quarta-feira, 2 de março de 2011

LOCOMOTIVAS - CAPÍTULO III - PARTE II


Depois de muito meditar a respeito, após saturar a pobre da Celeste com intermináveis conversas sobre o tema, Margarida tomou uma decisão: permitiria que Renata freqüentasse sua casa e que Netinho namorasse ali mesmo com ela. Chamou o filho e deu-lhe a notícia, prometendo que trataria a moça muito bem e que jamais lhe faria qualquer desfeita. Jurou que evitaria qualquer provocação, palavras maldosas, ou mesmo indiretas contra a pobre da Renata. Estava disposta até mesmo a oferecer-lhe um cafezinho fresco, quando ela viesse visitá-lo em casa. Nada de café requentado ou biscoito mofado.
Para Netinho, Margarida deu a entender que aquilo era um gesto generoso de sua parte. Uma demonstração de amor materno, grande como poucos neste mundo. Mas para Celeste contou a verdade toda: a presença de Renata era um mal necessário. A única maneira que ela encontrara de afastar a constante ameaça representada por Patrícia. Renata pelo menos era mais educadinha, menos saliente que a outra. Celeste ria por dentro porque sabia que, na verdade, Margarida queria dizer: Renata é menos bonita e atraente que Patrícia. Por isso mesmo, o filho tinha por ela menos interesse.
Na primeira noite em que Renata foi à casa de Netinho, pensou que ia sair com ele, ou, no mínimo, ficar namorando num cantinho mais escuro da sala, trocando carinhos e conversas sussurradas no sofá. Margarida, porém, obrigou­os a sentar na mesa da sala e ficar jogando buraco com ela e com Celeste. No meio da quinta partida tocou o telefone. Netinho foi atender. Era Patrícia:
- Quero te ver hoje de qualquer jeito!
- Hoje não dá, Cássio, tem visita em casa - tentava disfarçar Netinho, sentindo meia dúzia de olhos cravados em sua nuca.
- Sei, sei... tua mãezinha está aí do lado... Só me diz uma coisa. Dá pra você passar à meia-noite aqui em casa? Eu pulo a janela e te encontro no jardim.
- Hum... não sei se vai dar, Cássio....
- Me diz apenas sim ou não, seu covarde!
- Tá legal... um abração pra você, Cássio!
Voltando para a mesa, Netinho achou melhor falar qualquer coisa para afastar o próprio nervosismo.
- Era o Cássio! Me convidando pra jogar sinuca amanhã...

Fernanda nunca acreditou em nada. Para ela, macumba, ioga, Seicho No Iê, hare krishna e astrologia era tudo a mesma coisa: superstição pura. Mas a vontade de saber alguma coisa a respeito de sua verdadeira mãe era tão forte que aceitou a sugestão de Lurdinha e topou visitar a tal cartomante.
Kiki tinha ficado triste com ela por causa disso. Perguntou se ela não se sentia feliz como sua filha. E ela teve de explicar que não era nada daquilo. Que adorava Kiki e se sentia tão filha dela quanto a própria Milena.
- Sabe, Kiki, vocês me acham tão diferente, tão voluntariosa. Estão sempre implicando comigo, com as coisas que eu faço ou que deixo de fazer. Então eu quero saber de quem eu herdei o meu jeito de ser. Quero encontrar alguém que fale a mesma língua que eu, que tenha o mesmo tipo de sensibilidade. Talvez seja a minha mãe biológica.
Depois de irritar um pouco a cartomante com uma enxurrada de gozações e brincadeiras, Fernanda começou a prestar atenção nas coisas que a mulher dizia. Acertou duas ou três coisas de seu passado que a própria Lurdinha desconhecia. A moça devia ser mesmo muito intuitiva. Mas, quando chegou a hora de falar sobre sua verdadeira mãe, a mulher disse o maior dos absurdos:
- As cartas estão dizendo que sua mãe está viva. Ela mora no Rio de Janeiro mesmo, e nunca se afastou de você... sempre esteve a seu lado.

