quinta-feira, 16 de setembro de 2010

THE POWER OF LOVE - A HISTÓRIA DE UMA ROSA... E SEU CAMINHO DE ESPINHOS - PARTE 8 - AUTORA: FERNANDA FREITAS RAMOS

Nara se disfarça de enfermeira e vai até o berçário.
Ao chegar lá,encontra apenas os dois meninos,e ao perguntar pra uma enfermeira,fica sabendo que a menina está sendo amamentada pela mãe.
‘’Droga,não posso esperar...
Vou ter que ir buscá-la eu mesma.’’
Usando uma máscara,Nara vai até o quarto...
N:Muito bem,mamãe,hora de levar sua filhinha pro berçário.
R:Mas já?
N:Infelizmente sim.
R:Mas ela mal começou a mamar.
N:Eu vou levá-la agora,com licença...- diz,tomando Vitória dos braços de Rosa.
R:Mas...
Nara leva a menina antes que Rosa pudesse dizer qualquer outra coisa.
Momentos depois,Claude volta da cafeteria...
C:O que foi,cherie?
R:Uma enfermeira veio aqui e levou a Vitória antes de eu terminar de amamentá-la.
C:E por que isso?
R:Não sei,mas fiquei preocupada...
Nesse momento,o médico entra.
Dr.:Claude,será que eu poderia conversar com você lá fora?
C:Claro. – responde,apreensivo.
Já volto,meu amor.
R:Ai meu Deus...
No corredor...
Dr.:Claude,você tem uma família agora,e precisa ser forte.
C:O que tá acontecendo?
Dr.:Eu lamento,mas sua filha não resistiu.
Neste momento,Claude cai de joelhos no chão com o baque da notícia.
Em seguida,abaixa a cabeça e começa a chorar,enquanto questiona:
‘’Mas ela já não estava bem?
O que aconteceu?’’
Dr.:Ela simplesmente parou de respirar,Claude.
Isso acontece mais do que se pensa,se chama SMSI,ou ‘’morte de berço’’.
C:Mon Dieu,minha filha...- diz,cobrindo o rosto com as mãos e chorando desesperadamente.
Dr.:Você tem que ser forte,não se esqueça que você ainda tem dois filhos,e uma esposa que vai precisar de todo o seu apoio.
Claude se enche de uma força que ele nem sabia que poderia ter,se levanta,seca o rosto,respira fundo e vai ao encontro da esposa,acompanhado pelo médico.
R:O que aconteceu?
C:Meu amor,me escuta...diz,abaixando-se frente à ela.
Nós temos uma família linda agora,e temos que pensar nela.
R:Eu sei,amor.
C:Todos os nossos filhos são importantes,e caso um deles viesse a faltar,nós teríamos que nos dedicar ainda mais aos outros...
R:O que você quer dizer com isso? – diz Rosa,apavorada.
C:Meu amor...- diz,segurando forte as mãos da esposa junto às dele – nossa filha não pôde continuar conosco...
Ela se foi.
R:Do que você tá falando?
NÃO,VOCÊ TÁ MENTINDO PRA MIM!
ELA TAVA BEM,TAVA AQUI COMIGO AGORA MESMO!
Dr.:Infelizmente,isso acontece muito,Rosa.
Não pudemos fazer nada.
R:NÃO,NÃO,CADÊ ELA?
EU QUERO VER MINHA FILHA!
EU QUERO VER MINHA FILHA!
Claude tenta segurar Rosa,com medo de que a cadeira tombasse,mas havia chegado o momento que Miguel havia mencionado.
Ela levantou,e ainda que com as pernas fracas,saiu correndo em direção ao berçário,seguida por Claude e pelo médico.
Mesmo tendo caído e tropeçado várias vezes até conseguir,ela chega ao seu destino,se deparando com um corpinho de bebê todo coberto por uma manta rosa.
Ela se ajoelha com dificuldade,colocando uma mão sobre o bebê,enquanto tapa a boca com a outra.
Claude tenta ir ao encontro da esposa pra impedí-la de ver o corpo,mas o médico o segura,como que dizendo que era melhor assim.
Ao descobrir o bebê,Rosa se descontrola:
‘’ESSA NÃO É A MINHA FILHA!
NÃO É!NÃO É!NÃO É,CLAUDE!’’
