segunda-feira, 6 de maio de 2013

WEBNOVELA - LAÇOS - CAPÍTULO 8 - AUTORA: JULIANA SOUSA

CAPÍTULO 8 - SURPRESA

Tatiana estava um pouco constrangida, não sabia que um pequeno acidente iria causar tanta raiva naquela garota. Viviane parecia estar muito chateada.
— E aí, o que vai fazer? – disse Viviane olhando para a blusa e em seguida para Tatiana. – Não vai responder garota?
— Calma, Vivi, foi só um acidente. Ela não fez de propósito. – disse Verônica tentando acalmar a amiga.
Viviane olhou para a amiga irritada.
— E o que eu tenho a ver com isso? Só porque foi um acidente eu tenho que ficar com o prejuízo?
— Façamos o seguinte, Vivi. – disse Verônica – Eu compro outra blusa para você no lugar dela, tudo bem?
Vivi ia falar algo, mas Emanuela que ficara observando até aquele momento interrompeu.
— Não precisa. Eu pago.
— Você tem dinheiro aí? – perguntou Verônica.
— Não, mas eu acho que posso pagar aos poucos...
Verônica sorriu.
— Não se preocupe. Essa blusa não é nada. – e olhando para Vivi – Não é, Vivi? Vamos antes que nós chamemos mais atenção ainda.
Verônica pegou no braço de Vivi, que estava ainda mal-humorada, e saiu.
— Com que dinheiro ia pagar? – disse Tatiana olhando para Emanuela.
— A gente ia dar um jeito.
— Dar um jeito? Só você mesmo. Nem parece que acabou de perder o emprego.
— Também não precisa falar assim, né?
Tatiana sorriu. As duas se sentaram em uma mesa.
— Aquela garota me assustou. Se a amiga dela não fosse tão legal, não sei como ia pagar aquela blusa.
— Foi um acidente, por que você pagaria por isso?
— Tem razão, mas mesmo assim... Mas, mudando de assunto, como sua irmã recebeu a notícia do seu... Desemprego?
Emanuela suspirou.
— Ela não sabe ainda.
— O quê? – Tati parecia admirada. – Não me diga que você não teve coragem para contar?
— Isso mesmo.
Tatiana olhou para Emanuela e balançou a cabeça negativamente.
— Eu sabia que ia ser assim... Ainda bem que você tem uma amiga como eu.
— O que quer dizer?
— Então, você acha que eu lhe convidei para vir aqui apenas para ver essas garotas riquinhas dando ataque de pelanca?
Emanuela riu.
— Eu vim trazer alguns contatos que eu consegui de empresas que estão precisando de pessoas... Você pode mandar o currículo por email mesmo, mas é bom ir pessoalmente e entregar impresso.
Tatiana pegou um papel de dentro da bolsa com uma lista de empresas.
— Acho que não custa nada tentar, né?
— Valeu, Tati. Mas, em relação a minha irmã... Você pode manter isso em segredo?
— Que você está desempregada?
— Sim.
— Ok. Tudo bem, apesar de não entender o porquê disso.
Emanuela sorriu.
Quase uma semana se passou depois que Tatiana entregou a lista com o nome das empresas. Já era sexta-feira, e Emanuela desde o começo da semana havia passado em várias empresas entregando currículos. Logo que acordou ela foi logo se arrumando para mais um dia de entrega de currículo.
— O que houve Manu? – perguntou Mariana vendo a irmã se arrumar tão cedo de novo.
— Do que está falando?
— Não sei... É só que você esteve estranha essa semana toda...  Tem estado muito calada ultimamente.
— Eu ainda não sei do que está falando.
Mariana suspirou.
— Fala logo, Manu, o que está rolando? Você está saindo sem tomar o café da manhã, não sai mais de uniforme... Por acaso, você foi demitida?
Emanuela sorriu um pouco nervosa.
— Já disse que não é nada. E quanto ao uniforme, eu apenas levo na bolsa para trocar lá... Pelo menos não chego suada.
Emanuela se dirigiu a porta de saída acompanhada da irmã, de repente, sentiu um pouco de tontura que a fez se apoiar na parede.
— O que foi? – perguntou Mariana preocupada.
— Só me senti um pouco tonta... Acho que acordei cedo demais.
— Tem certeza que não quer comer nada antes de ir?
