terça-feira, 18 de dezembro de 2012

FIC - À PRIMEIRA VISTA - CAPÍTULO 37 - AUTORA: SÔNIA FINARDI

CAPÍTULO XXXVII – QUASE O FIM

Na clínica, Claude aguarda do lado de fora da sala os exames feitos em Rosa.
Todos que estavam no local do cativeiro foram com eles até a clínica. E quem não estava também apareceu por lá: os americanos, Dadi, Ninica, Alabá, Antoninho, Colibri e Terezinha, Dino e o pessoal do casarão. E a imprensa querendo notícias!
Todos querendo ver Rosa. Era só confusão na recepção da clínica.
Claude andava impaciente de um lado para outro...
F: Francês, você vai afundar o chão desse jeito. Senta e se acalma...
C: Non consigo, Frazon. Quando lembro que Rosa foi ferida, que quase a perdi, ou melhor, que quase os perdi... Mon Dieu!
F: Mas acabou tudo, mon ami... Graças a Deus, acabou bem, apesar do ferimento dela. Ainda bem que foi só de raspão...
C: Mon Dieu! Esse exame non acaba mais... eu quero falar com Rosa, quero ficar com ela... com eles!
F: É meu querido! Você queria tanto um filho... vai ter logo dois... não economizou não, hem?
C: Ohhh, Frazon... non vou mandar você catar coquinho no Havaí, porque estou feliz, hã? Mas non abusa non...
Frazão sorri, se divertindo com a expressão de Claude...
Finalmente, o médico aparece.
Méd: Claude Geraldy? – Pergunta, querendo saber a quem se dirigir.
C: Sou eu, hã? Já posso ver Rosa? Tá tudo bem com ela, com os bebês?
F: Se você deixar o médico falar, vai ficar sabendo...
Med: Sr. Geraldy, pelo histórico de entrada, sua esposa está muito bem fisicamente; apesar de um pouco desidratada...Mas eu recomendo alguns dias de repouso, porque ela passou por uma situação de extremo estresse... portanto, ela vai ficar internada por uns três dias.
C: Três dias? Mon Dieu! Mais três dias sem Rosa...
Méd: Ela vai precisar de um acompanhante, pode ser o senhor... - diz o médico sorrindo. – Tenho certeza que ela vai concordar. Parece até que vocês combinaram o que falar desses três dias.
C: Eu posso vê-la?
F: Doutor, eu acho melhor liberar a visita, senão ele é capaz de invadir o quarto!
C: Frazon...
Méd. Pode entrar. Ela está a sua espera... Mas nada de exageros... ela precisa dormir... foi medicada pra isso...
Claude segue pelo corredor até o quarto, enquanto o médico é rodeado por todos, que querem noticia de Rosa. Ele bate à porta e entra.
C: Oi, chérie! – Diz se aproximando da cama e a olhando intensamente. – Eu tive tanto medo de perder você... non sei o que eu faria. Acho que enlouqueceria... non posso imaginar minha vida sem você.. sem eles... eu estou ton feliz, Rosa...- Diz tudo isso, enquanto a acaricia.
R: Então, porque tá chorando, hem? – Ela limpa as lágrimas do rosto dele - Quem é feliz tem que sorrir.
C: D’accord. – Ele sorri pra ela – Mas essas son lágrimas de alegria, mon amour... de felicidade... de alívio...de amor... - ele se aproxima dela e a beija, emocionado, com cuidado, descendo os lábios até seu abdômen e beijando-a ali também.
R: Eu também tive medo de nunca mais poder sentir seus carinhos, de morr..
C: Xiiiii – ele põe os dedos sobre os lábios dela –Non fale essa palavra, oui? Olha, o médico disse que você precisa descansar... dormir. Enton, fecha os olhos, eu vou contar uma história pra você.
R: Isso, vai treinando, meu amor.
C: “Era uma vez, num reino encantado, não muito longe daqui... uma princesa, que não sabia que era princesa. Ela vivia muito só... o nome dela era Serafina Rosa.”
Rosa abre os olhos, emocionada, surpresa!
“...Ela era, non, ela é muito bonita e tinha um jeito maluquinho de ser... Um dia, ela invadiu um jardim cheio de roseiras abandonadas e conheceu um príncipe – dá uma piscada de olho pra ela – chamado Claude Antoine...
R: Convencido! – diz, sonolenta, pelo efeito do medicamento, com um sorriso... que era o proprietário do lugar, uma pessoa sem rumo, perdida na vida... mas, esse encontro transformou a vida dele. Foi como o sol depois de uma tempestade...
Depois desse dia, a vida dele nunca mais foi a mesma, foi muito melhor chérie... dorme, descansa... eu vou estar sempre por perto... sempre..”
Rosa adormecera. Claude encosta seus lábios delicadamente sobre os lábios dela e se acomoda na poltrona ao lado da cama e fica observando o sono dela, até ele mesmo dormir, sem perceber...

