segunda-feira, 21 de outubro de 2013

WEBNOVELA - LAÇOS - CAPÍTULO 21 - SEGUNDA PARTE - AUTORA: JULIANA SOUSA

Capítulo 21 – Laços

Emanuela subiu a escada e entrou no seu quarto. De repente, percebeu que Mariana estava deitava lendo um livro em sua cama.
— O que está fazendo aqui? – perguntou um pouco surpresa.
— Bem, eu me sinto mais confortável aqui e... – e olhando para a irmã. – Ah? O que é isso? – disse levantando-se.
— “O que é isso” o quê?
Mariana se aproximou da irmã e semicerrou os olhos.
— Que ar diferente é esse?
— Do que está falando? – perguntou Manu confusa.
— Você... Você e o Fabrício... Vocês dois? Oh! Estão namorando?
Emanuela permaneceu calada.
— Oh! Acertei, né?
— Está tão óbvio assim?
Mariana sorriu.
— Você acha que consegue esconder algo de mim por tanto tempo? Mas estou com ciúmes. Eu não conhecia esse seu lado fofo antes.
— Mariana...
Mariana riu.
— Eu sabia que mais cedo ou mais tarde. Mas e aí? Como é namorar de verdade?
Emanuela pareceu séria.
— Eu não sei... A verdade é quem nem sei exatamente por que aceitei.
Mariana ficou de boca aberta.
— Como assim, não sabe? É porque você gosta dele.
Emanuela se sentou na cama pensativa.
— Você acha que eu fiz a coisa certa? Pensando agora, talvez eu tenha sido um pouco impulsiva.
Mariana riu, sentando ao lado da irmã.
— Manu, você pensa demais. Por que você sempre tem a mania de querer ser racional demais?
— Bem, porque a racionalidade é o caminho certo. Sempre que eu fujo disso, acabo fazendo coisas irreversíveis. – disse, ficando pensativa de repente.
— Do que está falando?
Emanuela pareceu acordar dos seus pensamentos.
— Ah... Tipo, daquela vez quando eu ameacei o Fabrício na padaria.
— Mas você estava defendendo uma amiga.
— É, eu sei.
Mariana observou a irmã por alguns segundos.
— Mas está aí algo que nunca pensei. Sempre achei que seu primeiro namorado fosse alguém super adulto, não alguém tão...
— Infantil?
— Isso!
— De fato... – disse Emanuela pensativa. – Acho que se fosse pensar por esse lado, ele combinaria muito com você.
Mariana ficou séria por alguns instantes, mas logo sorriu.
— Não diga bobagens. Agora eu vou para o meu quarto, enquanto você fica pensando no seu amado e sendo piegas como nunca foi.
Emanuela riu-se.
— Não é como se eu fosse ficar sonhando acordada assim.
— Você que pensa... Pessoas apaixonadas fazem coisas que às vezes dá vergonha alheia.
Emanuela sorriu sem graça, lembrando-se do que Fabrício tinha feito.
— Eu que o diga.
Mariana saiu do quarto da irmã e, em seguida, entrou no dela. Encostou-se na porta com um olhar triste.
***
Viviane, Verônica e Fabrício chegaram à praia. Enquanto Fabrício ia comprar alguns refrigerantes, Vivi e Verônica aproveitavam para se bronzear.
— Qual exatamente é o relacionamento entre o Fabrício e aquela garota?
— Eu não sei exatamente... Mas acho que eles têm um lance, aí.
Vivi olhou para Verônica como não acreditando no que estava ouvindo.
— Você está brincando, né?
— Não estou... Outro dia, ele a levou para a nossa casa e ela dormiu lá.
— O quê? Eles... Eles dormiram juntos?
— Não. Eles não dormiram juntos. Ela ficou em um quarto de hóspedes.
Viviane ficou pensativa. Vendo a expressão de Vivi, Verônica ficou curiosa.
— Mas Vivi, pensei que você sempre visse o Fabrício como um irmão?
— E vejo. – disse. – Mas não gosto dessas garotas se aproximarem dos meus amigos. Eu disse a você. Elas são uma farsa. E quando eu desmascará-las, aí você vai ver. Tenho pena da desilusão que o Fabrício vai sofrer.
Verônica riu-se.
— Sem paranoia, Vivi. Você acha que seu avô sendo tão inteligente como ele é, ia trazer duas garotas para a casa dele sem saber se elas são uma farsa ou são netas de verdade?
Viviane ficou calada.
***
No dia seguinte, na segunda-feira, Vivi e as gêmeas desceram para tomar café da manhã. O Dr. Otávio e Gabriele também estavam à mesa.
— Emanuela, você está pronta para ir hoje ao escritório? – perguntou Dr. Otávio.
— Depois do café da manhã, apenas precisarei mudar de roupa.
Gabriele, que estava ouvindo a conversa, ficou curiosa.
— Então, ela vai trabalhar mesmo no escritório do Grupo?
— Sim. – respondeu ele satisfeito. – Auxiliando na Área Administrativa, enquanto se decide que faculdade cursar. Quem sabe, ela não queira cursar Administração, não é? Seria ótimo.