— Não tem problema, quando eu chegar na Padaria, eu como alguma coisa, está bem?
— Tudo bem. Mas, por favor, coma mesmo, não quero que as pessoas pensem que estou deixando você passar fome.
Emanuela riu.
— Não faz seu estilo falar assim, mamãe.
— Eu sei... É só que eu sempre quis dizer isso. – disse rindo.
Viviane estava chegando na faculdade quando se encontrou com Verônica.
— E aí amiga! – disse Verônica amigável. – Você passou a semana inteira de mau humor, não é possível que logo na sexta você não melhore!
Viviane olhou para Verônica com cara de poucos amigos.
 — Ah tá, não precisa ficar assim... Já chega desse mau humor, né? Que tal irmos para uma festa hoje à noite?
A expressão de Viviane mudou.
— Hoje á noite? Na casa de quem?
Verônica ia responder algo, mas se conteve.
— Não importa. Você vem comigo?
Viviane parou de andar e olhou para Verônica.
— Você não vai me dizer que está dando a festa?
— Ah, então...  Sabe... Como eu disse, não importa quem dá a festa, o importante é que fomos convidadas, certo? Na hora você vai saber.
— Verônica...
De repente dois rapazes se aproximaram. Eram Gabriel e André.
— Olá, Verônica! Já convidou a princesinha para ir na festa que estou dando? – perguntou Gabriel se aproximando.
Viviane fuzilou Verônica com o olhar.
— Então, era por isso que não queria me dizer? E ainda queria me arrastar para lá? Boa amiga que você é!
— Calma amiga. É só uma festa... Na casa de quem é o mínimo, não é?
Viviane riu-se sarcástica.
— Você que pensa, minha querida. Se eu fosse a uma festa na casa desse aí, a aura dele ia me contaminar de tal forma que ao invés de melhor, eu iria sair de lá direto para o hospital psiquiátrico.
Gabriel riu-se.
— Então, princesinha... Não precisa ser médico para saber que você já está em um nível de internação, sem precisar ir à festa alguma.
— Verônica, diga para “essezinho” aí que a conversa ainda não chegou na senzala...
Gabriel balançou a cabeça negativamente.
— Que ridícula. – e olhando para Verônica - De qualquer forma, você está convidada Verônica. Vamos, André. O ar aqui está um pouco contaminado com a prepotência de algumas pessoas.
— Eu digo o mesmo. – disse Vivi - Vamos Verônica.
Gabriel e Viviane caminharam em direção opostas enquanto André e Verônica observavam.
— Alguma coisa aconteceu entre esses dois? – perguntou Verônica em voz baixa para André.
— Eu não sei... Mas, acho que sim. Não importa o que aconteceu, deve ter sido naquela festa da Yasmim, mas não sei mais sobre isso porque Gabriel sempre muda de assunto quando eu pergunto.
— Acontece a mesma coisa quando eu pergunto a Viviane. Qualquer coisa que descobrir me avisa.
— Você também.
Gabriel e Viviane param de caminhar e olham para os amigos que ficaram para trás.
— Você não vem!? – perguntaram os dois.
Logo depois da aula, quando Verônica chegou em casa, perguntou a empregada e descobriu que seu irmão ainda estava no quarto. Ao entrar no quarto do irmão, percebeu que ele estava jogando vídeo-game.
— Fabrício, você não foi à aula de novo?
— Educação mandou lembrança...  Você acha que esse é seu quarto para você entrar sem bater a hora que quer? – disse ele sem tirar os olhos da tela.
— Fabrício, pelo menos você deveria olhar para mim enquanto fala, não é?
Fabrício desligou o jogo de repente, se levantou e saiu do quarto. Verônica o seguiu.
— Para onde você vai? – perguntou ela preocupada.
— Dar uma volta. Por quê? Não posso?
Verônica suspirou.
— Não foi isso que eu quis dizer, eu só...
— Não se preocupe, não vou fazer nada de errado, ok?
Fabrício saiu.
— Eu nunca sei o que se passa na cabeça dele... – disse como para si mesma.
A empregada se aproximou.
— Ele já é bem crescidinho... Não devia se preocupar tanto.
— Será? Você acha que estou exagerando?