Pé ante pé, Netinho pulou o muro que separava a rua do jardim da casa de Patrícia. Será que ela lembrara de prender os cachorros? Era uma louquinha, mesmo. E se os pais acordassem? Mais louco ainda era ele de fazer tudo o que ela pedia. Ele não sabia dizer não, principalmente a uma mulher tão bonita e decidida quanto ela. Enquanto caminhava por entre os arbustos, pensava na diferença social que o separava daquele mundo. Seu apartamento inteiro cabia só na piscina. No seu dia-a-dia, ele só via o verde quando a mãe fazia salada. Agora, caminhava entre ciprestes majestosos e cedros seculares, pensando que aquele quintal era uma espécie de jardim botânico. Se o pai de Patrícia estava com problema de dinheiro, por que não vendia aquela mansão?
De repente sentiu um corpo que batia contra o seu. Sem condições de reagir, caiu ao chão engalfinhado com a pessoa que se jogara contra ele. Rolaram algum tempo pela grama antes de ele perceber que se tratava de Patrícia. Abraçaram-se num beijo interminável. Depois, ela foi direto ao ponto:
- Chamei você aqui porque tenho uma proposta pra te fazer.
- Tomara que não seja uma loucura...
- Claro que é, Netinho... Na vida, só a loucura vale a pena.
- Fala sério, Patrícia.    .
- Tá legal... quem tá ficando louca de verdade sou eu... presa o dia inteiro nesta casa, esperando o meu querido pai me rifar para o primeiro milionário que queira me levar pro seu harém...
- Está brincando!
- Não estou, não! Ele vive falando em me entregar para um tal de Marco Aurélio, só pra salvar a indústria dele da falência... É por isso que eu quero me casar com você. Topa?
- Casar? Assim, sem mais nem menos? .
- Você não me quer?
- Claro que eu quero... mas seu pai nunca vai deixar... Ele não quer te casar com um milionário? Eu sou o maior dos pés-rapados!
- Eu falo com ele e ele acaba consentindo...
- Eu não acredito... Ele nunca foi com a minha cara.
- Então, fica combinado: eu falo com ele e você fala com sua mãe. Garanto que a dona Margarida vai ser mais difícil de dobrar do que o meu pai...
Sem querer, Netinho ia concordando com tudo o que Patrícia dizia. No final da conversa, os dois já tinham firmado um pacto e prometido enfrentar os pais. Antes de pular o muro de volta, Netinho se lembrou de um detalhe:
- Escuta, Patrícia... do que é que a gente vai viver, hein?
- Depois a gente pensa sobre isso... Vai embora, acho que ouvi um barulho.

No dia seguinte, Margarida começou a insistir para que Netinho ficasse noivo de Renata. Afinal, não ficava bem nem para eles nem para a moça namorar assim em casa, sem que se oficializasse a situação. Netinho nem acreditava. As conversas da mãe só giravam em torno disso e ele não tinha nenhuma oportunidade de introduzir o plano que acertara com Patrícia. Na verdade, não estava apaixonado por nenhuma das duas, e a insistência da mãe acabaria por vencer sua natural tendência para a inércia.
Entre as duas, Netinho se sentia mais seguro ao lado de Renata. Ela lhe acalmava e poderia viver com ele uma existência pacata e tranqüila. Já Patrícia, apesar de atraí-lo muito, não combinava com seus sonhos de um futuro sem atribulações e crises emocionais. Renata era a calmaria e Patrícia, um furacão.
Tentou conversar com Celeste sobre isso, mas não conseguiu. Ela se recusou a dar palpites e parece até que ficou de mau humor, quando Netinho insistiu em saber sua opinião sobre qual das duas seria melhor como esposa. De­pois Celeste se desculpou, dizendo que eram saudades do irmão que ela não via há anos. Mas a verdade é que aquele tipo de confidência era demais para ela, que começava a gostar cada vez mais dele.
Um dia Patrícia ligou cobrando a conversa dele com a mãe. Netinho disse que ainda não tinha encontrado jeito de entrar no assunto. Do outro lado, a moça virou fera. Gritou ao telefone, dizendo que já tinha falado com o pai e, como resultado, estava proibida de sair de casa por um mês inteiro. Um mês sem praia, sem cinema, sem festas, sem nada. Tudo por causa dele, que não passava de um covarde, um filhinho de mamãe.
Era difícil de acontecer, mas naquela hora Netinho se enfureceu. Berrou meia dúzia de palavrões para Patrícia e bateu o telefone. No mesmo instante ligou para Kiki marcando uma hora para conversar muito a sério com ela sobre Renata. Antes de sair, deixou um bilhete para a mãe, em que dizia:
Ok, mãe... você venceu... fui até a casa da dona Kiki para dizer que eu quero ficar noivo dá Renata. Está bom assim? Beijos do seu Netinho.

