quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

FIC - À PRIMEIRA VISTA - CAPÍTULO 38 - AUTORA: SÔNIA FINARDI

CAPÍTULO XXXVIII - QUANDO DOIS FORMAM “UM”

D: Deus do céu, D. Rosa! Compraram a loja toda, foi? – Pergunta Dadi, diante de tantas sacolas.
R: O Claude, Dadi! Tudo que via, queria comprar e, olha, foi difícil parar nisso que você tá vendo.
Claude se aproxima das duas. Para em frente de Rosa, faz uma careta pra ela e diz, olhando para a barriga dela:
C: Crianças, non escutem o que elas dizem... tudo invençon, hã?
R: Não é não, crianças! Seu pai é um exagerado! São só dois, Claude, e você queria comprar tudo em dobro pra cada peça! Rsrsrsrs
C: “Só dois”? Hummm, da próxima vez, enton, vamos tentar três... ou quatro, que tal?
R: Claude! Olha a Dadi.
D: Liga não, D.Rosa, que não tô ouvindo nada, visse?
R: Dadi, eu vou deixar tudo aqui. Essas sacolas de roupinhas, depois eu tenho que lavar.
D: Oxe, D. Rosa... eu cuido delas... lavo, passo, tudo bonitinho, visse?
R: Obrigada, Dadi... eu sei que isso não é serviço seu.
D: Faço questão, D. Rosa.
R: Então, obrigada de novo! Ah, Dadi! Não precisa fazer nada pro jantar. A gente comeu por lá mesmo. Mais tarde, eu como uma fruta, ou um lanche... Considere-se dispensada.
D: Sim, senhora. Mas não deixe de comer alguma coisinha mais tarde.
C: Rosa, vamos subir? Você precisa descansar, hã? Andamos muito pelo shopping – Ele pega Rosa pela mão e vai andando pra escada.
R: Claude! Eu tô grávida, não doen... Ai, espera, espera... ai! ai!
C: Que foi, chérie... onde tá doendo? – Claude fica nitidamente pálido, enquanto fala.
R: Calma, amor! É só uma cãibra... mas, dói muito... Não dá pra eu andar... espera...
C: Non falei? – Ele diz, ao mesmo tempo em que a pega nos braços - Acabou a diverson... pro descanso! E a leva para o quarto, aliviado por ser somente uma cãibra.

No quarto, ele coloca Rosa na cama e tira os sapatos dela, ajeita os travesseiros...
C: Sabe que non é a primeira vez que faço isso? – Ele mexe nos cabelos dela. Colocar você na cama, tirar seus sapatos... Só que na primeira vez, não foi nessa cama.
R: Não... E eu não estava grávida e nem com uma cãibra horrível!
C: Non passou ainda? Enton, eu vou fazer uma massagem em sua perna.
Ele pega o creme que Rosa usava e antes de começar a espalhar o creme nas pernas dela:
C: Chérie, melhor você tirar a saia... o creme pode sujá-la, hã?
R: Então, me ajuda... tá realmente doendo muito... – Ela desabotoa a saia e ele a ajuda a tirá-la.
C: Deita mais na cama... relaxa chérie... É só massagem mesmo, oui? Eu non me aproveitaria de você assim.
R: E quando você se aproveitaria de mim?
C: Mais tarde eu te mostro, d’accord? Quando você puder se movimentar sem problemas...
Então ele começa a deslizar suas mãos pelas pernas dela, massageando desde os pés até as coxas.
R: Hummm, isso tá muito bom... não para não...- Ela fecha os olhos – Claude, por que você acha que é um casal?
C: Non sei... apenas sinto, mon amour. Eu estava lendo e no seu próximo ultrasson já vai dar pra saber o sexo... Você quer saber antes deles nascerem?
R: Não sei... não pensei nisso ainda... você quer?
C: O que você decidir eu concordo... melhorou? Passou a dor?
R: Tá passando... faz mais um pouquinho – ela continuava de olhos fechados – Onde você leu isso?
C: Eu comprei um livro pra me informar e poder te ajudar. É aquele que eu tava lendo hoje de manhã. Nossa, tem tanta coisa que eu non sabia, non fazia idéia. Sabia que eles podem sentir se son amados ou rejeitados?
R: Hum-hum...
C: Como é que pode alguém rejeitar uma parte de si mesmo? Ah! Se a gente souber o sexo antes, podemos escolher os nomes e parar com essa história de chamá-los de “crianças”, “bebês”. Assim eles vão se acostumando com os nomes... criando identidade! Rsrsrs... Que você acha, Rosa?... Rosa?
Mas Rosa já dormia, embalada pela voz de Claude e, claro, pelos toques de suas mãos massageando seus pés, suas pernas...
Claude para a massagem e cobre Rosa. Pega o tal livro e vai até a poltrona na intenção de ler mais um capítulo. Porém, seus olhos pousam em Rosa e ele sem pensar duas vezes, joga o livro sobre a poltrona e se deita ao lado dela.
Rosa adormecera deitada de costas. Claude estava apenas de camiseta e cueca. Ele se deita de lado e coloca sua mão cobre o ventre dela, como sempre fez... Mas ele não dorme. Apenas fica olhando, deslizando sua mão pela barriga dela, por um bom tempo. E desta vez, desta vez, ele pensava em como uma coisa tão natural podia mexer tanto com a emoção de alguém, o quanto Rosa ficara exposta ao perigo naqueles quatro dias... o quanto ele temera em perdê-la, a ela e aos gêmeos... E sem perceber os seus pensamentos tomam sua voz:
- Mon Dieu... son dois pedacinhos... de Rosa e de mim... Vocês son uma mistura linda, feita com amor... um grande amor... entre o papai e a mamãe e esse amor non vai acabar nunca... Só vai crescer, porque ela me faz o homem mais feliz do mundo... me presenteou com um sonho lindo, o sonho mais lindo que eu podia ter... vocês. E só podia ser com ela, hã? Sabiam que, até quando a gente briga, ela me faz feliz?Porque depois a gente faz amor e...
Ele encosta o ouvido nela e continua:
- O que é fazer amor? Ah Mon Dieu... melhor perguntarem pra sua mãe depois, hã? Ela vai saber explicar melhor que papai, oui?
R: Ah, vai ser assim, Dr. Claude Geraldy? – Ele se assusta ao ouvir a voz dela e acaba sentando na cama.
C: Rosa... chérie... eu tava só conversando um pouquinho com eles, desde que parte você tá ouvindo, hã?
R: Desde “ela me faz o homem mais feliz do mundo...”
C: Serafina Rosa Petroni Geraldy, isso é muito feio!  Ficar escutando a conversa dos outros, hã? Non foi assim que seus pais te ensinaram non.
R: Ehhh, não mude de assunto não, francês... quer dizer que “eu” vou ter que explicar “certas coisas” para as crianças sozinha? – Ela fica de joelhos, na cama, e fala apontando o dedo para ele.
C: Non. Quem disse isso, hã? – Ele se arrasta até encostar na cabeceira da cama.
R: Você disse... acabou de falar “melhor perguntarem pra sua mãe, depois hã”? “Ela vai saber explicar melhor que papai, oui?...” Imita a voz de Claude.
Usa um tom ameaçador e vai passando as pernas sobre as dele, ficando bem pertinho do rosto de Claude.
C: Rosa... foi só uma maneira de falar...eu non sabia o que dizer... quando eles perguntaram aquilo.
R: Eles perguntaram é? Eu não ouvi nada. – Ela começa a passar sua mão pela nuca dele.
C: Ah... mas era uma conversa reservada, oui? Um segredinho entre pai e filhos, mas agora que você já sa... – Rosa não deixa ele terminar e encosta seus dedos nos lábios dele.
R: Xiiiii... depois a gente resolve isso... quem explica o que  pra quem... - Ela vai beijando ele até chegar em seu ouvido - Sabia que já passou aquela dorzinha chata da cãimbra? – Sua respiração é pesada.