Já passava de uma hora da tarde. Emanuela já tinha passado por mais algumas empresas, mas, apesar de entregar tantas cópias do currículo não tinha conseguido uma resposta que lhe desse a esperança de um emprego. Já tinha andado muito, mas ainda faltavam algumas empresas na lista. Seus pés estavam doendo. Para economizar dinheiro havia optado por andar mais. Aos poucos se aproximava dos bairros nobres da cidade.
“Quanto luxo” – pensou enquanto olhava aqueles imensos prédios.
Se sentia muito cansada. Fazia uma semana que não tomava café da manhã e almoçava apenas lanches no caminho.  Sabia que não deveria fazer isso, mas não podia evitar. Tinha que resolver tudo, para que Mariana pudesse se concentrar nos estudos. Sentiu uma tontura e encostou-se ao muro de um daqueles luxuosos apartamentos.
— Você está bem, moça? – perguntou um homem se aproximando.
— Sim. Está tudo bem. – disse recompondo-se. Não podia deixar que as pessoas sentissem pena dela.
Continuou andando. Ainda faltavam umas três empresas e poderia voltar para casa, daria uma desculpa à irmã e descansaria um pouco. Ainda não estava se sentindo muito bem. De repente alguém esbarrou nela.
O rapaz virou-se.
— Me desculpe.
Súbito ela percebeu que se tratava de alguém que já tinha encontrado antes.
— Você… – tentou dizer algo, mas logo perdeu os sentidos.
Dr. Tarcísio chegou na mansão para dizer pessoalmente tudo que estava acontecendo. Otávio olhava para o seu advogado a sua frente.
— Já está tudo preparado? – perguntou Dr. Otávio ao advogado.
— Quase tudo, Dr. Otávio. Já reservei as passagens aéreas. Ela vai ficar primeiro em um hotel, quando fizer o que combinamos, então ela pode vir para cá. Já expliquei a ela todas as condições. Mas o senhor tem certeza do que está fazendo? – perguntou o advogado desacreditando no plano do patrão.
— Quase. Já disse que não posso me dar ao luxo de contratar outra pessoa... Ela pode não ser fiel a pessoas, mas vai honrar um contrato quando algo que ela quer está em jogo.
Tarcísio tinha que concordar.
— Bem. Pelo menos, há alguma coisa boa nisso. – disse Otávio.
— O quê?
— O filho dela... Apesar de tudo, aquela criança precisa conviver com outras pessoas, por que se não ele vai ficar tão maluco quanto à mãe.
— Tem razão, Dr. Otávio. – concordou Dr. Tarcísio. – Mas, o senhor já pensou na situação do Dr. Fabiano? O senhor acha que ele já superou tudo que aconteceu no passado?
Dr. Otávio ficou pensativo.
— Não sei, meu caro. E me sinto muito mal por ele... Não só Gabriele, mas agora Fabiano... Estou machucando pessoas que amo só por desejar algo. – e olhando para Tarcísio – Será, meu amigo, que estou sendo muito egoísta, como minha neta Viviane disse?
— Quanto a isso não sei. Mas, deixar essas duas garotas desamparadas depois de tudo que passaram seria crueldade.
Dr. Otávio suspirou.
— É o que penso também.
Emanuela abriu os olhos um pouco atordoada. Apesar de tudo, achava que se sentia um pouco melhor. Sentou-se na cama onde estava deitada. Tentou se levantar.
— Você precisa descansar mais um pouco. – disse alguém em uma cadeira próxima à cama onde ela estava.
Emanuela teve um sobressalto. Olhou em direção a voz que lhe falara e se assustou com o que viu.
— Você aqui? – e um pouco ríspida – Onde estou? O que aconteceu?
Fabrício sorriu.
— Em um hospital… Você desmaiou e eu chamei uma ambulância. Mas, eu acho que você não deveria falar de maneira tão rude com a pessoa que te salvou.
— A pessoa que me salvou? – perguntou confusa. – Um playboyzinho como você?
O rapaz ficou surpreso com a rispidez da garota.
— É a segunda vez que lhe salvo e você me trata assim?
De repente, Emanuela lembrou-se do rapaz tentando estrangulá-la e de Fabrício vindo em sua ajuda. Instintivamente, Emanuela pegou no pescoço, o que fez Fabrício se preocupar.
— Você já está melhor...?
Emanuela tentou disfarçar.