O triângulo Milena-Fábio-Fernanda continuava na mesma situação. Fernanda corria atrás de Fábio o dia inteiro. Interrogava sua secretária, convidava sua filha Lia para passear e assim tentar descobrir algum segredo a mais, e, sempre que podia, ia visitá-lo no escritório, no Fórum, e até mesmo em sua casa. Fábio, por sua vez, ao mesmo tempo em que criticava a atitude infantil de Fernanda, acabava fazendo quase a mesma coisa, mas para Milena. Parava na porta do instituto para esperá-la na saída, telefonava praticamente todas as noites para sua casa e, muito freqüentemente, resolvia almoçar na mesma lanchonete onde ela costumava fazer suas refeições. Só mesmo Milena não fugia de ninguém, a não ser de si mesma e de todos os seus inconfessáveis segredos.
Mas, como sempre, o destino viria a romper com o equilíbrio desse triângulo, introduzindo mais uma personagem na história: Zé Tião, irmão de Celeste, que, sem avisar, desembarcou no Rio de Janeiro, diretamente do Uruguai,
Tão logo chegou, já causou tumulto. Desceu do avião na frente de todos os outros passageiros, derrubando tudo o que havia por perto. Tinha pressa de pegar um táxi e chegar até o apartamento da irmã, que não via há mais de dez anos. Estava certo de que iria fazer a ela uma grande surpresa...
E assim foi. Celeste estava em casa, com Milena e Sílvia, quando a campai­nha soou. Ela foi até a porta e, ao abrir, mal teve tempo de ver quem era o homem que a abraçava e rodopiava.
- Peruana, voltei! Quase morro de saudade, mas cheguei bem vivo!
Milena e Sílvia se entreolharam, tentando segurar o riso. Não era todos os dias que se via um homem de quase dois metros de altura, com botas de couro, chapéu de cowboy, camisa xadrez e lenço vermelho amarrado no pescoço... principalmente no verão de quarenta graus do Rio de Janeiro...
- Puxa, Zé Tião! Como você mudou! - dizia Celeste enquanto ajudava o irmão com as malas.
Zé Tião parou, emudecido, quando viu Milena. Todos perceberam sua mudança., Sílvia resolveu quebrar o gelo.
- Ô, Celeste, não vai nos apresentar o irmão?
- Ah, eu nem me lembrei... Zé Tião, esta aqui é a Milena, e esta é a Sílvia. As duas são maravilhosas, como sua irmã...
Zé Tião tirou o chapéu e, segurando-o contra o peito com a mão esquerda, ajoelhou-se diante de Milena, pegou-lhe a mão e a beijou demoradamente, Sílvia não se conteve e começou a rir. Ele a cumprimentou com um forte aperto de mão que lhe comprimiu os dedos e os anéis numa massa só.
Milena foi a primeira a se levantar, seguida de Sílvia.
- Bem, Celeste, eu vou deixar você a sós com seu irmão... Depois de dez anos vocês devem ter muito o que conversar...
Após as despedidas, elas saíram. Zé Tião Ficou mudo, imóvel, vendo Milena sair. Assim que ficou a sós com Celeste, recuperou a cor e a fala.
- Mana! Esta é a peruana mais linda que eu já vi desde que me apaixonei por uma gueixa em Hong Kong... Como é o nome dessa mulher?
- Milena. E já vou avisando que ela é apaixonada pelo Fábio, irmão daquela outra que estava aqui, a Sílvia ... Muito cuidado, Tião!
- Cuidado! Eu é que entendo de cuidado! Vai tocar cinqüenta mil bois com chifres, pra tu ver o que é cuidado! Mas essa mulher é de deixar qualquer gaúcho entupir a bomba do mate, tchê... Que pinta!

