sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

SESSÃO CAPAS E PÔSTERES

A capa abaixo pertence à revista Amiga TV Tudo nr. 409, publicada em 22 de março de 1978.
Já o pôster à revista Amiga TV Tudo – Especial Álbum de Ouro de agosto de 1975.
Boa diversão!



SESSÃO FOTO QUIZ

A foto da semana passada pertence ao humorista Mazzaropi.
Agora, olhem bem para esta foto e tentem descobrir quem é a jovem.
Eis algumas pistas:
1) Essa atriz, já falecida, nasceu em Barcelona, Espanha, no ano de 1901.
2) Estreou em telenovelas em A Grande Mentira, na Rede Globo, no ano de 1968.
3) Dentre outras, participou das seguintes novelas: Bandeira 2, Escalada e Paraíso, todas na Rede Globo.
Boa diversão!


quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

SESSÃO LEITURA - QUEM TEM MEDO DA MORTADELA? - MÁRIO PRATA

A crônica que reproduzimos abaixo é de autoria de Mário Prata.
Para maiores informações sobre o autor, favor consultar: http://www.releituras.com/marioprata_bio.asp.
Boa leitura!

QUEM TEM MEDO DA MORTADELA?

Modismo é conosco mesmo. O brasileiro adora inventar moda. E todo mundo vai atrás dela. A última do brasileiro é "primeiro mundo". Os publicitários nativos inventaram a expressão e agora tudo que nós queremos tem que ser coisa do "primeiro mundo".
O carro é do primeiro mundo, a bebida é do primeiro mundo, a mulher é do primeiro mundo. Cineastas querem fazer filme de primeiro mundo, diretores de teatro trazem a moda lá da Europa. E os preços, evidentemente, também são de primeiro mundo.
Será que não nos bastam os exemplos de Portugal, Espanha, Irlanda e Grécia, que se debruçaram na mamata da CEE e agora enfrentam uma séria recessão e desemprego?
Por que essa mania, de repente, de querer virar primeiro mundo? De terceiro para primeiro? Não seria o caso de fazer um estágio, antes, no segundo mundo?
Os do primeiro mundo adoram as coisas aqui do terceiro. Por exemplo, a caipirinha. Alemães, ingleses, americanos, suecos, caem trôpegos pelas calçadas de Copacabana. Quer coisa mais brasileira, mais terceiromundista, mais caipira e mais barata? Mas já estão avacalhando com ela. Agora já tem caipirinha de vodca e, pasmem, de rum. Caipirinha sempre foi e sempre será cachaça. Coisa de caipira mesmo. E é esta bebida que os europeus vêm procurar aqui. Mas já meteram a vodca e o rum nela para ficar com cara de primeiro mundo. Vamos deixar a caipirinha caipira, brasileiros!
Toda essa introdução para chegar à mortadela. Ou mortandela, como preferem garçons e padeiros. Quer coisa mais brasileira que a mortadela? Claro que ela veio lá da Itália. Mas tornou-se, talvez pelo baixo preço, o petisco do brasileiro. O nome vem de murta, uma plantinha italiana que lhe valeu o nome. Infelizmente o brasileiro acha que mortadela é coisa de pobre, de faminto. E o que somos nós, cara-pálidas?
A cachaça e a mortadela são produtos do Brasil, do nosso querido terceiro mundo. Mas acontece que há um preconceito dos patrícios contra a cachaça e a mortadela. Contra a mortadela o caso é mais grave. Se você oferecer mortadela numa festa, vão te olhar feio. Você deve estar perto da falência.
Neste Natal e no Reveillon freqüentei várias mesas, e em nenhuma havia mortadela. Queijos de primeiro mundo, vinho de primeiro mundo, perfumes de primeiro mundo, até um peru argentino eu comi. Mas mortadela que é bom, nada. Nem uma fatiazinha.
Quando o brasileiro irá assumir que a mortadela é a melhor entrada do mundo? Quando você for para a Europa, não adianta pedir dead her que não vai encontrar. Nem muerta dela.
Mas nem tudo está perdido. No dia 1º do ano almocei com o casal Annette e Tenório de Oliveira Lima, e lá estava a mortadela, fresquinha no prato rósea. Um limãozinho em cima, um pedacinho de pão e viva o terceiro mundo, visto lá de cima do apartamento do Morumbi.
No mesmo dia, de noite, fui ao peemedebista Bar Nabuco, debaixo de frondosas sibipirunas da Praça Vilaboim e estava lá, no cardápio, toda sem-vergonha, a mortadela brasileira. Achei que estava começando bem o ano. Vai ser um Ano Bom, como se dizia antigamente. Se os novos-ricos do PMDB estão comendo mortadela, nem tudo está perdido. No Gargalhada Bar mais para PT, há um excelente sanduíche de mortadela.
E, nas boas padarias do ramo você ainda encontra a verdadeira mortadela, aquela que chega no balcão, feita na chapa, sem queimar muito, servida em pãezinhos saídos do forno.
Vamos deixar o primeiro mundo para lá. Vamos, este ano, tomar cachaça e comer mortadela. É muito mais barato ser pobre. Deixemos que o primeiro mundo exploda entre eles, mesmo tomando uísque escocês e comendo queijo fedido.
Por favor senhores brasileiros primeiro-mundistas, vamos deixar de frescura. Mortadela é o que há. É um barato.
Feliz 94 para todos vocês. Muita cachaça e muita mortadela. Apesar de tudo, o primeiro mundo é triste e melancólico. Continuemos felizes e alegres com a nossa cachaça e o nossa gostosa mortadela.
E que os candidatos à presidência deste nosso país do terceiro mundo não se esqueçam que o Jânio sempre se elegeu comendo "mortadela" e não caviar do primeiro mundo.

