quarta-feira, 13 de outubro de 2010

PAI HERÓI - CAPÍTULO VIII


As crises com Nuno, a indiferença de André, o decair de um mundo, das ilusões que até ali mantivera foram demais para Gilda. Não resistindo; sua saúde se abalou. Até que teve de ser levada para um hospital, e submetida a infindáveis exames. O diagnóstico veio, grave: Gilda era portadora de um aneurisma cerebral, devia ser operada sem demora.
André, através de Romão, ficou sabendo de tudo aquilo. Preocupado, quis vê-la, mas esbarrou na intransigência de Baldaracci, que chegou a colocar seus capangas no hospital, a fim de evitar sua entrada. Outra vez, Romão interveio e André se viu finalmente diante da mãe. Ficaram se olhando, por longos instantes; ela, tomada pela ternura; ele, pela comiseração que seu aspecto de fraqueza e fragilidade demonstrava.
- Oh, André... oh, meu filho... quis tanto te ver... vem cá - disse ela, por fim.
Abraçaram-se, ele tentando confortá-la:
- Puxa... que história é essa de doença agora, hein?
- Pra você ver.
Ele continuou:
- Quando via a senhora, dizia pra mim mesmo: minha mãe é um pedaço de mulher.
Ela sorriu, tentando disfarçar as lágrimas. Ele insistiu:
- Mas é mesmo... bonitona, sacudida.
- As aparências enganam, André.
- A senhora sente o quê?
- Muita dor de cabeça, viu? Desmaios, a troco de nada.
- Puxa vida! Meu avô tinha um santo remédio pra dor de cabeça. Deve ser enxaqueca.
- Sempre pensei que fosse. Mas, ultimamente, as dores se agravaram.
- Se Deus quiser, não há de ser nada grave.
- Tomara, porque, se eu ficar boa, vamos ficar juntos. Tenho muitos planos para nós dois.
Ele respondeu de modo simples mas incisivo:
- E eu pra senhora. Estou casado, mãe, estou me arrumando na vida. Minha mulher está me esperando e quando eu voltar a gente ajeita as coisas. Aí, eu busco a senhora pra ficar comigo uns tempos ou pra sempre, como a senhora quiser.
Ela se alegrou:
- Você, casado? De verdade? Jura?
- Juro, ora. Com Carina.
- Que bom... eu nem sabia... que bom...
- Acho até que a senhora vai ser avó - disse ele, cheio de orgulho.
- Acha? Não tem certeza?
- Deixei a .mulher lá com umas suspeitas. A senhora precisa é se levantar logo daí pra ir comigo pra junto de Carina.
Ela virou o rosto para o lado:
- Estou cansada, mas fique comigo.
- Não saio mais de junto da senhora, mãe.
Ela o encarou:
- Como disse?
- Não saio mais de perto da senhora...
- Pensei ter ouvido...
- Mãe?
- É... pensei.
- Pois ouviu direito.
Ela acariciou-lhe o rosto, emocionada, puxou-o contra si, abraçando-o e dizendo, baixinho, entre lágrimas:
- Meu amor... meu filho... meu filho...
E se deixaram ficar assim, como se o mundo, a doença não existissem para eles, nada mais importando, a não ser o sentimento que agora, finalmente, os unia.
César, cada vez mais inconformado em ter perdido Carina para André e em ver a desenvoltura com que este agia ao fazer negócios com os bens dela, compreendeu ter chegado às raias do tolerável.
Se não fizesse algo, o desespero, a inveja e o amargor o aniquilariam. Mas como proceder, o que fazer, se mal conseguia raciocinar?
Mais uma vez Baldaracci serviu-lhe de apoio, inestimável auxílio.
Já que não podiam atingir André (o que seria altamente comprometedor para ambos, quase infantilidade, pois todos os reconheciam como seus maiores inimigos), por que não atingir Carina? Seria golpe do qual André não sobreviveria, destruindo-se diante da impossibilidade de superá-lo.
Acordes sobre este ponto, o passo seguinte seria descobrir onde ela estava, o que, mesmo para César, senhor de mil artimanhas, não foi nada fácil. Então, vencidas as duas primeiras etapas, defrontaram-se com a última, mais delicada, comprometedora. Onde e como encontrar alguém de confiança capaz de matar Carina, sem deixar rastros e sem comprometê-los? Aqui valeu o satânico talento de Baldaracci. Ele entrou em contato com Titan (o último assaltante do supermercado ainda não apanhado pela polícia), contratando-o para o "serviço", mediante o pagamento de enorme quantia, que, aliás, correu por conta de César. Colocá-lo a par de detalhes que inspirassem a confiança de Carina, fazendo-o passar por amigo de André, instruí-lo, enfim, foi o mais fácil. E logo Titan partiu para Bariloche, levando no bolso gordo cheque, e na alma a intenção de eliminar alguém que nunca vira, para gáudio e satisfação de um homem que não se conformava em ver seu amor desprezado.
Apesar das desconfianças de Carina, Titan, utilizando sempre o nome de André e fazendo-se passar por seu amigo, conseguiu aproximar-se dela. Aquilo era fundamental para sua sinistra missão. Era necessário vê-la, conhecer seus hábitos, para ter certeza de que não falharia. Assim, ficou sabendo que Maria, a empregada, fazia compras, pela manhã, no lugarejo próximo ao chalé, enquanto Carina, para exercitar-se por causa da perna e da gravidez, caminhava pelas redondezas. Isolado, o chalé era o lugar ideal para que um atirador, de dentro dele, atingisse um alvo que se locomovesse pelas proximidades.
Determinando como procederia, Titan não perdeu tempo. Certa manhã, depois que as duas saíram, Maria para as compras, Carina para o passeio, correu para o chalé, levando consigo potente rifle com mira telescópica. Ajeitou a arma, acompanhou Carina, pela mira, até encontrar o momento e a posição ideal. Atirou, Carina caiu. Mas, para surpresa de Titan, a porta se abriu, Maria entrou (esquecera o dinheiro das compras, voltara para apanhá-lo, sem que ele a pressentisse).
- O que é isso? - gritou ela, espantada.
- Você voltou, sua cretina?!
- Você atirou!
- André mandou! Foi André que mandou! Eu não tenho nada com isso!
- André... mandou?! - repetiu ela, sem entender.
- Mandou! Ele mandou! Eu não queria! Ele mandou! Mandou!
Titan deu-lhe as costas, fugiu, em desabalada carreira. Atarantada; Maria ficou alguns instantes ali, sem saber o que fazer, até que, finalmente, correu em socorro de Carina. Ela estava apenas ferida num dos ombros. Maria a trouxe para dentro de casa. A partir daquele momento, as coisas se precipitaram. Carina, apavorada, fugiu com Maria para longe daquele lugar, primeiro de táxi, depois tomando um trem que as levou até Uruguaiana. E atônita, insistia em perguntar quem atirara, quais as razões, querendo o nome de quem pretendera matá-la. Pressionada, Maria não resistiu muito, disse-lhe o que sabia. Carina sentiu o mundo desmoronar a seus pés quando ouviu que André era o mandante do crime.