Claude se aproxima:
‘’Não,meu amor,essa não é a Vitória,não é a nossa filha!’’ – constata,espantado.
Claude Jr. e Pedrinho haviam nascido idênticos,mas Vitória não era tão parecida com os irmãos,o que fez com que o médico e os enfermeiros não percebessem que não se tratava da mesma menina.
Momentos depois,o médico chama toda a equipe:
Dr.:Qual de vocês trouxe a menina Geraldy de volta ao berçário?
Todas ficam se entreolhando,mudas.
Dr.:É melhor a responsável se entregar,ou será pior.
De repente,uma delas dispara:
‘’Uma mulher me pagou pra pegar um uniforme emprestado e ter acesso à ala,mas eu não sabia que ela iria fazer algo assim,eu juro!’’
C:Uma mulher?
Que mulher?
E:O nome dela eu não sei,mas era alta,bonita,olhos verdes,e deu pra ver que era rica.
C:NARA!
R:Eu vou te matar,sua infeliz! – diz,pulando no pescoço da enfermeira.
C:Calma,Serafina,calma! – diz,tentando tirar a mulher de cima da enfermeira.
Dr.:Alguma de vocês traga um tranquilizante,por favor!
Vamos trabalhar,bando de curiosas! – diz,batendo palmas e espantando as demais enfermeiras.
Logo,uma chega com a injeção,mas àquela altura,Rosa já havia desmaiado pelas fortes emoções que acabava de passar.
Momentos depois,Rosa acorda em sua cama,com Claude lhe observando...
R:Nossa filha,Claude!
Nós temos que achar a nossa filha!
C:Calma,meu amor.
Nós já estamos cuidando disso.
A polícia já foi acionada,e Nara já é considerada foragida.
R:E os meninos?
C:Eles estão sendo vigiados,não se preocupe.
R:Claude,eu não entendo...
Se ela queria nos fazer mal,porque ao invés de matar nossa filha,a trocou por um bebê morto?
O que ela quer de nós?
C:Não sei,cherie,não sei... – diz,abraçando-a.
R:EU QUERO MINHA FILHA,CLAUDE!
C:Eu também,meu amor...
Eu também.
R:Eu voltei a andar e nós nem podemos comemorar... – diz,chorando.
C:Apesar de todo esse sofrimento,eu tô muito feliz por você.
Muito mesmo. – diz,dando-lhe um beijo na testa.
Os dias passavam,e nada de notícias...
Toda a família estava desesperada,mas Rosa era a mais afetada.
Há alguns dias,Claude vinha percebendo que a esposa estava estranha,mas foi durante uma visita de Frazão,Roberta e Alabá,que ele saiu de dúvidas definitivamente...
RV:E a Rosa,como está?
C:Nos primeiros dias,ela só chorava.
Agora,só fica olhando pro berço vazio,e nem dá atenção aos meninos...
A:Gente,abafa que ela tá descendo.
R:Claude,cadê a Vitória?
Todos se olham confusos.
C:Meu amor,ela não tá aqui...
R:A Dádi a levou pra tomar sol no parquinho?
Já tá quase na hora dela comer,meu amor.
C:Cherie,vem,senta aqui...
R:O que você fez com a minha filha? – diz,indo pra cima do marido.
C:Calma Rosa... – diz,segurando-a.
R:EU QUERO A MINHA FILHA!
ME DEVOLVE ELA,DEVOLVE!!!!!!!!!! – grita,se debatendo descontroladamente,até desmaiar nos braços de Claude.
F:Claude,a Rosa precisa de ajuda.
Momentos depois...
C:E então,como ela tá?
M:Ela teve uma crise nervosa,mas vai ficar bem.
C:Ela não estava dizendo coisa com coisa,foi assustador.
M:É natural,depois de tudo pelo que ela passou.
C:Mas então ela já tá bem?
M:Sim,mas eu aconselho que ela comece um novo tratamento amanhã mesmo.
C:De novo?
M:Bem,não precisa ser necessariamente comigo,mas acho que sua bronca já passou,afinal você até me chamou aqui,não?
C:Tudo bem,amanhã estaremos lá. – diz,meio desanimado.
Logo que Miguel sai,o telefone toca:
C:Alô?
N:Alô,mon amour...
C:NARA?
CADÊ MINHA FILHA,O QUE VOCÊ FEZ COM ELA?
N:Calma,querido,não se exalte...
