terça-feira, 4 de dezembro de 2012

FIC - À PRIMEIRA VISTA - CAPÍTULO 35 - PARTE 1 - COLABORAÇÃO: SÔNIA FINARDI

CAPÍTULO XXXV – FÉ

Enquanto isso Nara recebia sua visita.
N: Você é louco? Sabe que horas são?
Sam: Hora de me encontrar com você, ruivinha. - E a olha descaradamente, dos pés à cabeça – Linda, essa sua camisola... o que ela está cobrindo deve ser mais interessante...
N: Mas você é muito cara de pau! Vir até aqui sem me avisar... com essa “cantada” barata de quinta categoria... o que o caseiro vai pensar de mim?
Sam: De você? Absolutamente nada... ele deve querer estar no meu lugar... Vamos entrar ou vamos nos acertar aqui fora mesmo? – Diz passando a mão pelo rosto dela e descendo pelo braço...
N: Eu não gosto de visitas inesperadas...
Sam: Ok! Pensei que você tinha pressa para saber o endereço do Júlio... Mas se não está mais interessada... Tenha um excelente fim de noite! Vira as costas e dá um passo em direção ao seu carro.
N: Espera! É claro que estou interessada... Entra, vamos conversar melhor...
Ele sorri cinicamente, ainda de costas pra ela, se volta, e diz:
Sam: Eu sabia... vamos nos entender muito bem, Nara!
Eles entram, Nara prepara um wisky para os dois. Entrega um copo para Sampaio e fala:
N: Então?  Cadê o endereço?
Sam: Quanta pressa, ruivinha... ele não vai sair de lá, tão cedo! Não sem os dólares e muito menos sem pagar a minha parte!
N: Eu tenho pressa... vou sumir daqui depois de me encontrar com ele...
Sam: E posso saber o motivo de tanta urgência?
N: Eu quero pedir um favor a ele... acabar com aquela  mulherzinha do Claude!
Sam: Nossa! O que ela te fez pra tamanha... crueldade? – Ele termina a bebida.
N: Ela existe! Só isso já me é um motivo suficiente! E eu quero ver o francês sofrendo com a morte da florzinha dele... Então, cadê o endereço ou o celular?
Sam: Não é assim que eu negocio... Primeiro vamos ao acerto do nosso combinado... Sem pagamento não há entrega de mercadoria... não vendo à prazo minha querida!
Nara dá um sorriso sarcástico:
N: O que eu não faço por uma vingança! E começa a afrouxar o nó da gravata dele, tirando o paletó, enquanto Sampaio a beijava, tocando-lhe por todo o corpo.
Um tempo depois, já na cama, Nara olha cinicamente pra Sampaio e pergunta:
N: Foi bom pra você?
Sam: KKKKK - Você é fantástica, minha ruivinha vingativa... Valeu por todas as letras desse endereço...  – Diz enquanto se levanta.
N: Então agora que já nos acertamos “financeiramente”, queira entregar a minha parte do negócio...
Ele pega um pedaço de papel do bolso da calça.
Sam: É aí que ele está. Essa casa era dos meus pais. Estava pra alugar.  Eu “emprestei” a ele. É um lugar calmo, gente simples. Um local que não levanta suspeitas... com a chegada de um casal... Claro que tem um custo... mas esse eu quero em dólares mesmo...
Ele estende a mão para entregar a ela e quando ela vai pegar ele recua...
Sam: Não tão fácil assim... Ele a puxa e beija violentamente, jogando-a na cama em seguida, pegando-a desprevenida...
N: Que isso!... Seu cafajeste! - Grita, colocando a mão nos lábios feridos... – Sai de cima de mim!
Sam: Mas não é assim que você gosta? Pelo menos, foi o que ouvi dizer... - E não deixa Nara responder...