Texto extraído do livro:
Filho é bom, mas dura muito. Mário Prata. Editora Maltese. São Paulo. 1995. p. 157-159.

Fonte: http://tvcultura.cmais.com.br/aloescola/literatura/cronicas/marioprata.htm.

SESSÃO ABERTURA DE NOVELA - VAMP

A novela Vamp foi apresentada pela Rede Globo no horário das 19h de 15 de julho de 1991 a 8 de fevereiro de 1992.
O tema musical de abertura era Noite Preta, interpretado por Vange Leonel.
Para maiores informações sobre a novela, favor acessar: www.teledramaturgia.com.br/tele/vamp.asp.
Boa diversão!



LETRA

NOITE PRETA

Luzes da cidade
Meus olhos não aguentam mais
Luzes artificiais
E cadê a noite preta?
Eu saio da cidade
Procuro só a escuridão
A purificação na calada da noite
Da noite preta

Calada noite preta, noite preta
Calada noite preta, noite preta
Calada noite preta!

Fecho os meus olhos
A caverna e o coração
Perdidos entre um sim e um não
Na calada da noite preta
Deus, Deus, Deus
Aonde eu vim parar
À noite preta vou me entregar

Fonte: http://letras.mus.br/vange-leonel/406957/

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

SESSÃO SAUDADE - OSWALDO LOUZADA

O que seria da dramaturgia e teledramaturgia, se não fossem os veteranos atores?
Se, é verdade que, na maioria das vezes, não têm o papel principal, principalmente, na televisão, mesmo em papel coadjuvante, mostram seu valor.
Por isso, hoje, lembramos de um veterano, o celebrado ator Oswaldo Louzada, conhecido pelos amigos como “Louzadinha”.
Oswaldo brilhou muito no teatro, onde ganhou o Prêmio Molliére. Já na televisão, sempre engrandeceu os papéis que fez, mesmo quando pequenos.
Obrigado, Louzada, por sua elegância na arte de bem representar!
Saudade!
Com o objetivo de homenageá-lo, reproduzimos abaixo pequeno trecho do filme “Nosso Querido Louzadinha”, um documentário feito em sua homenagem, em que veremos sua participação na novela “Mulheres Apaixonadas”, que foi, sem dúvida, seu trabalho mais comovente na televisão.





SESSÃO HUMOR

Um dia, um homem que ia passando, quando viu seu amigo chorando e perguntou:
- O que aconteceu?
- Perdi minha esposa no incêndio!
- Ela morreu queimada?
- Não.
- Então, como foi?
- Ela fugiu com o bombeiro…

Fonte: http://piadas.org/com/incendio/.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

SESSÃO REMAKE MUSICAL - MY LOVE - PAUL MCCARTNEY & WINGS

A canção My Love, que teve como um dos intérpretes Margie Joseph, é apresentada no vídeo abaixo por Paul McCartney & Wings.
Para ouvir a versão de Margie Joseph, favor acessar: http://biscoitocafeenovela.blogspot.com.br/2014/02/sessao-tunel-do-tempo-musical-my-love.html.
Boa diversão!


Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=vx5QxoWCG-I

LETRA

MY LOVE

And when I go away
I know my heart can stay with my love
It's understood
It's in the hands of my love
And my love does it good
Whoa-whoa-whoa-whoa, whoa-whoa-whoa-whoa
My love does it good

And when the cupboard's bare
I'll still find something there with my love
It's understood
It's everywhere with my love
And my love does it good
Whoa-whoa-whoa-whoa, whoa-whoa-whoa-whoa
My love does it good

Whoa-whoa, I love, oh-whoa, my love
Only my love holds the other key to me
Oh-whoa, my love, oh-oh, my love
Only my love does it good to me

Whoa-whoa-whoa-whoa, whoa-whoa-whoa-whoa
My love does it good

Don't ever ask me why
I never say goodbye to my love
It's understood
It's everywhere with my love
And my love does it good
Whoa-whoa-whoa-whoa, whoa-whoa-whoa-whoa
My love does it good

Whoa-whoa, I love, oh-whoa, my love
Only my love does it good to me
Whoa-whoa-whoa-whoa-whoa-whoa-whoa-whoa-whoa

TRADUÇÃO

MEU AMOR

Meu Amor
E quando eu for embora
Eu sei que meu coração pode ficar com meu amor
É compreensível
Está nas mãos de meu amor
E meu amor faz tudo muito bem
Wo-wo-wo-wo-wo-wo
Meu amor faz tudo muito bem

E quando os armários estão vazios
Eu ainda acho algo lá com meu amor
É compreensível
Está por toda parte com meu amor
E o meu amor faz tudo muito bem
Whoa-whoa-whoa-whoa, whoa, whoa, whoa, whoa
Meu amor faz tudo muito bem

Whoa-whoa, eu amo, oh-whoa, meu amor
Somente meu amor segura a outra chave para mim
Oh-whoa, meu amor, oh-oh, meu amor
Somente meu amor faz tudo muito bem para mim

Wo-wo-wo-wo wo-wo-wo-wo
Meu amor faz tudo muito bem

Nunca me pergunte porque
Eu nunca digo adeus a meu amor
É compreensível
Está em toda parte com meu amor
E meu amor faz tudo muito bem
Wo-wo-wo-wo wo-wo-wo-wo
Meu amor faz tudo muito bem

Wo-wo-wo-wo wo-wo-wo-wo
Somente meu amor faz tudo muito bem para mim
Wo-wo-wo-wo wo-wo-wo-wo


Fonte da letra e da tradução: http://letras.mus.br/paul-mccartney/25149/traducao.html

SESSÃO TÚNEL DO TEMPO MUSICAL - MY LOVE - MARGIE JOSEPH

A canção My Love, interpretada por Margie Joseph, fez parte da trilha sonora da novela Ídolo de Pano, apresentada pela Rede Tupi no horário das 20h de 9 de setembro de 1974 a 31 de maio de 1975.
Para maiores informações sobre a novela, favor acessar: www.teledramaturgia.com.br/tele/idolo.asp.
Boa diversão!


Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=ODl3do_AHl8&list=PL99135FE88BBA59E7

LETRA

MY LOVE

And when I go away
I know my heart can stay with my love
It's understood
It's in the hands of my love
And my love does it good
Whoa-whoa-whoa-whoa, whoa-whoa-whoa-whoa
My love does it good

And when the cupboard's bare
I'll still find something there with my love
It's understood
It's everywhere with my love
And my love does it good
Whoa-whoa-whoa-whoa, whoa-whoa-whoa-whoa
My love does it good

Whoa-whoa, I love, oh-whoa, my love
Only my love holds the other key to me
Oh-whoa, my love, oh-oh, my love
Only my love does it good to me

Whoa-whoa-whoa-whoa, whoa-whoa-whoa-whoa
My love does it good

Don't ever ask me why
I never say goodbye to my love
It's understood
It's everywhere with my love
And my love does it good
Whoa-whoa-whoa-whoa, whoa-whoa-whoa-whoa
My love does it good

Whoa-whoa, I love, oh-whoa, my love
Only my love does it good to me
Whoa-whoa-whoa-whoa-whoa-whoa-whoa-whoa-whoa

TRADUÇÃO

MEU AMOR

Meu Amor
E quando eu for embora
Eu sei que meu coração pode ficar com meu amor
É compreensível
Está nas mãos de meu amor
E meu amor faz tudo muito bem
Wo-wo-wo-wo-wo-wo
Meu amor faz tudo muito bem