— Não se preocupe comigo. – disse sentando-se na cama e se levantando em seguida preparando-se para sair.
Fabrício pegou no braço de Emanuela.
— Fique, por favor.- pediu ele. – O médico ainda precisa dar a sua alta. Por que me evita tanto? Eu não já provei que sou diferente daqueles caras?
Emanuela olhou para ele.
— Já? Então, me diga, para começo de história, porque se envolveria com aquele tipo de gente se não fosse como eles?
Fabrício ficou calado.
— Se não sabe responder essa simples pergunta, então, por favor, solte o meu braço. Eu preciso ir.
Fabrício soltou o braço de Emanuela.
— Você nunca sentiu vontade de se revoltar com tudo? – disse Fabrício de repente - De dizer, “Dane-se o mundo!”? De culpar qualquer pessoa por tudo que está acontecendo com você?
Emanuela virou-se e olhou para Fabrício, ficou calada por um instante. Fabrício pode perceber que o olhar dela transmitia uma profunda tristeza.
— E quem nunca sentiu isso? De culpar o mundo inteiro por suas desgraças e infelicidades, e depois querer descontar toda a raiva nele? Mas há um limite para as atitudes de uma pessoa. Mais ainda, você devia agradecer por se sentir assim. Existem pessoas que estão tão preocupadas em como vão se alimentar no outro dia que nem sequer tem tempo de refletirem em como se sentem.
Emanuela tentou ir em direção a porta de saída novamente, mas Fabrício pegou-a pelo braço de novo.
— Por favor, fique... Se pelo menos o fato de eu ter lhe ajudado significa algo para você.
Emanuela olhou para ele e percebeu sinceridade em seu olhar.
— Tudo bem.
Fabrício tentou disfarçar sua satisfação. De repente, a porta abriu, era o Dr. Rafael Medeiros.
— Olá. Como está a nossa paciente? – disse olhando para Emanuela – Mocinha, você não tem se alimentado direito, não é? Sua pressão caiu de repente, por isso que desmaiou. Além disso, acabo de receber os resultados do exame de sangue... Hipoglicemia e anemia...
Emanuela ficou um pouco corada o que fez com que Fabrício se admirasse.
— Estou um pouco ocupada ultimamente. – tentou se desculpar.
— Mesmo assim. – repreendeu o Dr. – Sua saúde vem acima das outras coisas. Nunca se esqueça disso. Vou receitar alguns medicamentos e poderá ir. – e olhando para Fabrício. – E você, Fabrício, leve-a para a lanchonete do hospital e a faça comer algo. Nós colocamos algumas vitaminas no soro que ela tomou, mas ela ainda precisa comer alguma coisa... Por enquanto é só isso.
O Doutor entregou uma receita médica para Emanuela.
— E quanto ao pagamento? – perguntou Manu preocupada.
— Não se preocupe. – disse o doutor sorrindo. – Fabrício já cuidou de tudo. Agora vou indo. Há outros pacientes que preciso ver. – disse o doutor se despedindo.
Os três saíram do consultório. Enquanto o doutor se dirigia a outros quartos, Fabrício e Emanuela começaram a andar pelo corredor do hospital.
— Parece que você o conhece… – comentou Emanuela.
— Sim. Ele é um amigo. É amigo do tio da minha amiga de infância… É complicado de explicar…
— Entendo. – suspirou e mudando de assunto. – Me desculpe por agora... Às vezes, eu sou um pouco dura.
Fabrício riu-se.
— Não se preocupe... Você até parece uma pessoa que eu conheci.
— Quem? – perguntou Emanuela um pouco interessada.
— Minha mãe...
— Ah...
Os dois sem se darem conta não chegaram na lanchonete e sim do lado de fora do hospital. Fabrício a olhou nos olhos.
— Eu posso lhe dar o dinheiro do taxi, se quiser. – disse oferecendo ajuda.
— Não. Eu me viro. – disse, e olhando para o prédio do qual saíra. – Olhando para esse hospital tão exuberante, percebo que somos realmente de mundos bem diferentes. – concluiu logo saindo.
Fabrício a viu se afastar. Não sabia dizer por que, mas por alguma razão estranha se sentia um pouco melancólico por vê-la se distanciar. Era como se algo dissesse que ele poderia não ter outra oportunidade de se tornar mais próximo dela.