D. Amália volta para a sala e conta dos gêmeos. Todos querem cumprimentar Claude. Frazão vai até o quarto.
F: Claude, o pessoal quer que você desça... pra te cumprimentar pelos gêmeos, mon ami.
C: Frazon... non to com cabeça pra isso non... Eu sei que é na melhor intençon de todos, mas eu quero ficar sozinho, hã? Eu preciso ficar sozinho...
F: Ficar sozinho não vai te ajudar em nada...
C: É só por um tempo, hã? Pede desculpas por mim, mon ami... e diz... sei lá, diz que eu dormi...
F: Tudo bem, meu querido. Eu falo com eles... qualquer novidade eu venho te chamar.
C: Merci, mon ami.
Assim que Frazão sai, Claude tranca a porta. Ele olha por todo o quarto, observando cada detalhe que Rosa havia incorporado ali; seus cremes, perfumes, fotos...
Ele caminha até a cama, e seu olhar encontra o livro que ela tentava terminar de ler, desde que se conheceram. Ele pega o livro e passa os dedos pela capa, como se estivesse acariciando Rosa...
“Eu comecei a ler um pouco antes de te conhecer... eu tinha mais tempo “livre”, se é que você me entende” – ele se  recorda de Rosa, falando sobre o livro, enquanto mordia o lábio ...
Claude se se joga de costas na cama, “abraçado” ao livro. Ao tombar sobre a cama, seu braço aperta o controle do som que reproduz o CD italiano que Rosa lhe dera...

Dolce amore mio


http://www.youtube.com/watch?v=GmtCIcRL_QQ

Em sua mente, os momentos que tivera com Rosa, como um filme, como um arquivo de imagens... só pensamentos...
... o dia que se conheceram,  a discussão... o beijo na escada....
... as mudanças que inventou na  restauração só pra  tê-la  por  perto mais tempo...
...  a primeira vez que ela dormiu em seus braços... ao som de uma música...
... o modo como ela reagiu por causa do vestido rasgado...
...  o casamento “in extremis”...
...  o passeio no Parque do Sol...
...  os bombons que repartiram...
...  a  revelação da história dela com Júlio e como ele cuidou dela ...
...  a   primeira vez que fizeram amor, a  maneira tímida com que Rosa se entregou...
...  as outras noites que tiveram... no motel,  as  reconciliações...
...  a recepção com os americanos...
...  a noite em que  a defendeu de Júlio...
...  os desmaios, enjôos... o  macarrão com geleia de goiaba...
...  o  fim de semana na casa... a chuva... a lareira...
...  a noite italiana onde Rosa se mostrou uma grande esposa-amante...
...  o seqüestro...
...  a notícia dos gêmeos...
Tudo junto e misturado às lágrimas de Claude. Ele se levanta, num sobressalto como se escutasse a voz de Rosa lhe pedindo ajuda... o livro cai e a capa se abre na primeira página, onde Rosa havia escrito algo que ele não lembrava muito bem... Ao pegar o livro ele lê:
"Para falar com Deus através da oração, não é preciso de fórmula alguma. Deixai que vosso pensamento fale, e Deus, que tudo vê e tudo sabe, saberá ouvir-vos e ajudar-vos."
*Trecho do livro "Laços eternos" de Zibia Gasparetto.
Ele fecha o livro, o devolve à cabeceira de Rosa e diz, num sussurro:
C: Mon Dieu, que meus pensamentos sejam  suficientes pra Te alcançar e merecer Tua ajuda... Protege Rosa... protege ela, por favor!
Ele vai ao banheiro, lava o rosto, desliga o som e volta à sala.
Ao mesmo tempo, em seu quarto no cativeiro, Rosa sonhava que estava perdida, presa em um castelo mau assombrado sendo perseguida por um monstro (Júlio, Nara) e pedia ajuda de Claude, seu eterno Cavaleiro...

Na casa de Coutinho, onde Nara estava...
Já amanhecia quando Sampaio finalmente se arruma. Ele olha sem nenhum sentimento pra ela e diz:
Sam: Nem pense em dizer ao Júlio que eu te dei o endereço. Não é só você que tem sede de vingança, meu bem! E obrigado pela noite, Nara! Foi o melhor Natal que eu já tive! Sabe... tenho que admitir que você é muito mais “divertida” na cama do que diz sua reputação...
Nara lança um olhar mortal pra ele e grita:
N: Sai daqui, seu CAVALO!
Sam: Vou entender como um elogio... afinal há alguns minutos atrás você pedia mais... - E vai embora, deixando Nara possessa.
Assim que os primeiros raios do sol invadem o céu, Nara se prepara para sua mais nova missão: convencer Júlio a acabar com Rosa.
Enquanto se maquiava em frente ao espelho, pensava:
“Não deve ser tão difícil conseguir isso... basta eu lembrá-lo de que ela é a culpada por ele ser pobre... ter ficado sem herança... ter perdido o pai e ter tido uma mãe vadia!”
“Ele é tão instável, tão dependente emocionalmente falando... e financeiramente também, claro – dá uma risadinha pra si mesma no espelho - que não vai aguentar o tranco dessa jogada...”
N: Nara, você é um gênio! Do mal, mas é gênio! kkkkkkkkkk