E quando os armários estão vazios
Eu ainda acho algo lá com meu amor
É compreensível
Está por toda parte com meu amor
E o meu amor faz tudo muito bem
Whoa-whoa-whoa-whoa, whoa, whoa, whoa, whoa
Meu amor faz tudo muito bem

Whoa-whoa, eu amo, oh-whoa, meu amor
Somente meu amor segura a outra chave para mim
Oh-whoa, meu amor, oh-oh, meu amor
Somente meu amor faz tudo muito bem para mim

Wo-wo-wo-wo wo-wo-wo-wo
Meu amor faz tudo muito bem

Nunca me pergunte porque
Eu nunca digo adeus a meu amor
É compreensível
Está em toda parte com meu amor
E meu amor faz tudo muito bem
Wo-wo-wo-wo wo-wo-wo-wo
Meu amor faz tudo muito bem

Wo-wo-wo-wo wo-wo-wo-wo
Somente meu amor faz tudo muito bem para mim
Wo-wo-wo-wo wo-wo-wo-wo


Fonte da letra e da tradução: http://letras.mus.br/paul-mccartney/25149/traducao.html

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

WEBNOVELA - LAÇOS - CAPÍTULO 29 - PRIMEIRA PARTE - AUTORA: JULIANA SOUSA

Capítulo 29

— Que cara assustada é essa? – perguntou Viviane, saindo da penumbra.
Mariana suspirou aliviada.
— Você nunca ouviu falar em loira do banheiro, não? – disse Mariana, olhando para o cabelo de Viviane. – Acho que é assim que as lendas urbanas surgem.
Viviane bocejou e sentou-se em uma cadeira.
— Loira do banheiro? Quem é essa?
— Você nunca ouviu? Dizem que se você pegar três fios de cabelo loiro e jogar no aparelho sanitário e depois chamar “Loira do Banheiro!” três vezes, uma loira aparece para assombrar você.
Viviane parecia desconfiada.
— Eu nunca ouvi essa... Mas já ouvi da Bloody Mary... Se você chamá-la três vezes: Bloody Mary, Bloody Mary, Bloody Mary, na frente de um espelho, ela aparece e arranca seus olhos.
Mariana fez uma careta.
— Prefiro a loira do banheiro. – e olhando de repente para Viviane. – Espera. Você não acabou de chamá-la três vezes? Tem certeza que precisa mesmo de um espelho?
Viviane riu.
— Você acredita mesmo nisso? – disse, rindo.
De repente, um trovão ecoou pela mansão, assustando as duas. Súbito, uma mulher apareceu na penumbra. Viviane e Mariana gritaram.
— Psiu! Vocês querem acordar a mansão inteira? – disse alguém se aproximando.
Era Sônia. As duas respiraram aliviadas.
— O que vocês estão fazendo aqui? – perguntou ela.
— Eu vim aqui, por que a água do meu frigobar acabou. – disse Viviane.
— E eu não conseguia dormir...
Sônia foi à geladeira e pegou um pouco de água.
— Voltem logo para a cama... Não é bom ficar andando por aí. O corpo também precisa descansar. – disse, saindo.
Viviane pegou uma garrafa de água em uma das geladeiras e sentou-se novamente.
— Você tem insônia? – perguntou ela, bebendo um pouco de água.
Mariana balançou a cabeça negativamente.
— É só que às vezes eu tenho pesadelos.
Viviane olhou pensativa para Mariana.
— Pesadelos? – disse ela, se lembrando do que Emanuela contara sobre uma garota que tinha pesadelos por ter visto a mãe morrer. - Que tipo de pesadelos?
Mariana suspirou.
— Para falar a verdade, não são pesadelos realmente... Apenas alguns fragmentos de memórias, eu acho, do dia em que minha mãe adotiva foi assassinada...
Viviane, naquele momento, teve certeza de quem Emanuela falava naquele dia.
— E como são... Esses pesadelos?
Mariana suspirou novamente.
— Não sei direito. Geralmente, é como se eu estivesse dentro de algum lugar fechado e escuro, ouço sussurros, gritos, às vezes, um tiro... Sinto falta de ar. Não é uma sensação boa, isso eu garanto.
Viviane levantou-se de repente.
— Espera só um minutinho... Eu tenho algo ótimo para pesadelos.
Mariana não entendeu o que Viviane quis dizer com isso.
— O que você vai fazer?
Viviane foi para a geladeira e pegou uma caixa de leite, colocou o leite em uma panela e deixou que fervesse. Pegou outra coisa na geladeira que Mariana não pode ver e depois colocou uma xícara em frente de Mariana.