Sua filhinha está muito bem.
C:O que você quer? – diz,abaixando a voz pra que a esposa não acordasse.
N:O que eu quero,ou melhor,o que nós queremos,já conseguimos.
O sofrimento de vocês.
C:Nós?
J:Isso mesmo,francês idiota.
Lembra de mim?
C:Seu infeliz,devolve a minha filha!
J:Sabe,eu até pensei em matar a sua filhinha,mas seria fácil demais...
Não,ela também tem que sofrer.
C:Do que você tá falando,seu desgraçado? – diz Claude,mal podendo manter a voz baixa.
J:Sua filhinha vai sentir a dor de ser sozinha...
Vai crescer num orfanato,e vai odiar os papais por isso...- diz,debochando.
C:Seu infeliz,devolve a minha filha agora,ou eu te mato!
J:Tarde demais...
Adeus,imbecil!
C:Alô?Alô?
Infeliz! – diz Claude,arremessando o telefone contra a parede.
Dois meses depois,quando Rosa voltava de mais uma consulta com Miguel...
R:Voltei,meu am...
O QUE É ISSO?
C:É a nossa filha,cherie.
Rosa se aproxima,incrédula,encarando o bebê.
R:Que palhaçada é essa,Claude?
Essa não é a nossa filha.
C:Meu amor,eu achei que adotar uma criança poderia...
R:O que?
Minimizar nosso sofrimento?
Minha filha é insubstituível,Claude.
C:Eu sei disso,cherie.
Mas adotar essa criança vai nos ajudar,e vai ajudá-la também.
R:Adotar uma criança alheia quando a nossa filha está em algum orfanato por aí?
C:Serafina,nós não vamos desistir da nossa filha,mas como você mesma disse,nós não sabemos onde ela está.
Aqueles malditos podem ter até saído do país com ela.
R:Chega,eu não quero mais te ouvir.
Devolve essa criança agora!
C:Cherie,olha pra ela...- dizia,se aproximando.
Rosa olhou pro bebê,e este sorriu pra ela imediatamente,o que mexeu com seu coração na mesma hora.
R:Me dá ela aqui... – diz,retirando-a dos braços do marido.
R:É...
Acho que nós podemos dar um lar pra essa pequena.
Não é certo poder mudar a vida de uma criança e não fazê-lo,principalmente quando nossa filha está nas mesmas condições em que esta se encontrava.
C:Isso mesmo,cherie. – diz,abraçando-a por trás e acariciando o bebê.
R:Mas nós não vamos desistir da Vitória,Claude.
Nós vamos continuar procurando pela nossa filha,não importa quanto tempo passe.
C:Claro,meu amor,claro... – diz,respirando fundo.
Na verdade Claude havia adotado aquele bebê porque já não tinha muitas esperanças de encontrar a filha,afinal,eles nem poderiam ter certeza de que ela estava mesmo em um orfanato.E se estivesse,até já poderia ter sido adotada.
Cinco anos depois...
CJ(Claude Jr.):Mamãe,mamãe,a Manuela tá batendo no Pedrinho de novo!
R:Manuela,deixa seu irmão em paz!
M:Desculpa.
P:A Manu é má,mamãe. – diz,choroso.
R:Não,vem cá,meu amor... – diz,pegando o filho no colo e lhe dando um beijinho.
M:Esse idiota é um bebê chorão!
R:Pára com isso,Manuela!
Vai querer ficar de castigo de novo?
M:Você é uma chata!
R:Agora já chega,vem comigo. – diz,puxando a menina pelo braço.
Neste momento,Claude chega da construtora.
M:Papai,papai,a mamãe tá me maltratando de novo!
C:Que isso,Rosa?
Solta a menina.
R:Claude,ela precisa de limites.
Não se atreva a me desautorizar.
C:Vamos conversar no quarto,hã?
R:Dádi,fica de olho neles aqui.
D:Pode deixar,D. Rosa.
Chegando ao quarto...
C:Quando eu trouxe a Manu pra casa,achei que tivéssemos concordado em tratá-la como nossa própria filha!
R:E nós concordamos,Claude.
Mas essa menina tá me enlouquecendo!
C:Você nunca falaria assim da Vitória!
R:Claro que não,porque nossa filha deve ser um anjo,como o Jr. e o Pedrinho!
C:Você está histérica,e não é de hoje,hã?