No cativeiro, Rosa acorda assustada e logo percebe porquê: o pouco que comera ameaça sair. Ela pula da cama, mas ao tentar abrir a porta, lembra-se que está trancada...
Ela começa a bater na porta e gritar:
R: Júlio, abre a porta! Por favor... eu não estou bem... preciso ir ao banheiro... urgente! Júlio... Júlio! Pelo amor de Deus... abre essa porta!
Ju: Pára de gritar, Serafina... Você quer atrair a atenção dos vizinhos??! Vai ser pior pra v... meus Deus o que você tem? Tá branca como papel...
Rosa não responde... sai correndo em direção ao banheiro...
Assim que melhora ela sai do banheiro e encontra um Júlio tão ou mais pálido quanto ela estava minutos atrás.
Ju: Tudo bem, Serafina? – Pergunta assustado.
R: Tudo... não se preocupe, que não vou morrer não! Foi só um enjôo matinal... mais um dos  tantos que tive... é normal numa gestação...
Ju: Calma...  desarme-se... eu realmente fiquei preocupado com você...
R: Se você realmente estivesse preocupado comigo, me deixaria ir embora... Eu para um lado e você pra outro... ninguém iria te achar...
Ju: Mas infelizmente você não vai... enquanto eu não tiver os dólares em minhas mãos...
R: Então eu acho que meus filhos vão nascer aqui... porque não tenho esse  dinheiro!
Ju: Chega, Serafina... eu tenho que sair... comprar algumas coisas... você precisa de algo?
R: Sim.. eu preciso ir embora, sair daqui, voltar pra minha casa!
Ju: Olha, eu vou deixar você solta pela casa... só por causa desse enjôo... Mas nem pense em tentar fugir ou pedir socorro! Tem alguns “amigos” meus aí fora! – Mente Júlio - Eu não demoro...
R: Não se preocupe... tudo que eu quero é deitar, pra ver se passa esse enjôo... sair  ou tentar fugir seria a última coisa que eu faria nesse estado...
Júlio sai e Rosa volta pra cama.
“Uma oportunidade destas se eu passando mal... Ai, filhotes! Que mãe vocês escolheram! Melhor a gente deitar e descansar... vai que ele sai de novo mais tarde...
Bom, eu vou cantar uma musiquinha pra vocês se acalmarem, oui?”
Rosa começa recitar:
Quero ver
Você não chorar
Não olhar pra trás
Nem se arrepender...
E acaba adormecendo, pois sua noite não fora nada confortável...
Do lado de fora da casa, Nara vê quando Júlio sai sozinho, e tem uma nova idéia.
“Hummm interessante... quando o gato sai, a ratinha aqui faz a festa... Ela deve estar sozinha... Tadinha! Eu mesma vou acabar com ela! E a culpa vai ser todinha do gato, quero dizer do Júlio...”
Ela espera Júlio se afastar da casa, procura a chave embaixo do vaso, onde viu ele colocando e entra.
“Que porcaria de casa - pensa olhando tudo em volta - aposto que nem suíte tem... mas pro bico da corticeira está bom demais...”
Ela anda sorrateiramente sem fazer barulho por toda a casa até encontrar Rosa no quarto dormindo.
“Tenho que fazer isso de modo silencioso... e sem deixar vestígios...” E fica alguns minutos pensando.
Então vai até o outro quarto e pega um travesseiro. Volta ao quarto onde Rosa dorme e chega bem perto dela.
“É hoje e agora que eu vou me divertir... vão ser dois prazeres: acabar com você, sua Bela idiota Adormecida e com a felicidade do Claude por tabela!”
Lentamente, ela vai descendo o travesseiro, até encostá-lo sobre o rosto de Rosa, que acorda assustada, grita e começa a se debater, tentando escapar das mãos de Nara, que paralisa ao ouvir a voz de Júlio bem atrás de si:
Ju: Nara?! O que você faz aqui?

Um comentário:

  1. Ta mara essa fic , estou contando os segundos para o proximo capitulo. Bjs Soninha <3

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