— Prove. – ordenou Viviane.
Mariana tomou.
— É muito bom... – disse sorrindo. - Parece leite com mel...
— E é. – sentou-se, e com o olhar um pouco distante. – Minha Bá costumava fazer para mim quando eu tinha pesadelos ou não conseguia dormir por alguma razão.
Mariana notou uma certa tristeza no tom de voz de Viviane.
— Parece que você gostava muito da sua babá...
Viviane sorriu.
— Ela foi o mais perto de uma mãe que eu consegui... Mas ela morreu quando eu ainda era criança. Depois disso, vieram outras babás, mas nenhuma era como ela.
Mariana tentou mudar o foco do assunto.
— Por falar em mãe... Ouvi que sua mãe vai para a Itália.
Viviane olhou de repente para Mariana. Mari percebeu que Viviane ainda não sabia. Vivi tentou disfarçar a surpresa.
─ Vai, é? – disse, tentando ser indiferente. – Talvez seja melhor mesmo. – disse, brincando com uma garrafa de plástico na mesa.
Mariana olhou para Viviane, tentando adivinhar o que se passava na cabeça dela.
— Não era isso o que você queria?
Viviane sorriu, brincando com a garrafa que tinha nas mãos.
— O que eu quero ou deixo de querer não importa para ela. Nunca importou.
Mariana tomou um pouco mais de leite. Pensou que, com certeza, Viviane não odiava a mãe, talvez só não sabia o que deveria sentir por ela.
***
No dia seguinte, Vivi resolveu ir à faculdade. Ficou esperando por Verônica na lanchonete. Vez e outra, percebia que alguém a observava, mas ao virar-se para ver quem era, a pessoa disfarçava. Também percebera que alguns alunos, ao passarem por ela, cochichavam uns com os outros. De repente, Viviane percebeu que Verônica se aproximava.
— E aí, Vivi? Como está a volta à faculdade? – perguntou, sentando-se ao lado de Viviane.
Viviane sorriu meio sem graça.
— Seu eu disser que está maravilhosa, você acreditaria? O médico disse que eu já poderia voltar e como meu avô ficaria chateado se eu não viesse, resolvi vir. Mas por que estou sentindo que algo está estranho no ar?
Verônica olhou um pouco sério para Viviane.
─ Primeiro, promete que não vai ficar muito chateada.
─ O que foi?
─ Não vou dizer, você já está ficando...
 ─ Diz logo, Verônica. – disse Vivi em um tom ameaçador.
Verônica suspirou.
─ Por alguma razão, alguém andou espalhando boatos de que você não é neta biológica do Dr. Otávio.
Viviane ficou surpresa.
─ C-como assim? Poucas pessoas realmente sabem sobre isso. Como isso se espalhou?
─ Eu não sei. Mas se você não tivesse me contado, eu também teria desconfiado de algo. Até porque sua mãe te impediu naquela hora de falar, e vocês foram para o escritório. Também foi oficializado que as gêmeas são filhas do Jorge. Então, acho que alguém deve ter entendido algo disso.
Vivi ficou séria. Verônica estranhou o fato de Vivi não ter explodido.
─ Não vai falar nada?
─ O que eu posso falar, mais cedo ou mais tarde, isso vai ser confirmado mesmo.
Vivi percebeu o olhar preocupado da amiga.
— Está tudo bem. – disse tentando não preocupá-la - Nada que algumas comprinhas no shopping não resolvam.
Verônica sorriu, observando o esforço da amiga. Olhou para os lados, observando os alunos que passavam. De repente, tocou no ombro de Viviane nervosamente.
— Amiga, amiga... É ela!
Viviane olhou para onde Verônica indicava com o olhar. Uma garota, talvez da idade de Viviane, ou um pouco mais velha, comprava na lanchonete. Era alta e extremamente atraente e de longe parecia uma boneca de porcelana.
— É aquela! – disse, olhando para Viviane novamente. – A garota que vive perseguindo o Gabriel, a Emily.
— É muito bonita mesmo. – comentou Viviane sem qualquer interesse.
Verônica olhou para a amiga impaciente.
— Você não vai fazer nada?
Viviane olhou para Verônica confusa.
— Fazer o quê? – e suspirando – Eu já disse a você que eu não me importo com quem Gabriel sai ou deixa de sair.