Novas maquinações

Apesar de a missão em Bariloche não ter sido cumprida a contento, César não vacilou em passar à etapa mais importante de suas maquinações. De forma hábil, conseguiu levar insuportável inquietação à família de Carina. Não era estranho que André, dispondo dos imensos poderes da tal procuração, continuasse a esconder o paradeiro de Carina? Por que fazia isso? Não a teria eliminado, depois de conseguir a procuração? Não seria esse o motivo básico pelo qual insistia em mantê-la no anonimato?
Tais argumentos podiam ser descosidos, frágeis. Mas, aos ouvidos de uma mãe, como Norah, inconformada, não querendo reconhecer que a filha simplesmente a evitava em busca de seus próprios caminhos, eles faziam sentido. E muito. Tanto que, em companhia do marido, Hilário, foi à polícia dar parte de André. Muito nervosa, mal pôde balbuciar, diante do delegado:
- Doutor... estou muito preocupada...
Hilário tentou acalmá-la:
- Norah, controle-se um pouco. Explique tudo com calma.
- Como... como mãe de Carina Brandão... estou aqui para denunciar as atitudes um tanto suspeitas do sr. André Cajarana, no caso do desaparecimento de minha filha. Sei que não tenho nada de concreto contra ele, mas, como mãe, estou desesperada. E esta foi a única forma que encontrei para aliviar um pouco minha tensão... vir aqui pedir todo o apoio da polícia para localizar minha filha.
O delegado explicou:
- Dona Norah, seu apelo é justo, mas, para a polícia agir, é preciso haver um crime. E no caso de sua filha não há indícios de nenhum. Trata-se apenas de uma pessoa que está no exterior e que não foi encontrada em sua residência. Pode acontecer dela ter viajado, pode estar se escondendo da família... Seria mais lógico que seu apelo fosse dirigido ao Itamaraty, não à polícia.
Hilário interveio:
- Um momento, senhor delegado. O caso de Carina é meio estranho. Minha mulher não explicou tudo. Ocorre que grande parte dos bens dela foi vendida por André.
- Como assim?
- Ele tem uma procuração dela que lhe dá poderes para isso. E desde que voltou se nega a nos dizer onde ela está.
- Mas por que ela confiou tanto nesse homem, a ponto de lhe dar uma procuração com tantos poderes? - indagou o delegado.
- Estão casados - respondeu Hilário.
- Segundo ele, casaram­se no Uruguai, no mês de outubro do ano passado.
Norah acrescentou:
- Eu creio que existem fortes motivos para a polícia suspeitar de um homem que põe fora uma grande parte do patrimônio da mulher que está desaparecida.
O delegado assentiu:
- De fato, a coisa aí muda de figura. Agora temos motivos de sobra para começarmos a agir imediatamente. Onde está o sr. André, neste momento?
- Parece que viajou ou disse que ia viajar para ir ao encontro dela, em Bariloche.
- Muito bem. Podem ir sossegados. Começaremos a investigar imediatamente.
Eles se despediram, O delegado chamou um detetive, ordenou que tratasse de localizar André Cajarana com a máxima urgência.