Não é justo que você desconte suas frustrações numa criança de cinco anos,que deveria estar sendo tratada como sua filha!
R:Você está cego,Claude!
Está sendo manipulado por uma menininha de cinco anos!
Eu faço de tudo por ela,nunca a tratei diferente dos nossos filhos,mas ela é malcriada,maltrata os meninos,é grosseira comigo,com a Dádi,e até com nossos amigos quando vêm nos visitar!
Você já esqueceu do que ela fez com a Gabi?
C:Aquilo foi um acidente...
R:Cortar metade do cabelo da menina é acidente,Claude?
Não é à toa que o Sérgio e a Roberta nunca mais a trouxeram aqui.
E quando ela jogou uma boneca na barriga da Alabá ontem,então?
C:Rosa,ela não faz por maldade...
R:Eu sei que é difícil de acreditar que uma criança possa ter sentimentos tão ruins.
Por isso eu vou levá-la pra uma consulta com o Miguel amanhã mesmo.
C:Aaahh mon Dieu,era só o que me faltava!
Sabe o que eu acho?
Que você só tá arrumando um pretexto pra ver aquele homem mais do que já vê!
R:E se você continuar assim,vai acabar indo também,entendeu?
C:Mas isso é o cúmulo!
Pelo visto,só assim mesmo pra eu passar mais tempo com você do que ele!
R:Quer saber?
Eu entendo porque você parece uma das marionetes do Seu Pimpinoni nas mãos da Manuela.
Claro,você é tão ou mais infantil do que ela! – diz,saindo e batendo a porta.
C:O que está acontecendo conosco,Serafina? – diz,esfregando as mãos no rosto.
No dia seguinte,no consultório do Miguel...
M:Bom dia,Serafina.
R:Bom dia,Miguel.
M:Bom dia,princesinha. – diz,se abaixando em frente à Manuela.
Mn:Bom dia.
M:Vamos entrar?
R:Eu vou estar esperando aqui,meu amor.
Mn:Tá bom mamãe.
M:Vamos,Manu. – diz,pegando-a nos braços.
Uma hora depois...
R:Esquizofrenia?
M:A Manu tem o que chamamos de esquizofrenia paranóide.
Ela ser tão agressiva se deve ao fato de ela achar que todos à sua volta estão contra ela,que querem lhe fazer mal,enfim...
Além da mania de grandeza,que faz com que ela sinta que tem mais direitos que os irmãos.
R:Meu Deus,coitadinha... – diz,com os olhos marejados.
M:O que me espanta é que ela manifeste a doença tão precocemente.
Isso me leva à conclusão de que ela herdou o problema.
R:Você quer dizer que ela é esquizofrênica por causa de um dos pais biológicos?
M:Se um dos pais tiver a doença,o risco do filho desenvolvê-la é de 10 a 20%,enquanto que se os dois a tiverem,o risco sobe pra 40 a 50%.
Avós representam um risco mínimo,quase nulo.
Portanto,o mais provável é que tenha sido um dos pais,ou até os dois.
R:Meu Deus...
Quem serão os pais dessa criança? – diz,espantada.
Rosa é afastada de seus pensamentos ao sentir algo esbarrando em suas pernas.
E:Papai?
M:Eu tô aqui,meu amor. – diz,se dirigindo à uma garotinha de bengala e pegando-a nos braços.
R:Essa é a sua filha? – pergunta,sorrindo.
M:É sim,essa é a Esperança.
E:Quem é,papai?
M:Uma amiga,meu amor.
R:Você é linda,e tem um nome lindo.
Posso te dar um beijo?
E:Pode. – diz, sorrindo.
Rosa a pega nos braços e lhe dá um beijo carinhoso.
M:Meu amor,fica sentadinha aqui que eu vou conversar com a Serafina e já volto.
E:Tá,papai.
Momentos depois...
R:Quando você me disse que tinha adotado uma garotinha cega,não me disse que ela era tão linda.
M:Você gostou mesmo dela,né?
R:Ela é um encanto,Miguel.
M:Se eu bem a conheço,ela também gostou de você.
Rosa sorri,sentindo uma emoção inexplicável,mas logo após,ao se lembrar do porquê estava lá,se repreende.
R:E a Manu?
O que nós podemos fazer por ela?
M:Calma,eu vou te explicar tudo...