Viviane olhou de repente para o avô.
— O que está falando, vovô? Por que seria ótimo? Essa garota não é da família, não é? – disse Viviane provocativa.
— Espero que goste. O ambiente de trabalho é muito bom. – disse Otávio, ignorando Viviane.
Viviane estava começando a se irritar.
— Pois eu acho que eu me daria melhor do que ela auxiliando. – disse pretensiosa.
Dr. Otávio olhou sério para a neta.
— Do está falando, Viviane? Esqueceu que você faz medicina? Futuramente, você pode cuidar do hospital que é a sua área.
Emanuela olhou para Viviane e percebeu que a garota havia ficado um pouco triste, mas pareceu se recompor logo.
— Só estou dizendo.  – disse, se levantando e saindo.
Emanuela levantou-se também.
— Vou só trocar de roupa e estarei pronta.
Ao passar pela sala, percebeu que Viviane estava vendo uma revista na sala. Quando Vivi a avistou se pôs no meio do caminho.
— O que você quer agora, Viviane?
— Se acha que vai continuar com esse joguinho para sempre, você está muito enganada.
— Eu não sei do que está falando.
Viviane pareceu ficar impaciente.
— Você sabe muito bem do que estou falando.  Agora eu sei do plano todo de vocês, mas eu vou desmascará-las. Mas foi inteligente a ideia da carta. Assim todo mundo pensaria que foi ao acaso.
— Carta? – Emanuela perguntou, não entendendo.
— Você não precisa manter o teatro na minha frente. De qualquer forma, não se preocupe, no tempo certo vocês terão o que merecem. E vão se arrepender por terem tentado enganar a família Alcântara. – disse, saindo.
Emanuela parecia pensativa, mas subiu para o quarto. Momentos depois, enquanto terminava de se vestir, Mariana entrou. Emanuela parecia pensativa.
— O que foi Manu?
— Ah? – Emanuela parecia acordar de seus pensamentos.
— Você está muito calada... Está preocupada como vai se sair no trabalho?
— Não é isso. Estou pensando em algo que a Viviane falou. Algo realmente estranho.
— Aquela garota sempre fala coisas estranhas. – disse Mari indiferente.
— Não. Mas dessa vez foi diferente. Enquanto ela acusava a gente de planejar algo para enganar todo mundo, ela disse que a ideia da carta foi inteligente.
— Carta? Que carta?
— Eu também perguntei, mas ela não me disse. E eu estava pensando que isso pode estar relacionado ao fato do Dr. Otávio ter nos procurado.
Mariana pareceu surpresa.
— Isso faria muito sentido. Mas quem mandaria essa carta?
— Não faço ideia. Mas quem quer que tenha mandado, conhecia tanto nossa mãe quanto o nosso pai.
— Mas é estranho, não é?
— O quê?
— Tipo, em uma era de internet, emails, telefone... Uma carta é no mínimo ultrapassada, mesmo se fosse anônima. Se pudéssemos pelo menos dar uma olhada nela.
— Sim... – concordou Emanuela. - Mas não vamos poder ver essa tal carta até que o Dr. Otávio nos revele que somos netas dele...
Mariana suspirou.
— Tomara que seja logo. Ficar fingindo não saber esse segredo faz eu me sentir muito mal. O Dr. Otávio é nosso avô e temos que tratá-lo como estranho. E fora que eu também queria saber outras coisas.
— Tipo o quê? – perguntou curiosa.
— Eu gostaria de saber que tipo de homem foi o nosso pai, quais eram os sonhos dele, como ele era quando era criança, o que ele pensava... Será que ele teria gostado de nos conhecer? Eu sempre tive essa curiosidade. Lembra que eu sempre perguntava isso a Rebeca?
Emanuela riu-se.
— E como lembro. Você perguntava tanto até que ela teve que inventar aquela história dos colares para você.
O rosto de Mariana se iluminou.
— Ah, é verdade! Aqueles colares de pingente de laços que ela disse que o nosso pai que tinha dado! Nossa, eu realmente tinha esquecido. Você sabe que passei anos e anos acreditando naquela história? – disse rindo - Ainda tenho o meu, faz realmente muito tempo que não uso. – e olhando para a roupa de Emanuela. – Acho que deveria usar o seu, combinaria com a roupa que está.
— Você acha? Mas faz tanto tempo...
Emanuela pegou uma caixinha de bijuterias em cima da penteadeira e tirou um colar com um pingente de laço e colou no pescoço.
— Bem, agora vou indo. Acho que o Dr. Otávio já está esperando.
— Boa sorte no trabalho.
— E você estude bastante. – disse, saindo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário