domingo, 22 de agosto de 2010

DEU A LOUCA NA SERAFINA, A ROSA - PARTE 8 - AUTORA: CLÁUDIA G

Claude: Chegamos!

Rosa: Que lugar é esse, Claude? - Estranhou o local, que era num bairro nobre de São Paulo, mas percebia-se bastante animado para um simples restaurante.

Claude: Um restaurante nordestino, aqui vendem a melhor carne se sol que já comi na minha vida.

Rosa: Nossa! Nunca imaginei...

Claude: Que eu gostasse de comida nordestina?

Rosa: É...

Claude: Pois eu gosto. Aqui é tudo muito bom, a comida, a música, fazia muito tempo que eu não vinha.

Rosa achou tudo aquilo engraçado e nem de longe passou pela sua cabeça estar num restaurante nordestino com Claude naquela noite. O som estava animado, ouvia-se do lado um forró bem elitizado, mas muito contagiante. Rosa gostou daquele lugar.

Claude: Não gostou? Quer ir para outro lugar?

Rosa: De jeito nenhum, adorei!

Claude: Então vamos entrar. - diz oferecendo o braço para Rosa.

Durante o jantar o casal conversou sobre diversos assuntos. A conversa foi animada e havia um clima no ar, mas ambos fingiram não perceber isso.

Rosa: Nossa! Ouve...

Claude: Gosta dessa música?

Rosa: Amo! Ela é linda demais.

Claude: Quer dançar?

Rosa: Quero! - sorri para Claude e estende sua mão já se levantando da cadeira.

“Quantos labirintos, tem meu coração
pra eu me perder, e te encontrar
quantas avenidas, tem o seu olhar
pra te seguir, e me guiar
meu coração me leva
perto demais do seu
meu coração nem sabe por que
o meu amor é bem maior que eu
quem sabe o destino, ainda vai juntar
o céu e o mar, eu e você
quem de nós um dia, iria imaginar
que o amor pudesse acontecer
seu coração é livre
tanto que prende o meu
seu coração nem sabe por que
o meu amor é tão igual ao seu.”

(Entre o Céu e o Mar – Elba Ramalho - http://letras.terra.com.br/elba-ramalho/45648/)

A música acabou e Rosa já ia voltar para mesa, quando Claude a interpelou.

Claude: Espera. Vamos dançar mais essa?

Rosa aceita o convite com um suave sorriso nos lábios.

"Minh' alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver
Não és sequer a razão do meu viver
pois que tu és já toda minha vida
Não vejo nada assim enlouquecida...
Passo no mundo, meu amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história, tantas vezes lida!
“Tudo no mundo é frágil, tudo passa...”
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina, fala em mim!
E, olhos postos em ti, digo de rastros:
“Ah! podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como um deus: princípio e fim!...
Eu já te falei de tudo, mas tudo isso é pouco,
diante do que sinto.”


Enquanto dançavam conversavam...

Rosa: Você me surpeendeu hoje.

Claude: Por que?

Rosa: Você dança muito bem e gosta de coisas tão simples.

Claude: Você também dança muito bem.

Rosa: Eu gosto de dançar.

Claude: Bom saber, podemos sair outras vezes para dançar.

Rosa não respondeu, não queria estragar aquele momento falando da Nara.

Outra música acabou e o casal continuou dançando de forma animada.

“Delicado, dedicado, colorido
E muito lindo
E como o sol e como a lua
Feito o mistério divino
O nosso amor
E transparente como vidro
Comovente como a vida
Seguindo no seu destino
Apaixoado não tem juízo
Sou contigo e tu comigo.”

(Xote Delicado – Alceu Valença - http://www.youtube.com/watchv=ku1afVRUgJ0&feature=fvst)

A noite encerrou-se animada, de forma leve e divertida o bastante para quererem repetir a dose. Dentro do carro, Claude e Rosa se despedem.

Rosa: Claude, obrigada pela noite.

Claude: Eu que agradeço, foi muito divertido.

Rosa: É verdade, você disse que seria.

Claude: Sou um homem de palavra.

Rosa: Eu acredito. Bom... preciso ir. Obrigada... - Rosa não sabe se beija, se desce do carro, se dá um abraço, um aperto de mão.

Claude beija o rosto de Rosa demoradamente.

Claude: Obrigado pela companhia.

Rosa agradece com o olhar.

Rosa: Bom fim de semana.

Claude se lembra de abrir a porta e desce rapidamente do carro.

Claude: Boa noite e bom fim de semana. - diz após abrir a porta do carro.

Rosa acordou num sábado ensolarado e resolveu fazer uma caminhada no Parque do Ibirapuera, colocou sua roupa de ginástica, calçou seu tênis, fez uma trança em seu cabelo, pegou seu livro e seguiu em direção ao parque.