Momentos depois...
R:Vamos,Manu? – diz,entrando na área destinada às crianças.
Manuela apenas faz cara emburrada e segura a mão da mãe.
M:Até logo,Manuela.
Mn:Tchau.
Ao passar pela sala de espera,Manuela tropeça na bengala de Esperança,que se assusta.
Mn:Aai,você não me viu passando,idiota?
R:Manuela!
Peça desculpas agora mesmo.
Mn:Mas mãe...
R:Ela não te viu porque é deficiente visual.
Mn:Eu nunca tinha visto uma cega antes.
Quantos dedos tem aqui? – diz,apontando três dedos no rosto da menina.
R:Manuela!
E:Papai?
Cadê você? – diz,chorosa.
M:Tô aqui meu amor,vem. – diz,pegando na mão da filha.
Rosa tinha vontade de dar uma bronca na filha,mas se lembrou de que ela era só uma criança doente,que não podia responder por seus atos.
R:Bom,nós vamos indo.
Tchau,Miguel.
M:Tchau,Serafina.
R:Tchau,Esperança. – diz,se aproximando e lhe dando um beijo no rosto.
E:Tchau,Serafina.
Eu gostei muito de você.
R:Eu também,meu amor.
Manuela vê a cena fazendo cara feia.
Mais tarde...
C:Esquizofrenia?
R:Isso mesmo.
Eu te disse que tinha algo errado,Claude.
C:Mon Dieu...
E agora?
R:Não tem cura,Claude...
Agora tudo o que podemos fazer é controlar,seguindo o tratamento à risca.
C:O que for melhor pra nossa família,cherie. – diz,se aproximando e lhe dando um abraço.
C:Você me perdoa?
R:Claro que sim,meu amor. – diz,beijando-o ternamente.
Enquanto isso,na Inglaterra...
J:Você é mesmo uma idiota,Nara!
N:Eu sou a idiota?
Quem me obrigou a me livrar da menina logo depois que ela nasceu?
J:Como eu ia saber que aquele velho cretino do seu pai não ia soltar a grana do testamento sem um neto?
N:EU TAMBÉM NÃO SABIA!
J:MAS DEVERIA,ERA SEU PAI!
N:PÁRA DE GRITAR COMIGO,SEU CRETINO!
J:COMO É QUE É?
VAI QUERER APANHAR DE NOVO?
N:NÃO,POR FAVOR... – diz,protegendo o rosto com as mãos.
J:Escuta aqui,a gente vai ter que recuperar essa menina,entendeu?
Ela vale uma fortuna.
N:Agora você quer sua filha,né?
Depois de ter me feito largar ela naquele orfanato junto com aquela coisinha Geraldy.
J:Não vai me dizer que bate um coraçãozinho maternal aí dentro?
N:Era minha filha... – diz,chorando.
J:Pára de besteira e vai comprar as passagens.
A gente tem que voltar pro Brasil hoje mesmo.
No dia seguinte...
D.O(Diretora do Orfanato):Sinto muito,mas sua filha foi adotada pouco tempo depois de chegar aqui.
N:E quem a adotou?
D.O:Isso eu não posso dizer,é confidencial.
N:Qual o seu preço?
Todos temos um.
D.O:R$10.000,00.
N:Combinado. – diz,tirando um talão de cheques da bolsa.
D.O:Ela foi adotada por Claude Antoine Geraldy.
N:COMO É QUE É???
D.O:Algum problema?
N:MAS QUE INFERNO!
EU NÃO ACREDITO NISSO!
D.O:A sra. quer um copo d’água?
N:Sim,obrigada.
Momentos depois,após se acalmar...
N:E a outra menina,será que eu poderia adotá-la?
D.O:Ela também foi adotada.
N:Mas que droga,nem pra isso essa fedelha serviu...
E por quem?
D.O:Por mais R$10.000,00 eu lhe digo.
N:Bruxa gananciosa... – resmunga,tirando novamente o talão de cheques da bolsa.
D.O:Quem a adotou foi um homem chamado Miguel Ramírez.
Nesse momento,Nara tem uma crise de riso,o que confunde a diretora do orfanato:
‘’A sra. está bem?’’
N:Aaaahhh,como a vida é engraçada...
Mais do que engraçada,é sacana!
D.O:Não entendo...
N:E nem precisa. – diz,se levantando e saindo pela porta.