André em maus lençóis

De fato, André tinha ido a Bariloche. Cheio de paixão, contava reencontrar Carina, o amor sem o qual não podia mais viver. Mas o chalé estava ocupado por outra família.
Angustiado, começou a procurá-la, sem sucesso. Não conseguiu localizá-la em nenhum lugar. Revirou a Argentina e o Uruguai à cata de alguém que parecia ter-se evaporado. Voltou então ao Brasil, desorientado. A primeira conseqüência de tudo isso foi ser chama­do a prestar esclarecimentos à polícia. Mas, a partir desse momento, as coisas se complicaram. A imprensa farejou um escândalo, os jornais se encheram de manchetes, especulações, e acusações começaram a ser formuladas. André passou a ser tratado como o assassino da própria mulher.
Gilda, operada e já em casa, em convalescença (os médicos estavam extremamente inseguros quanto ao resultado positivo da intervenção), foi quem mais sofreu ao tomar conhecimento da posição do filho. O fato de ele ser apontado como assassino a entristecia profundamente, e a atingia em seu amor pelo filho. Precisava falar com ele, confortá-lo. Tentou ligar, da extensão telefônica de seu quarto. O aparelho estava ocupado. Ela reconheceu as vozes de Nuno e César. Curiosa, pôs-se a ouvir:
- César, eu queria me afastar dessa história - dizia Nuno.
- Baldaracci, se você não me emprestar esse dinheiro, estou perdido. O homem ligou de longe e fez ameaças. Ele tem consciência de que o serviço foi malfeito. Parece, no entanto, que tem nova pista de Carina. E quer fazer a coisa agora pra valer. Mas está exigindo mais dinheiro. Disse claramente que se eu não mandar ele põe tudo a perder. Se voltarmos atrás com esse rolo todo contra André, ele pode entornar o caldo. E nós estamos perdidos.
- Ma no, ma no! Que encrenca!
- Me faça logo o empréstimo e tudo fica bem. Agora não podemos mais recuar, temos de ir em frente.
- Ecco, enton passa por aqui que io lhe dou um cheque.
Gilda desligou, trêmula. Num relance, compreendeu tudo, a diabólica vileza de Nuno e César pagando um assassino para jogar friamente a culpa da morte de Carina sobre André. Tudo isso foi demais para ela, os joelhos começaram a tremer, a vista a se turvar, a garganta seca, sem voz; sentia-se na iminência de um desmaio. Como último gesto, pegou lápis e papel (adivinhava seu fim próximo) e escreveu algumas linhas. Amassou o papel na mão e gritou, antes de cair;
- Adélia!
Cirilo entrou no quarto, socorreu a mãe caída, pediu que chamassem um médico e ficou abraçado a ela, no chão. Ela lhe entregou o bilhete. De nada adiantaram os esforços dos médicos. Gilda enfraqueceu mais e mais e, por fim, morreu. Agora restavam dela apenas a lembrança, a saudade e terríveis palavras escritas no derradeiro momento e que diziam o seguinte:
Acabo de ouvir um telefonema de César Reis para Nuno. Estou assustada. Os dois tramaram a morte da mulher de André. Não posso acreditar. Mas eu ouvi César Reis pedir dinheiro a meu marido para fazer o pagamento a alguém que teria uma nova pista de Carina. Escrevo rapidamente, antes que...
Carina se instalou em Uruguaiana com a empregada e a encarregou de ir a Porto Alegre negociar algumas jóias, pois já estava sem dinheiro. Dois dias depois, a empregada voltou e Carina simplesmente tinha desaparecido. A empregada então foi à polícia, contou o que sabia. O delegado, do Rio, agora de posse de algo realmente concreto, indiciou André como autor do homicídio de Carina, abriu inquérito, intimou-o a depor.
-André, Carina Brandão está morta. Você sabe disso muito bem - disse ele, com ar severo.
- Absurdo! - exclamou André.
O delegado se voltou para um auxiliar:
- Urbano, faça entrar a testemunha.
O homem foi para outra sala, daí a pouco voltava, com Maria.
- Dona Maria! Onde está Carina? - perguntou André, no auge da agonia.
- O senhor sabe, não sabe? - respondeu ela, zangada.
- Eu sei?! Eu deixei a senhora com ela, quando voltei pro Brasil, e não vi mais minha mulher. Voltei lá e não a encontrei. A senhora é quem deve ter notícias dela.
- Eu tenho mesmo, seu André, tenho mesmo. O senhor nunca devia ter feito o que fez.
- O que foi que eu fiz?! O que quer dizer?
O delegado interveio:
- Vamos por partes. André, esta senhora procurou a polícia de Uruguaiana, no dia 24 de fevereiro, para dar queixa do desaparecimento de dona Carina Brandão, que se encontrava até esse dia naquela cidade. A polícia local se comunicou com Porto Alegre e com o Rio. Mandamos buscar dona Maria Vitória Herrera e ela vai nos dizer exatamente o que aconteceu com dona Carina Brandão, depois que o senhor voltou para o Brasil.
Maria disse:
- Um homem esteve lá, tempos depois que o senhor viajou, a mando do senhor. Disse que era seu amigo, estava de férias e trazia notícias suas. Sabia de tudo a respeito dela, de sua gravidez e tudo mais.
- Eu não mandei ninguém. Eu não sabia que ela estava grávida. Isso tudo é uma deslavada mentira! Uma mentira! – falou André, torturado.
Maria continuou:
- Dois dias depois, a gente pensava que ele tivesse ido embora, eu saí pra fazer as compras da semana e dona Carina foi dar seu habitual passeio pelas redondezas. Mas eu voltei, porque tinha esquecido o dinheiro e aí vi o sujeito atirando nela de dentro da casa. Ele ficou assustado quando me viu e fugiu, dizendo que tinha feito aquilo a mando de André. Socorri dona Carina e saímos dali naquele mesmo dia, quase na mesma hora. Passamos num médico meu amigo, na cidade. Depois, aluguei um táxi e fomos até Buenos Aires. Da capital, tomamos um trem que nos levou até Uruguaiana e ficamos num sítio, até o dia 20 de fevereiro.
- Por que deixou dona Carina sozinha?
- Ela estava com pouco dinheiro. Me pediu pra ir a Porto Alegre vender ou empenhar duas de suas jóias. Fui e, quando voltei, a casa estava vazia. Ela desapareceu, deixando todas as coisas dela. Sumiu só o pouco dinheiro que tinha e as jóias. Dei queixa à polícia e estou aqui pra perguntar ao senhor onde ela está.
André só foi capaz de balbuciar, com voz fraca, baixa:
- Não é possível. Isso não pode estar acontecendo...
O delegado falou:
- A conclusão que podemos tirar de tudo o que nos foi declarado é que esse homem, o Vidal, deve ter encontrado novamente a pista de Carina e... e feito o serviço, talvez.
- Mas quem é esse Vidal? - perguntou André.
- É o senhor quem vai nos dizer.
- Mas eu não sei! Não sei de nada! Eu não mandei matar minha mulher! Eu nem sabia que ela estava esperando um filho! Isso tudo não pode estar acontecendo, não pode!