A história de Zé Tião era curiosa. Tentara de tudo para ganhar a vida. Vendeu sanduíches naturais nos anos 60, foi jogador de futebol semiprofissional, cantou em boate, montou um bordel e embarcou num cargueiro para Hong Kong lavando convés. Enfim, já conhecia boa parte do mundo, aquela parte central que fica entre a fina flor do baixo meretrício e os píncaros da mais alta sociedade burguesa. Hoje, era dono de uma fazenda no Uruguai, onde vivia com seus empregados e suas cinqüenta mil cabeças de gado.
Não tinha muita sorte com mulheres, apesar de ter experimentado casos amorosos com mais de mil. Mas não se recordava de nenhuma paixão tão súbita, violenta e avassaladora como a que estava lhe acontecendo agora, desde que vira Milena. Agindo com seu misto de impulsividade e espírito esbanjador, Zé Tião saiu de casa, pegou um táxi e perguntou para o motorista onde ficava a loja mais fina de jóias da cidade. O motorista o levou até lá e só faltou carregá-lo até a loja, para agradecer os dólares de gorjeta.
Na loja, Zé Tião comprou um colar todo em ouro branco, com dezenas de esmeraldas e diamantes de vários quilates, mandou embrulhá-lo. Em seguida, ligou para Celeste, pediu o endereço de Milena e mandou entregar o presente.