Momentos depois...
J:E aí,cadê a menina?
N:Ela já foi adotada.
J:MAS QUE DROGA!
E A OUTRA?
NA FALTA DE UMA A GENTE PODE USAR...
N:Ela também foi adotada.
J:E POR QUE VOCÊ NÃO TROUXE QUALQUER OUTRA?
N:Ô SEU IDIOTA,SERÁ QUE VOCÊ NÃO VÊ QUE A MENINA TINHA QUE TER CINCO ANOS?SÓ TINHA UMA INDIAZINHA DESSA IDADE,COMO ELA IA SE PASSAR PELA NOSSA FILHA?
J:VOCÊ TÁ MERECENDO UMA SURRA PRA APRENDER A NUNCA MAIS FALAR ASSIM COMIGO!
N:NÃO,JÚLIO,NÃO! – grita,correndo desesperadamente até o banheiro do quarto de hotel.
J:VOLTA AQUI,VAGABUNDA!
Júlio adentra o banheiro e agarra o pescoço de Nara,jogando-a no chão.
Ele começa a chutá-la incessantemente,até que ela finge desmaiar.
J:Essas imbecis não aprendem nunca...
N:ISSO É O QUE VOCÊ PENSA,DESGRAÇADO! - grita,levantando e agarrando a tesoura que estava encima da pia do banheiro e cravando-a no peito de Júlio até que este caísse no chão sem vida.
Ainda ofegante,Nara olha o corpo imóvel do marido,se abaixa e lhe dá um selinho,seguido da frase:
‘’O amor te humilha.O ódio te embala.’’(Tirada do filme ‘’White Oleander’’)
Quem nunca aprendeu foi você,idiota.
Naquela mesma noite...
C:Vamos dormir,campeões! – diz,segurando um filho em cada braço.
CJ e P:Conta uma história,papai?
C:É melhor chamar a sua mãe,ela conta melhor,hã?
P:Mas só a Manu gosta das histórias da mamãe.
CJ:É,só tem princesas nas histórias dela.
C:Ah mon Dieu,tudo bem...
E que história vocês querem ouvir?
CJ:Uma de terror!
P:Éééé!
C:Mas assim vocês vão ter pesadelos...
CJ e P:Por favooooooor!
C:Tudo bem,mas não digam que eu não avisei.
Os meninos olham o pai atentamente,abraçadinhos e com os olhos arregalados.
C:Era uma vez...
P:Só história de menina começa com ‘’Era Uma Vez’’.
CJ:Éééé.
Claude coça a cabeça,tentando pensar...
C:Tudo bem,então...
Havia um príncipe...
CJ e P:Papai!
Príncipe?
C:Deixem eu continuar que o terror vai chegar,d’accord?
CJ e P:De acuerdo,papá.
C:Como é que é?
CJ e P:Foi o tio Miguel que ensinou a gente a falar espanhol.
Claude olha pra cima com cara de ‘’eu mereço’’ e volta a contar:
‘’Havia um príncipe francês muito elegante e bonitão...
HAHAHAHAHAHAHAHAHA... – riem os meninos.
C:Do que vocês estão rindo? – pergunta,com ‘’cara de goiaba’’.
CJ e P:De nada,papai... – respondem,tapando as bocas com as mãozinhas.
C:Bem,esse príncipe havia encontrado uma bruxa muito má que o transformou num ogro mal-humorado e feio.
Ele continuou daquele jeito por muito tempo,até que um dia encontrou uma princesa...
CJ e P:Dãããããããã...
C:Psiu,deixem eu continuar,hã?
Mas aquela não era uma princesa comum...
Ela tinha um sorriso mágico.
CJ e P:Um sorriso mágico? – perguntam,com os olhinhos atentos.
C:Isso mesmo.
E a cada sorriso que ela dava,o feitiço que a bruxa má havia lançado sobre o príncipe ia desaparecendo,até que um dia a princesa e o príncipe se abraçaram,e aí ele ficou totalmente livre do feitiço da bruxa má.
CJ:Isso não foi uma história de terror,foi uma história de menina!
P:Ainda bem que foi um abraço,e não um beijo...
CJ e P:Eeeeeeeeeecaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa...
CJ:Aí sim,seria terror.
Claude ri dos meninos,pensando que em alguns anos eles iriam pensar de forma totalmente diferente.