Três dias depois, Rosa tem alta.
Claude se atrasa para pegá-la na clínica. São quase treze horas.
C: Perdon, chérie... perdon, crianças – Diz, dando um selinho em Rosa e  outro na barriga dela - O trânsito tá horrível, acho que todo mundo resolveu cortar caminho hoje... Vamos?
R: Vamos... Nem acredito que finalmente vou voltar pra casa!
Eles caminham pelo corredor da clinica. Rosa se despede das enfermeiras que cuidaram dela.
R: Você veio sozinho? Cadê Janete, Frazão? Meus pais? A Dadi?
C: Ah, chérie, eles non puderam vir, non. Parece que tinham um compromisso importante, inadiável. Non que você non seja importante pra eles.
R: Ah! Sei... Eu pensei que fossem estar aqui pra me acompanhar... – Diz, entristecida.
C: Mais tarde, com certeza eles passam por lá pra te ver, mon amour.

Eles chegam ao prédio.
No elevador, Claude abraça Rosa e a beija profundamente.
C: Eu estava morrendo de vontade de você, da sua boca, desse seu beijo.
R: Esqueceu da câmera de novo – Ela fala no ouvido dele.
C: Non... eu quero que todo mundo saiba que eu sou feliz, mas muito feliz mesmo com você... Ele a provoca falando pausadamente, bem encostado ao ouvido dela.
R: Ah é? Então, continua mostrando...
Ele volta a beijá-la, encostando-a na parede do elevador, e nenhum deles percebe que a porta se abre.
F: Opa! Meus queridos, eu sei que o amor é lindo, o de vocês ainda mais! Mas não dá pra demonstrar isso num lugar mais... reservado?
C&R: Frazão/on! Vai... - Começa a falar Claude
F: Já sei... catar coquinho no Alasca?!
C: Non... vai abrir a porta pra nós, oui?