Para Claude aquele sábado, excepcionalmente, havia começado mais cedo. Ele já corria no parque ouvindo música desde as oito horas da manhã, estava muito ativo nos últimos dias, sentia a necessidade de estar em constante movimento. Num determinado momento Claude olhou para o lado e diminui a marcha até parar totalmente de correr. “É ela”. Rosa estava sentada embaixo de uma frondosa árvore lendo seu livro. Claude viu o quanto ela estava distraída com sua leitura, então resolveu se aproximar.

Claude: Oi.

Rosa: Oi... - disse com surpresa.

Claude: Não sabia que costumavar vir ao parque.

Rosa: Não costumo. É que hoje o dia está lindo demais, achei uma pena desperdiçá-lo ficando em casa. E você, está sempre por aqui?

Claude: Só nos fins de semana.

Rosa reparou como Claude transpirava.

Rosa: Atleta de final de semana?

Claude: É... - sorri sem graça.

Rosa: Está bem para um atleta esporádico. - “Cala boca, Rosa!”

Claude: O que você está lendo?

Rosa: O Conde de Monte Cristo. - disse mostando a capa do livro.

Claude: A fuga de Edmond Dantés do Castelo de If? Um grande romance.

Rosa: Já leu o livro?

Claude: Já, as obras de Alexandre Dumas são ótimas. Ele era francês, sabia?

Rosa: Sinceramente não, mas desconfiava, ele descreve a França com riqueza de detalhes.E você? O que está ouvindo?

Claude: I want to hold your hand.

Rosa fez graça estendendo a sua mão e Claude sorriu e a segurou.

Rosa: Beatles? Legal.

Claude: Posso sentar aqui um pouco?

Rosa: Claro.

Rosa e Claude se sentaram embaixo da árvore de mãos dadas ouvindo Beatles.

“Oh yeah, I'll tell you something,
I think you'll understand.
When I say that something
I wanna hold your hand,
I wanna hold your hand,
I wanna hold your hand.

Oh please, say to me
You'll let me be your man
And please, say to me
You'll let me hold your hand.
Now let me hold your hand,
I wanna hold your hand.
...”

(The Beatles – I want to hold your hand -

Rosa e Claude ficaram sentados por um longo tempo embaixo daquela árvore falando de livros, músicas, contando histórias de suas vidas, até que tocarem no nome de Nara.

Rosa: Vocês namoram há quanto tempo?

Claude: Non sei.

Rosa: Não sabe?

Claude: É, non sei.

Rosa: Hum... Mas você gosta dela? - pergunta como quem não quer nada.

Claude: Gosto, mas non quero me casar.

Rosa: Não? - decepciona-se.

Claude: Com ela non.

Rosa: Ah tá! - sentiu-se aliviada.

Claude: Que ela non nos ouça, ãhn!

Rosa: Posso fazer outra pergunta?

Claude: Claro.

Rosa: Por que está com ela se não gosta dela o suficiente para querer se casar?

Claude: Deve estar pensando que sou um canalha...

Rosa: Não, por favor, não foi isso o que eu quis dizer.

Claude: Tudo bem... Isso é um assunto que eu preciso resolver.

Rosa: Não morre tão cedo...

Claude: O quê?

Rosa: Ela vem vindo alí.

Claude: Oh Mon Dieu!

7 comentários:

  1. Como sempre tá maravilhosooooooooooooooooo. Continue postando pois eu ADOROOOOOOOO!!!!

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  2. Adorei a trilha sonora!!!! Que delícia acompanhar o florescimento deste amor!!!. É Tudo de Bom!! Meu coraçon fica feliz, ãhn?

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  3. Claudia,amei a versão. Tenho q comentar:
    Claude, comendo carne de sol. Rosa: Nossa! Nunca imaginei... Nem eu. Chorei de rir, ponto final

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  4. Claude termina logo com esta Nara, chatttaaaa!!! rsrs!! Claudia tá cada dia melhor, beijoss

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  5. Cláudia, morri de rir, novamente: Claude comendo carne de sol, Rosa de roupa de ginástica e tênis, duas coisas que eu não imaginava! Adorei, tudo! E as músicas...que maravilha! E chegou a chata da Nara! Parabéns Claúdia, está cada dia mais envolvente, dá uma vontade de continuar lendo... Não demora... Bjs.

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  6. Adorei sua versão...Li toda de uma vez!!Esperando o desfecho,rs

    Bjs e parabéns!

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  7. Claudia, por favor, CONTINUE!!!!!!!!!!!!!! a Nara aparece??? que saco!!! mas AMEI O JANTAR!! num restaurante nordestino??!!! nunca ia pensar nisso!! que otimo.. foi descontraido, legal. na medida certa, como vc disse.. perfeito!! e no outro dia, um encontro casual no parque.. que maravilhoso.. as musicas, mais uma vez: se encaixam certinho!! Obrigada Claudia!

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