Mais tarde, depois do amor, eles descem pra comer alguma coisa.
Enquanto Rosa separa algumas coisas:
C: Rosa, você non vai pôr geléia de goiaba em nada do que vai comer, non é? Ele pergunta ao vê-la pegando pão, queijo, presunto, bolacha...
R: Hummm! Boa ideia!  Acho que vai ficar bom também! Ela diz só pra ver a reação dele.
C: Mon Dieu! Eu e minha boca... melhor você non misturar porque da última vez que você comeu pão com queijo, os gêmeos non gostaram non...
R: Fique tranqüilo, papai agora não tô com vontade de geléia não. Não quero nada doce...
C; Que alívio, hã? Non é nada fácil segurar sua cabeça, quando você... passsa mal rsrsrsrsrs
R: Amor... eu pensei sobre o que você falou sobre saber o sexo dos bebês... Eu acho que a gente deve saber antes mesmo... Pra parar de se referir a eles como se estivessem longe da gente: as crianças, os gêmeos... fica muito... frio!
C: D’accord, chèrie! Eu também penso assim, só non queria te pressionar por isso. Quando a gente for fazer os exames, ficaremos sabendo. Isso se eles deixarem... non se esconderem.
R: “A gente” for fazer os exames? Você quer ir comigo ao médico?
C: Oui! Eu quero ser um pai presente, hã? Quero acompanhar tudo isso que tá acontecendo dentro de você! A não ser que você non queira que eu vá...
R: Claro que eu quero! É que vocês homens não gostam dessas coisas normalmente. Nós vamos adorar sua presença. – Ela sorri abertamente pra ele.
C: Eu penso que todo homem devia ser mais interessado na saúde de sua família e na própria saúde. Esse livro que eu estou lendo é muito bom. É uma aula pra transformar um homem em pai. Não no sentido biológico da situaçon, como é que era mesmo? “Non basta ser pai, tem que participar!” É isso. Essa frase explica tudo...
R: Nossa! Eu acho que os seus hormônios também foram afetados! Rsrsr Você tá tão... tão sensível, preocupado...
C: Olha quem fala! Você, depois que ficou grávida, tá toda “camaleão”, hã?
R: Camaleão? Nunca ouvi isso!
C: Non, porque acabei de inventar! Rsrsr Quer dizer que você muda muito de repente! Qualquer coisinha e, pronto, você muda de humor, passa do alegre para o triste em segundos... Mas, por outro lado, você tá cada vez melhor na cama, hã? E lança “aquele” olhar sobre o corpo dela.
R: Claude! Eu acho que eles ouviram, isso... e querem saber o que significa... - Ela o desafia com o olhar.
C: Ahhh... - Ele devolve o olhar - isso papai explica: prestem atençon, crianças, eu quis dizer que a mamãe... tá dormindo tempo demais... é isso: cama = dormir... tudo a ver... touche, hã? - E faz uma careta pra ela... - Falando nisso hora de dormir... son mais de meia noite e amanhã será um longo dia, chérie...
R: D’accord... Passou no teste! Um a zero pra você! Por enquanto, meu amor.
C; Ah, então você confessa que era um teste? ... – E vão subindo para o quarto...

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