Assim que entra no apartamento, Rosa é atingida por confete, serpentina e muita gente falando ao mesmo tempo:
T: Seja bem vinda, Serafina Rosa!
Todos estão por ali, para felicitar Rosa pela volta e pelos gêmeos, claro. Os americanos. A família de Rosa. Antoninho e Alabá. Freitas e Ninica. Janete e Frazão, Rodrigo e Dadi. Roberta telefona e cumprimenta Rosa também.
J: Rosa! Você foi notícia extraordinária em todos os canais de TV! Virou celebridade, viu?
R: Olha, Janete, isso é uma coisa que eu não quero experimentar nunca mais, amiga! E nem recomendo! srsrsr
Cartazes, faixas, flores, bexigas... a sala parecia um desfile de carnaval...
Dadi e D. Amália haviam feito um almoço pra comemorar o retorno de Rosa.
Rosa agradece a todos e eles passam o resto da tarde jogando conversa fora. Bem à tardezinha, Paulo e Suzana passam por lá também. Paulo se afasta e conversa com Claude.
P: Claude, assim que possível, Rosa e você têm que assinar alguns papéis na delegacia. Protocolos de inquérito, apenas...
C: Claro. E Nara, alguma notícia dela?
P: Depois que ela teve alta foi encaminhada à uma clínica, onde vai aguardar o fechamento do processo e o julgamento. O Estado nomeou um advogado pra ela, mas parece que o Coutinho já está mexendo os pauzinhos dele.
C: Mas é inacreditável, hã? Ele conseguiu se safar?
P: Por enquanto, Claude... por enquanto.
C: Tem uma coisa que eu non entendi... Quem atirou no Júlio, Paulo?
P: Pela análise da bala, realmente não foi um dos meus policias e tudo indica que era alguém a mando do traficante com quem ele se envolveu.
C: Lamentável esse fim que ele teve. Mas, como diz meu amigo Frazon: “Quem brinca com fogo, acaba se queimando”.
Aos poucos todos vão se retirando. Dadi, com ajuda de Rodrigo, e D. Amália, que insiste em ajudar, organizam e limpam tudo. Quando tudo está novamente em ordem, D. Amália e S. Giovanni também vão se despedir de Rosa.
R: Pai, mãe esperem... eu quero falar com vocês.
Am: Filha, você precisa descansar, acabou de sair do repouso e está a tarde toda pra lá e pra cá...
G: É, Serafina... descansa, filha.
R: Eu descanso depois. Preciso falar com vocês, pedir desculpas. Não, desculpas não! Preciso pedir perdão. Eu fui injusta, falei muita coisa sem pensar, magoei, feri vocês. Fui tola. Atirei em vocês toda minha raiva pelo Júlio. Enfim... mãe... pai... vocês podem me perdoar?
G: Serafina, filha mia, porque você sempre foi e sempre será nostra filha, per favore non parla cosi.  No há nada pra se perdoar. Io devia ter te contato tutti desde bambina.
Am: Filha, não faz a gente chorar agora. Hoje é pra ser só alegria. O que passou, passou. A gente sempre faz as coisas pensando em acertar, Serafina. Não existe um manual com instruções do que deve ou do que não deve ser feito pelos filhos, você vai ver, vai sentir. A gente sempre faz o que faz, pensando ser o melhor. A gente faz o melhor que pode naquele momento...
Eles se abraçam, emocionados. Só então Claude se aproxima.
Am: Dr. Claude, filho, esse é um abraço coletivo, de família... O senhor não pode ficar de fora!
Algum tempo depois, eles vão embora.
Claude e Rosa ficam se olhando, de mãos dadas, um de frente pro outro, no meio da sala.
C: Cansada, chérie?
R: Exausta! Mas feliz!
C: O quanto você está feliz, mon amour? – Ele acaricia o rosto dela.
R: Muito! Por vários motivos.
C: E eu posso saber que motivos son esses? - Ele a abraça e ela encosta sua cabeça em seu peito.
R: Pode. Por estar em casa, por ter falado com meus pais, por saber que posso andar por aí sem medo e sem seguranças me vigiando.
C: Só? Non tem mais nenhum outro motivo pra sua felicidade?
R: Mon Dieu! – Ela imita ele – Como pude esquecer? Os bebês! É tanta felicidade, que dá até medo. - Ela se faz de desentendida.
C: D’accord. Quer dizer, enton, que eu non faço parte de sua lista de felicidades? - Ele se aproxima dela, muito perto. E se inclina como se fosse beijá-la. Rosa apenas fecha os olhos, esperando sentir os lábios dele sobre os seus. - Que pena! – Diz se afastando um pouco e sussurrando em seu ouvido - Eu tinha planos secretos, só pra fazer contigo... – Sorri, ao ver a carinha de Rosa, decepcionada, sem o beijo.
R: Você não pode fazer isso comigo! Eu... eu não posso passar vontade, sabia?
C: E você tá com vontade? De que, chérie? – Pergunta maliciosamente.
R: Porque você não vem descobrir? – Ela vai andando de costas e subindo a escada - enquanto vai tirando os sapatos, soltando os cabelos...
Assim, que ela entra no quarto, para; encantada com o que vê... Na parede, uma grande reproduçao da mesma foto deles no Parque Por do Sol, que ela havia colocado no baú, “emoldurada” por rosas vermelhas com a frase:

“Você é o amor DA minha vida! Guardou em si o maior tesouro do nosso mundo”

Então, ela sente os braços de Claude rodeando sua cintura. Ele passa seu rosto contra o rosto dela, provocando arrepios, com sua barba.
C: Non coube no baú... enton, coloquei na parede mesmo... mas, porque você tá chorando? Quem é feliz tem que sorrir.
R: Ficou lindo... - Rosa se volta pra ele, dentro do abraço, com os olhos úmidos – Deixa eu te mostrar o quanto eu estou feliz... e com saudade de você, do seu corpo colado no meu...

Depois do banho, eles descem.
D: Aconteceu alguma coisa, D. Rosa, a senhora não tá bem não? Dadi estranha os dois a essa hora em pé.
R: Eu tô ótima, Dadi! Claude que tá muito engraçadinho, hoje... me derrubou da cama, Dadi!
D: Dr. Claudes! D. Rosa não pode cair não! O senhor esqueceu que ela tá grávida?
Rosa não contém um sorriso.
C: Rosa!? Você fala essas coisas, a Dadi leva ao pé da letra, hã? Que ela vai pensar de mim?
R: “Ops”... Era pra ser uma piadinha estilo Frazão... desculpa... eu te magoei?
Claude cruza os braços, vira os olhos, respira fundo e:
C: Isso foi muito feio, chérie... isso se chama vingança e non teve graça... Esses seus hormônios, ainda non se acertaram, hã?
R: Eu achei muito engraçado! E meus hormônios estão ótimos! Vem, eu quero tomar café com você... estamos morrendo de fome... tem muiiita coisa pra gente conversar e fazer.
C: Mon Dieu... ainda tem seis meses pela frente... - Fala baixinho.
R: Eu ouvi isso, Dr. Geraldy.
Dadi, que só olhava de um pra outro, pensa:
“Enfim... nada como voltar à vida normal... na paz e na harmonia do lar!  rsrsrsr”