Depois de entregue a Adelaide, o pacote de Zé Tião, com o precioso colar, ficou em cima de uma mesa da sala. Fernanda foi a primeira a vê-lo. Pegou-o, tentou adivinhar o que tinha dentro. Perguntou a Adelaide para quem era e soube que era para Milena. Não precisou de mais nenhuma informação para tomar uma atitude drástica. Concluiu, com sua lógica de mulher apaixonada e ciumenta, que se tratava de mais um golpe de Fábio para reconquistar Milena. Enfiou o pacote na bolsa e foi até o escritório dele. Entrou sem a permissão da secretária, e invadiu a sala de Fábio, pisando como um soldadinho.
- Eu vim devolver o seu presente pra Milena! Ela já disse que não quer mais saber de você e eu não admito que você contrarie minha irmã!
Fábio supôs por um momento que estivesse sofrendo de alucinação ou um princípio de congestão. Afinal, tinha acabado de almoçar e estava quente.
- O que é isso? É um presente pra mim?
- Não se faça de cínico! Você mandou isso pra Milena!
- Engano seu. Eu não mandei nada. Mas alguém deve ter mandado. Vamos ver quem foi - e abriu o presente rapidamente, arregalando os olhos e abrindo a boca quando deparou com o colar, que valia mais que seu escritório.
- Tem um cartão aqui, diz "Com paixão à primeira vista, Zé Tião". Zé Tião? Quem é Zé Tião, Fernanda?
- Não faço, a menor idéia... pensei que o presente fosse seu...
- Pra você aprender que não é tão esperta quanto pensa, Fernanda! Você está se enganando comigo exatamente como se enganou com esse colar... e que colar, hein? Esse tal de Zé Tião deve ser um milionário pra mandar um presente de amor à primeira vista como esse aqui...
- É... Imagine o que ele não vai dar pra Milena no dia em que passar a noite com ela!             .
Fábio sentiu que o ciúme ia deixá-lo transtornado. Quem era esse tal Zé Tião, afinal? Será que era uma brincadeira de mau gosto de Fernanda e o colar era falso? Não... parecia verdadeiro demais...
- Fábio, eu queria saber como vai sua investigação sobre minha mãe... alguma novidade?       .
- Não... não... nenhuma - não conseguia deixar de pensar no colar, nesse Zé Tião e em Milena. Respondia apenas mecanicamente.
- Fábio, eu preciso que você descubra logo quem é minha mãe... eu estou ficando impaciente. Eu fui numa cartomante e, bem, ela me disse que minha mãe estava aqui mesmo no Rio. Você acha possível?
Fábio embrulhava o pacote novamente, pensando na figura de Zé Tião. Será que ele, além de rico, ainda seria bonito?
- Não... não é possível... - disse Fábio, sem perceber.
- Ah! Quer dizer que você acha que a cartomante estava errada?
Fábio percebeu a confusão de Fernanda.
- Eu não estou falando da tua mãe! Eu estou falando que não é possível que ele seja rico e bonito ao mesmo tempo, pô!
Fernanda guardou o pacote na bolsa, parou na porta e disse:
- Eu acho que você ficou louco - e bateu a porta.
Quando soube que Netinho ficara noivo de Renata, com anel, com festa e tudo, Patrícia sentiu vontade de morrer. Sabia que ele era inseguro. Mas nunca pensou que pudesse traí-la. Mesmo assim, chegou à amarga conclusão de que o amava. Antes não tinha muita certeza. Mas agora não havia dúvida: amava-o, e faria qualquer coisa para tê-lo de volta.
Ao mesmo tempo, sentia raiva. Não suportava viver naquela casa, com a mãe sempre tricotando e com o pai amargurado por causa de dinheiro e sempre impedindo-a de viver. Trancada no quarto por vários dias, chegou até a ter febre. Depois, entrou em depressão. Andava pelo jardim o dia inteiro, sempre sozinha e olhando para o chão.
Um dia resolveu reagir. Telefonou para suas amigas e ficou sabendo de todas as festas do mês. Foi até Ipanema e comprou o que podia de roupas novas. Depois resolveu telefonar para Paulo. Marcou encontro com ele naquela madrugada, no jardim de sua casa.
- Quero me casar com você!
- Assim? Sem mais nem menos? - perguntou Paulo.
- Fala baixo, senão você acorda os velhos...
- Só se a gente fugir, porque o teu pai nunca ia autorizar...
- E a gente ia viver do quê, Paulo? Me diz!
- Não tem problema. Eu posso trabalhar... Você me ajuda...
- O problema não é esse... é que a gente ia viver se escondendo...
- Só tem um jeito... eu vou tentar dobrar o teu pai...
- Ficou maluco...
- E vou falar com ele e explicar quem é minha mãe. Ele deve pensar que ela foi uma mulher da vida ou coisa assim. Deve ser um cara cheio de preconceitos... mas se a gente explicar direito, quem sabe ele entende...
- Está bem... eu vou dizer pra ele que você vem visitar a gente.
- Não fala, não. Eu venho de surpresa!

Um comentário:

  1. Cada capítulo melhor que o anterior! E muito engraçado, principalmente a chegada de Zé Tião, adorei o aperto de mão que ele deu em Sílvia, um legítimo quebra-ossos como se diz aqui no sul, rsrsrs. E a confusão causada pelo valioso colar, também foi hilária. Que história gostosa de ler! Adorei. Bjs.

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