Talvez por insistência de Verônica, Emily olhou em direção às duas. Ela se aproximou.
— Olá! – disse, sorrindo cordialmente. – Você deve ser a Viviane... Meu nome é Emily. Posso me sentar junto com vocês?
Como Viviane não respondesse, Emily sentou-se junto a elas.
— Eu me transferi esse semestre para essa faculdade. Morava no Canadá antes disso. As universidades brasileiras estão me surpreendendo. – e sorrindo. – Me desculpem ser tão intrometida, mas eu realmente queria muito fazer novas amizades.
Verônica olhou um pouco irritada para a garota.
— E por que você escolheu justamente a nós?
Emily sorriu novamente.
— Talvez por vocês me parecerem muito amigáveis... Ou talvez por ter ouvido sobre Viviane.
Viviane até aquele momento olhava absorta para o celular em suas mãos. Ao ouvir seu nome parou de repente.
— Deve ter sido muito difícil para você, Viviane... – disse Emily com falsa tristeza. – Descobrir que sua mãe deve ter usado você para dar o golpe do baú. Eu ouvi o que as pessoas estão dizendo.  Eu ficaria arrasada. Ainda bem que em famílias tradicionais como a minha, isso jamais aconteceria...
Viviane olhou para Emily.
— Você não deveria se meter em assuntos que não são da sua conta.
Emily sorriu, enquanto tomava seu suco.
— Até que enfim reagiu, pensei que ficaria calada o tempo todo... Mas o que eu disse é apenas uma amostra do que as pessoas estão comentando... É claro que alguns disseram que você mereceu isso.
Verônica olhou para Emily irritada.
— Você veio até aqui para fazer amigas mesmo?
Emily sorriu, levantando-se.
— Acho que não. – e olhando para Viviane. – Agora que percebi melhor, vocês não estão no meu nível para serem minhas amigas. Você não tem o sangue dos Alcântara. – e olhando para Verônica. – E você? Quem é você?
Verônica se conteve para não agredir a garota. Viviane apenas permanecera calada.
— E outra coisa... – continuou ela. – O Gabriel vai ser meu. Então é melhor você desistir.
Viviane sorriu irônica, olhando para Emily.
— Esta é uma coisa que não tenho o mínimo interesse. Pode ficar com ele todinho para você. – disse.
─ Se é o que diz, não se arrependa depois.
Emily sorriu e saiu. Verônica olhou para Viviane com um misto de admiração e raiva.
— Eu não te reconheci, amiga! Você deixou mesmo aquela garota sair sem nenhuma resposta apropriada para ela?
Viviane tomou um pouco do suco, enquanto mexia no celular.
— E o que você gostaria que eu dissesse? Ela apenas disse o que os outros estão dizendo... E  de qualquer forma, é verdade que eu não tenho o sangue dos Alcântara.
Verônica parecia impaciente.
— E você se importa tanto com isso? O seu avô não te aceita do mesmo jeito?
Viviane olhou para Verônica séria.
— Pessoalmente, talvez eu não me importe. Mas a sociedade é assim mesmo.
Viviane levantou-se e saiu para ir à aula. Verônica seguiu-a.
— Então, você vai deixar assim? Vai deixar que ela fale desse jeito de você e da sua mãe?
Viviane parou, olhando para Verônica.
— E ainda se orgulha de me conhecer a tanto tempo... Acha mesmo que não vai ter volta? Posso não ter uma boa relação com a minha mãe, mas de uma coisa eu sei, se minha mãe me usou, foi para ficar com o Jorge, não com o dinheiro dele. De qualquer forma, essa garota é tão irritante, que me deu vontade de irritá-la também.
Verônica pareceu empolgada.
— E o que você vai fazer?
Vivi olhou para Verônica intrigada.
— Que milagre é esse? Você era uma das primeiras a tentar me fazer desistir dos meus “planos”.
Verônica sorriu.
— Deve ser por que realmente detesto aquela garota!
Viviane olhou para Verônica e riu-se.
— Ok. – disse, sorrindo. – Então, ela vai saber que mesmo eu não tendo o sangue dos Alcântara, deve saber que não se deve brincar com Viviane Alcântara.
— E o que você pretende fazer?
Viviane pareceu pensativa. De repente, olhou para Verônica sorriu.
— Vou tomar o Gabriel dela.
***