Uma revolta filial

O caso de André estourou como uma bomba. Os jornais deram imenso destaque ao fato, e ele foi acusado de ser o mandante do crime. César e Nuno pareciam, assim, ter acertado em cheio a maneira de devolver a André o sofrimento e o desassossego que ele lhes causara. Nuno, porém, jamais podia suspeitar da existência do bilhete de Gilda. Cirilo mostrava-se ensimesmado, evitando sua companhia, tomado por intensa revolta. A coisa evoluiu a tal ponto que Nuno se viu compelido a forçar a situação, obrigando o filho, apesar de suas negaças, a dizer o que ocorria. Cirilo, então, abriu-se, dando vazão a seu asco, e responsabilizando o pai pela morte da mãe. Nuno, de início, ficou surpreso e receoso, mas logo conseguiu contornar a situação; apelou para artimanhas, mentiras, e envolveu o filho de tal maneira que Cirilo, querendo acreditar nele mais para aquietar sua consciência do que por qualquer outra coisa, acabou entregando o bilhete. Nuno, suspirando aliviado, destruiu aquela prova comprometedora. Mas, se a salvação viera por esse lado, por outro Cirilo perdera no pai a antiga fé, cega confiança; revolvia em seu íntimo as injustiças contra André, e começava a enxergar no pai uma outra face, oculta e tenebrosa.

2 comentários:

  1. Lembro dessa parte da novela! André sofria muito! Mas, Carina ficou bem e teve seu filho sem problemas. Bom recordar! Obrigada JE. Bjs.

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  2. Oi Je, desculpa só poder ler hoje o cap. Que pena agora que André se acertou com a mãe, ela ter morrido. Tomara que Cirilo ajude André de outras formas agora que ja desconfia de seu pai. Esse César cada vez sinto mais raiva dele. Pena que não recordo mto da novela.

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