De repente, quase sem perceber, ele correu ao seu encontro. Pegou-a pelo braço. Emanuela se virou de repente, um pouco assustada.
— Você... Não me disse... O seu nome... – disse ofegante.
Ela olhou para ele espantada
— Emanuela. – disse ainda um pouco assustada.
— Emanuela... Já que... Já que meu amigo lhe fez aquilo, e eu acabei salvando a sua vida, eu posso dizer que estamos quites?
Emanuela não entendia o que ele queria dizer.
— Sim... Acredito que sim.
— Então... Acho que podemos começar desde o início, não é?
— O que quer dizer...?
Fabrício estendeu as mãos.
— Emanuela, meu nome é Fabrício, prazer em conhecê-la.
O Dr. Fabiano aguardava a sua próxima cirurgia quando Viviane chegou.
— Oi, tio. Vim visitá-lo. Como tem passado? – perguntou ela toda animada.
— Bem, Vivi. – respondeu desconfiado. – Mas, eu acho que eu sei por que você está aqui… E não é por minha causa.
Viviane se fez de ofendida.
— Tio, como o senhor pode falar isso. Até parece que eu sou uma péssima sobrinha!
Fabiano riu.
— Eu lhe conheço Viviane, desde quando você era bem pequena.
Viviane olhou para todos os lados.
— Onde ele está? – perguntou ansiosa. – O doutor Rafael?
Mal acabou de falar essas palavras, o doutor Rafael chegou à porta, no entanto, ao ver Viviane, tentou sair sem ser percebido.
— Dr. Rafael! Meu caro amigo, olha quem veio visitá-lo! – disse Fabiano rindo e olhando para a porta antes que Rafael conseguisse fugir.
Viviane olhou para a porta e sorriu. Rafael olhou para Fabiano e o fuzilou com os olhos.
— Sentiu muito minha falta? – perguntou Vivi correndo e o abraçando. – Eu senti muito a sua!
Rafael aceitou o abraço meio constrangido.
— Olá, Viviane. – cumprimentou.
— Não precisa me chamar de Viviane, me chame de Vivi. Afinal, somos um casal destinado a ficar junto pelo resto das nossas vidas!
Rafael parecia desconcertado. Viviane percebeu o constrangimento do médico.
— Brincadeirinha! – disse rindo. – Dr. Rafael, o senhor é tão tímido. Mas, eu admito que esse é o seu charme.
— Viviane, você e suas brincadeiras. – disse ele tentando forçar um sorriso.
Do outro lado, Fabiano quase não se aguentava de tanto rir.
— Eu já vou indo. – disse Viviane por fim. – Eu só vim aqui para vê-lo. Quem sabe assim, aos poucos, o senhor não se apaixona por mim! Tchauzinho! – disse dando um beijo no rosto do médico.
Depois que ela saiu, Rafael olhou para Fabiano que não parava de rir.
— Você realmente gosta de me ver em uma situação difícil…
— Por que não admite que gosta dela de uma vez!- disse Fabiano às gargalhadas.
Rafael não acreditava no amigo.
— Vo… Você sabe quantos anos ela tem? Quer dizer, e nem é só por isso… A Viviane simplesmente é só uma criança!
— Não se preocupe com a idade. Daqui a poucos dias, você não vai ter mais essa desculpa. E apesar de minha sobrinha, tenho que admitir que ela é muito bonita. – comentou Fabiano ainda rindo.
O interfone do hospital avisou que o Dr. Fabiano precisava ir para a sala de cirurgia.
— Tenho uma cirurgia, agora. – disse Fabiano ao amigo. – E obrigado pelo entretenimento.
O Dr. Rafael sorriu admirado.
— Com um amigo como você, eu não preciso de inimigos. Mas tudo bem… Isso vai ter volta. – disse rindo.
Mariana voltava da aula de reforço. O fato da irmã estar estranha ultimamente, além de que quase não se alimentava a estava a preocupando. Depois precisava ligar para Tatiana para confirmar algo.
Logo quando chegou em casa, tentou abrir a porta com a chave, mas já estava aberta.
“Será que a Manú já chegou?” – perguntou a si mesma.
Ao entrar na sala se assombrou com o que viu.
— O que está fazendo aqui? – perguntou extremamente assustada.

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