Depois do café, Claude e Rosa resolvem sair, sem destino, apenas curtir um dia sem preocupações.
Eles vão até o casarão e acabam almoçando por lá e aproveitando a presença do Colibri, Claude já antecipa suas idéias pra ele, que super feliz aceita o convite.
De lá, Claude resolve ir ao shopping.
C: Enton, chérie? Vamos? A gente pode pegar um cineminha e namorar um pouquinho, hã?
R: Hummm... pegar um cineminha vai ser difícil, amor.
C: Por quê? Tem muitos filmes estreando... você escolhe, oui?
R: É que o cinema tá tão bem feitinho... não tem como segurar ele e pegá-lo! Rsrsrsrsrs
C: Mas, que bonitinha! Uma graça... não sabia dessa sua veia cômica, mon amour... Non vou mais deixar você perto de Frazon... Tá pegando essa mania de fazer piadinha de tudo.
R: Desculpa... não resisti... você estava tão sério... eu prometo que vou me controlar. Além do que, foi você quem começou com isso hoje de manhã!
C: Mon Dieu! Você ainda non esqueceu aquilo, hã? Non me perdoou...
R: Claro que perdoei! Você até tomou banho comigo...
C: E me comportei, non foi?
R: A-há...
C: A-há? Eu vou querer um prêmio por isso... um incentivo, chérie...
R: Vou ver... se até o fim do dia você continuar se comportando bem, aí eu posso premiar você... rsrsrsr
Eles chegam ao shopping e escolhem uma sala de cinema. Rosa escolhe um filme de ação, para agradar Claude, mas durante o filme algumas cenas a fazem se lembrar do que passou e ela tenta não demonstrar, tenta desviar os olhos da tela e os pensamentos da cabeça. Mas, seu corpo não consegue obedecê-la e sua mão, que estava enlaçada à de Claude, acaba denunciando seu estado.
C: Rosa? Que foi, hã?
R: Nada... – Ela sorri pra ele.
C: Nada? Você tá tremendo, sua mão tá fria e apertando a minha. Esse filme non tá te fazendo bem. Por que você escolheu ele?
R: Eu queria te agradar, eu sei que exagerei hoje de manhã. E não achei que esse filme fosse me abalar tanto.
C: Enton, vamos sair.  Você non pode ficar assim, non vai fazer bem pra eles, hã? Nem pra você!
R: Mas o filme tá na metade ainda e eu sei que você gost...
C: Deixa eu te agradar também, chérie – ele se levanta – Vem... vamos passear pelo shopping...
Eles saem da sala e começam a andar pelo shopping. De repente, passam em frente a uma loja infantil.
C: Quer comprar alguma coisa pros nossos filhos, chérie? Você tá ton encantada olhando a vitrine! – Ele acaricia sua face.
R: É tão bom, tão gostoso ouvir você falar assim: “nossos filhos”. A gente nem falou sobre eles ainda... Queria tanto ter estado lá quando a “mamãe cegonha” foi entregar a sua encomenda.
C: Aquilo... foi idéia sua, non? Eu tava ton desnorteado, ton desesperado pra falar contigo, que quase expulsei a moça... mas, quando ela falou “Enviado por Serafina Rosa Petroni Geraldy, em nome de Mamãe Cegonha” uma luz acendeu em meu cérebro...
R: Era pra ser uma cena alegre... uma doce mensagem de amor... uma noite perfeita... mágica.
C: Só non foi perfeita, porque você non estava lá. Mon Dieu! Chega de recordações tristes. Vamos comprar umas coisinhas, depois pra casa, oui? Aí a gente fala mais dos “nossos filhos”. Eu acho que vai ser um casal e você?
Eles entram na loja e Claude começa a separar várias coisas, tudo em dobro, deixando a atendente perdidinha e Rosa surpresa com os palpites dele.
C: Non... essa cor non... é do time rival, hã? ... Hummm... mas é ton pequeno, tem certeza que vão servir ?... Non...  nada de tudo azul e rosa... non gosto disso... eu acho preconceito com as outras cores,  d´accord?... Rosa, me ajuda! Non fica só olhando, chérie.
Rosa se diverte com a maneira de Claude e eles passam algum tempo na loja. Rosa tem que controlar a ansiedade dele, pois, por ele levariam a loja toda. Mais tarde, já em casa...

Um comentário:

  1. Soninha esse capitulo foi incrivel , o Claude vai ser um grande pai , e a Rosa com suas piadinhas eu ri muito

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