã. Eu vou lá em casa e já volto Pepa. Dádi, depois nos encontramos...

Pepa – Viu só, você acabou de conhecer a viúva negra, a mata marido, três mortes nas costas...
Dádi – Como assim Pepa?

Pepa – Essa aí anda atrás do Afrânio, é o próximo alvo dela e ele nem percebe, como homem é bobo, é só a mulher dar um pouquinho de atenção, eles ficam tudo babando... depois eu te conto todos os detalhes para você entender...

Chega Joana.

Joana – Boa noite. Dádi que prazer encontrá-la por aqui...

Dádi – D. Joana, muito boa noite. Eu vim passar uns dias na casa dos pais de D. Rosa.

Joana – Que coisa boa, seja bem-vinda. Vai conhecer o nosso cantinho... isso é bom.

Dádi – Eu estou gostando muito daqui... D. Rosa tem razão, por isso que o Dr. Claude não sai daqui.

Dádi – A conversa está boa, mas eu já vou indo... outra hora nós conversamos... vou ver se a D. Amália precisa de alguma coisa... com licença, boa noite.

Joana e Pepa – Boa noite.

Pepa – D. Joana, quando eu penso que vou me dar bem... descubro que vou ter que lutar pelo osso e, ainda por cima, é um osso magrinho... magrinho... e tem um bando atrás...

Joana – Como é que é Pepa? Osso que osso? Ah, já entendi... O Seu Afr... Pepa só você mesmo... dá licença que eu vou lá conversar com o Pimpinoni...

Pepa – Tudo bem... e o Sérgio?

Joana – Está lá na casa da Roberta... vou indo...

Pepa fica falando sozinha.

Pepa – Que cena esta que eu encontro ... é Catarina... é Dádi... Eu não sei como é que eu vou fazer ... o número de pretendentes está aumentando ... vou ter que pensar em alguma coisa... o Afrânio não se decide ... e esse cinema amanhã ... tenho que botar a cachola pra funcionar... pensa Pepa... pensa Pepa... age Pepa...

6 comentários:

  1. Lembranças e mais lembranças...Amooooo!!!

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  2. Claudia... estou atendendo aos pedidos... mas eu gosto de imaginar como poderia ter sido conduzida a novela, nossa dava para explorar muita coisa, estou escrevendo 0,5% do que pense ser possível. kkk

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  3. Alguém apresente ao Claude um protetor e ou bloqueador solar, por favorrrrrrr. O Afrânio, tah com mt ibope, hein! rsrs.
    Mariana, com sempre txt excelente.

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  4. Mariana vc é ótima mesmo! A Pepa uma antena parabólica Kkkkkkk... Amei!

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  5. Mais uma vez amei o capitulo de hoje, tudo de bom!! Essas lembranças são demais, até consigo imagina-las, mal posso espererar pela continuação delas...! Já li a versão Paulista todinha mais uma vez para não perder nenhum detalhe e agora vou começar a ler a sua novamente para refrescar a memoria!! rsrs, Ahh!! Como seria bom se pelo menos uma parte de cada versão estivesse sido gravada por esses atores maravilhos, mais como isso não aconteceu tenho que colocar a minha imaginação para funcionar!! rsrs e tá funcionado bem viuu!! rsrs, Obrigada por escrever, não para não tá!! Beijoss, e aguardo os proximos capitulos!!

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  6. Mariana, amei a Pepa parabólica internacional, o sabón de Dádi, o Claude com insolação e as pretendentes de Afranio!! agora a Dadivosa tb está competindo!! hahaaha
    que fofinho o Claude querendo carinho da Rosa.. as lembranças são ótimas mesmo.. pena que na novela só dá pra ter lembrança do piquenique na praia, dos sonhos dos dois e algumas cosinhas mais..
    mas a cena de ontem valeu.. a gente até esquece a baboseira do resto..
    Mariana. valeu. um abraçao!

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