C:Bom,agora vamos deitar! – diz,deitando-os e cobrindo-os,dando um beijinho na testa de cada um.
Enquanto isso,no quarto ao lado...
R:Você tem que tomar o remédio,meu amor.
É pro seu bem.
M:Só se depois você me contar uma história.
R:Combinado. – diz,dando o remédio pra menina.
M:Agora conta.
R:Era uma vez uma princesa que vivia muito triste,porque um ogro tinha feito muito mal pra ela,até que um dia ela encontrou um lindo príncipe francês...
M:Como o papai?
R:É,como o papai.
No começo,o príncipe parecia só mais um entre vários,até que a princesa descobriu que ele tinha um olhar mágico.
M:Um olhar mágico?
R:Isso mesmo.
E a cada olhar mágico que o príncipe lançava sobre ela,menos tristeza ela sentia,até que um dia,ele lhe deu um abraço mágico,e aí ela ficou totalmente livre da tristeza causada pelo ogro.
M:Acho que deveria ser um beijo mágico... – diz,com cara de desdenho.
R:É que quando o beijo mágico veio,o abraço mágico já a havia curado.
M:Humm,entendi...
E eles foram felizes pra sempre?
R:O pra sempre ainda não acabou,meu amor. – diz,sorrindo e acariciando o rosto da filha.
Num quarto um pouco mais distante...
E:Papai,quando eu vou ter uma mamãe?
M:Não sei,meu amor.
Por que isso agora?
E:É que eu queria que a Serafina fosse a minha mãe.
Por que você não casa com ela?
M:Porque essa princesa já tem um príncipe,meu amor.
E:Mais bonito que você,papai?
M:Claro que não,filha.
Seu pai é um príncipe cubano elegante e bonitão,enquanto o outro é um francês azedo com cara de goiaba.
HAHAHAHAHAHAHAHAHAHA...- ri a menina.
M:Mas tudo bem,porque eu já tenho a minha princesinha. – diz,beijando a testa da filha.
No dia seguinte,na delegacia...
C:Por que o sr. me chamou aqui?
Alguma notícia da minha filha?
D.:Não exatamente,mas podemos estar perto da verdade.
C:Mon Dieu,o que aconteceu? – pergunta,com os olhos brilhando,esperançosos.
D:Ontem à noite nós recebemos um telefonema de um hotel,avisando que uma mulher histérica havia matado o marido à tesouradas.
Chegando ao local do crime,constatamos que se tratava de Nara Paranhos de Vasconcelos.
C:Não me diga que o marido era...
D:Júlio Alves de Andrade.
C:Mon Dieu...
E onde ela tá?
Eu preciso saber da minha filha!
D:Eu não acho que ela vá lhe dizer nada.
C:E por que não?
E vocês,ainda não a interrogaram?
Ela tem que falar!
D:Mesmo que ela quisesse,eu duvido que poderia.
C:Não entendo...
D:A mulher está totalmente desequilibrada.
Teve que ser internada numa clínica psiquiátrica.
C:Em que clínica ela está?
D:Eu vou lhe dar o endereço,mas não tenha muitas esperanças de conseguir algo.
Momentos depois,na clínica...
‘’Ali.’’ – aponta uma enfermeira.
Claude ficou horrorizado ao ver a megera ali,toda descabelada,conversando com uma árvore.
C:Nara?
N:Olha,amiga,é ele!
O homem que roubou meu bebê! – diz,ainda voltada pra árvore.
C:Do que você tá falando,hã?
Foi você quem roubou meu bebê,e sabe muito bem disso!
N:Me abraça,Gertrudes,me abraça! – diz,abraçando a árvore.
C:Pelo visto não sabe... – diz pra si mesmo,abaixando a cabeça e respirando fundo.
Percebendo o estado de Nara,Claude muda de estratégia:
‘’Tudo bem,Nara.
Vamos conversar,hã?’’
Nara solta a árvore e se aproxima com cara de assustada.
C:Se você me devolver meu bebê,eu te devolvo o seu.
Que tal?
N:Seu bebê não tá comigo,eu não posso devolver,seu idiota!
C:Pois o seu também não está comigo,sua maluca!
N:TÁ SIM!!!
DEVOLVE MINHA FILHA,DEVOLVE!!!!!!! – grita,partindo pra cima de Claude.
Nesse momento,ele não pôde deixar de lembrar da cena exatamente igual que havia vivido com a esposa há anos atrás,quando esta também estava descontrolada pelo sumiço da filha.Isso o fez pensar que talvez Nara realmente tivesse uma filha perdida.
C:Calma,Nara,calma! – diz,segurando-a.
Neste momento,a enfermeira se aproxima com uma injeção,mas Claude faz sinal de que já está tudo bem.
C:Nara,por favor,se concentra...
Me diz onde os bebês estão,pra que eu possa buscá-los.
N:Meu bebê tá com você,seu infeliz.Eu deixei as duas no mesmo lugar,mas você tinha que adotar a minha filha?
Bela vingança a sua.
C:Aah,mon Dieu...
De onde você tirou isso,hã?
N:A diretora do orfanato com nome de santa me disse!
Minha filha foi adotada por você!
DEVOLVE!DEVOLVE!
Claude sentiu o corpo congelar.
Seria possível?
A menina que ele havia adotado e que já fazia parte de sua família era filha de Nara e daquele maldito infeliz do Júlio?
Ele não queria acreditar,mas tudo indicava que,apesar de louca,ela estava falando a verdade.
C:E a minha filha,o que você fez com ela? – pergunta,agarrando Nara pelos braços e sacudindo-a.
N:HAHAHAHA...
IDIOTA!
EU NÃO VOU CONTAR ENQUANTO VOCÊ NÃO DEVOLVER MINHA FILHA,ENTENDEU?
C:A MANUELA É MINHA FILHA,MINHA E DA ROSA!
VOCÊ A PERDEU QUANDO A ABANDONOU!
N:DIGO O MESMO PRA VOCÊ!
VOCÊ TAMBÉM PERDEU SUA FILHINHA QUANDO EU A ABANDONEI!
HAHAHAHAHAHAHA... – grita,pulando e dando voltas ao redor da árvore.
C:Isso é o que vamos ver. – diz,se afastando.
N:Você ouviu,Gertrudes?
Minha filha se chama Manuela. – diz,sorrindo e voltando a abraçar a ‘’nova amiga’’.
Apesar de acreditar no que Nara tinha dito,Claude precisava ter certeza,afinal,aquelas palavras haviam saído da boca de uma mulher desequilibrada.
‘’Ela disse que era um orfanato com nome de santa...’’ – pensava,enquanto dirigia.
Ao chegar em casa e contar tudo à esposa:
R:Meu Deus!
Eu não consigo acreditar nisso,Claude... – diz,apoiando a cabeça no ombro do marido.
C:Eu também não,cherie.
Mas tudo se encaixa.
Agora nós sabemos porque nossa filha tem essa doença tão terrível.
R:E a Vitória,Claude?
Como nós vamos reencontrá-la?
C:Não sei,cherie.
Mas nós vamos em todos os orfanatos do mundo,se necessário.
R:Nos ajude,minha Nossa Sra. da Achiropita...
C:É ISSO!
R:O que? – pergunta,levantando a cabeça do ombro do marido.
C:É isso,cherie!
Nossa filha tá no Orfanato da Nossa Sra. da Achiropita!
R:Meu Deus...
Será?
C:Só tem um jeito de ter certeza. – diz,puxando a esposa pela mão.

5 comentários:

  1. geeeeeeente!!! que legal!!!! essa novela tah demais!!! um drama suuper bem feito...e o claude fofo como sempre...alem de tudo ganhei uma chará!rsrs...essa MAnuzinha ai eh pior que eu ãhn?rsrs...quero mais!!!

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  2. A primeira vez que eu li esta parte da Gertrudes, ri litros. URCA é dez. Agora até desenho do Pica-pau me fará lembrar da novela kkkkkk

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  3. Manu. Se prepara que a sua chará será parte importante da felicidade de nosso casal. A história é linda

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  4. Fernanda ,como sempre nos surpreendendo. Vc aborda os asuntos de um modo muito interessante, parabéns!.Estou amando,fico a imaginar a cena no dia que Rosa descobrir que está tão próxima do seu tesouro a Vitória(Esperança).Vai ser muito lindo...

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  5. Mon Dieu! isso é que é realmente um caminho de espinhos! Mas acho que logo virão as flores, o sofrimento de Rosa não pode ser para sempre! Espero ansiosa pela continuação. Bjs.

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